Para maioria dos recifenses todos os políticos são iguais
O novo levantamento do Instituto de Pesquisas UNINASSAU mostra que os recifenses continuam desacreditados
A descrença dos recifenses na política continua. É o que mostra o novo levantamento do Instituto de Pesquisas UNINASSAU, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, que perguntou aos entrevistados se concordam com a frase “todos os políticos são iguais”. A maioria, 57% responderam que sim, 18% que não e 24% disseram que concordam parcialmente. 1% não soube ou não quis responder.
Os recifenses também se mostraram entusiasmados com o ingresso de pessoas que não são políticos para disputarem os cargos de deputado, governador e presidente da República. Ao todo, 41% acreditam que essas pessoas têm a capacidade de mudarem a política, 31% ficaram na dúvida e responderam que talvez e 25% acham que não. 3% não soube ou não quis responder.
Em uma situação hipotética entre escolher um político tradicional que já possui vários mandatos como deputado federal, um outro que possui apenas um mandato, ou seja, sem tradição, e um terceiro que nunca foi político, a maioria (41%) prefere o que nunca foi político, em seguida do político tradicional (16%) e, por último, votariam no parlamentar com um mandato (13%). Os demais (30%) não souberam ou não responderam.
Apesar de se mostrarem mais atraídos pelo qual nunca exerceu um mandato, os recifenses continuam desacreditados e com dúvidas. 56% responderam que “talvez”, se eleito, o que nunca teve cargo público ficará igual aos demais ao longo do tempo. Apenas 10% afirmaram que isso não aconteceria. Na mesma linha de raciocínio, 37% concordam com a frase “mesmo que não seja político, entrou na política, se contamina”. Outros 43% concordaram parcialmente e 18% discordam.
De acordo com o coordenador do Instituto UNINASSAU, o cientista político Adriano Oliveira, esse cenário de desilusão já era esperado. "Em virtude de que, historicamente, os políticos não têm credibilidade da opinião pública e, particularmente, sobre o momento que a política brasileira está passando”, declarou.
Sem confiança nos políticos
Os entrevistados pelo Instituto UNINASSAU também estão desconfiados. 40% afirmaram que desconfia muito de políticos, 37% que desconfiam, 13% confiam pouco, 5% que confiam, 4% desconfia pouco e 1% que confia muito.
Em outro contexto hipotético, 62% da população recifense afirmou que “não colocaria a mão o fogo por um filho”, caso ele decidisse ser político e fosse, posteriormente, denunciado por corrupção. 21% colocariam a mão no fogo e 17% não souberam ou não quiseram responder. “Esse resultado mostra que não basta ser o novo, que não basta não ter experiência política significando que você, ao entrar na política, passa a ser automaticamente contaminado. Isso é algo importante que foi observado na pesquisa por parte dos eleitores”, ressaltou.
Foram realizadas 624 entrevistas no período de 4 a 5 de outubro deste ano. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 4%.