Bruno Araújo: o PSDB monitora crise 'instante a instante'

Segundo o ministro das Cidades, mesmo diante dos 13 pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer o processo ainda é “muito inicial”

por Giselly Santos sex, 26/05/2017 - 12:14
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo O ministro negou que o PSDB articule um nome para eventual eleição indireta Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Avaliando o clima de instabilidade política vivenciado no país, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (26), que o partido está fazendo um monitoramento “instante a instante” do agravamento da crise que envolve o presidente Michel Temer (PMDB) e ponderou que mesmo diante de 13 pedidos de impeachment contra o peemedebista, o processo ainda é “muito inicial”.  

Mesmo tendo ensaiado que deixaria o governo na semana passada, o PSDB decidiu esperar o julgamento do processo da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Indagado se concordava com a postura, Bruno Araújo disse que três ministros tucanos conversaram com Michel Temer e concordam com a postura. Além disso, ele ponderou que o monitoramento do cenário será feito pelo presidente Tasso Jereissati (CE), um dos tucanos cotados para uma eventual eleição indireta. 

“Tomamos a decisão de delegar ao presidente, Tasso Jereissati, para fazer todo o acompanhamento deste momento da vida nacional. Nosso compromisso, maior do que com qualquer governo, é com o Brasil. O monitoramento de todo este momento vai ser feito instante a instante pelo Tasso Jereissati”, observou Araújo, após participar da abertura do Feirão da Caixa Econômica, no estacionamento do Shopping Rio Mar. 

Já sobre as articulações no PSDB para uma eventual substituição do peemedebista, o ministro negou que já haja conversas neste sentido. “Não, o momento no partido é de avaliação de cada momento que estamos vivendo, das notícias e como tudo se consolida. Estamos confiantes que o presidente Tasso, com as informações que são trocadas com os integrantes do partido ao longo de todo este processo, vai nos permitir ter alguém credenciado para conduzir esse processo”, declarou. 

Quanto às especulações de que o senador Armando Monteiro (PTB) poderia ser um dos nomes, ele frisou que “como ministro não vou fazer qualquer especulação de algo que não seja o caminho do governo do qual hoje faço parte”.

Impeachment ‘é muito inicial’

Indagado se acreditava na contundência dos 13 pedidos de impeachments impetrados na Câmara contra o presidente, o tucano disse que o quadro ainda era “muito inicial” e lembrou da responsabilidade do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na abertura de um eventual processo. 

“Nós temos que lembrar que a crise que levou à mudança da presidente Dilma [Rousseff] se deu desde o final da eleição de 2014 e se arrastou até 2016. Foram dois anos. O processo de impeachment, para se dar, depende exclusivamente de um movimento monocrático do presidente da Câmara. Então, tudo isso está contido nesse momento sobre a autoridade do presidente da Câmara, que é quem tem os elementos para decidir", frisou.

"O que o País não pode é, depois de ter saído de um ciclo, encerrado um ciclo da sua crise econômica mais grave da história, deixar de perder esse momento para devolver a quem mais interessa a possibilidade de voltar a melhorar sua qualidade de vida e renda. São 200 milhões de brasileiros", acrescentou. 

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