Deputados do PSOL dizem que Maia "serve" ao governo Temer

Para o deputado Ivan Valente (PSOL) o presidente da Câmara precisa entender que a tarefa dele é reger um dos Poderes do país e não ser submisso a outro

por Giselly Santos ter, 27/06/2017 - 16:21

A coletiva da bancada federal do PSOL para detalhar a proposta que o partido fará para a tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, aconteceu pouco antes de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cancelar a reunião do colégio de líderes da Casa, marcada para esta terça-feira (27), para acompanhar o pronunciamento oficial do peemedebista. 

A suspensão do encontro foi um dos motivos para que os psolistas disparassem críticas contra o democrata. “Esperamos que Maia não acumule a tarefa de líder do governo e presidente da Câmara dos Deputados ao mesmo”, alfinetou o líder do PSOL na Casa, Glauber Braga. 

Corroborando o correligionário, o deputado Ivan Valente disse que Maia tem adotado uma postura de “auxiliar da Presidência”. “Ele é um presidente de um Poder e não um auxiliar que espera, por exemplo, uma eleição indireta para assumir. Ele tem sido alguém que serve ao governo. Isso é muito ruim”, observou.

Cenário não é normal

Valente lembrou ainda que a bancada do PSOL está “em total obstrução” no Plenário. “Não tem negociação sobre nenhum projeto. Não há normalidade do Brasil. É um fato inédito, o presidente ser denunciado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção. Não faremos nenhum tipo de concessão”, frisou, destacando que este é o momento para que se “liquide de vez este governo ilegal, corrupto e ilegítimo”. 

A ponderação foi reforçada pela deputada Luiza Erundina (SP). Segundo ela, “o país não vive uma fase de normalidade, muito pelo contrário”. 

“Vamos ver se neste momento esta Casa assuma para si aquilo que está previsto na Constituição e todas as normas. Vamos de uma vez por todas resolver esta crise que está levando o país ao desmonte. O PSOL vai se manter ativo, resistente e dialogando com a sociedade para exigir aquilo que a sociedade brasileira também quer. Daqui a pouco as pesquisas dá zero de popularidade a ele”, ironizou, lembrando do índice de aprovação do governo Temer divulgado no fim de semana pelo Datafolha de 7%. 

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