"Absurdo", diz Aimée sobre certidão com pais do mesmo sexo

A vereadora do Recife criticou o novo modelo de certidões de nascimento e disse que a reação conservadora é mais do que necessária

por Taciana Carvalho qua, 22/11/2017 - 18:12
Reprodução/Facebook/Irmã Aimée Reprodução/Facebook/Irmã Aimée

A vereadora do Recife Irmã Aimée Carvalho (PSB), nesta quarta-feira (22), soltou o verbo contra os novos modelos de certidões de nascimento, casamento e óbito que já podem ser adotados pelos cartórios de registro civil, após definição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No campo filiação, haverá indicação dos nomes dos pais, que podem ser heterossexuais ou homossexuais, além de poder ser incluso o nome de pais socioafetivos. 

Na tribuna da Câmara Municipal do Recife, Irmã Aimée classificou a novidade como “um absurdo”. “As novas certidões não possuem mais os tradicionais quadros pré-estabelecidos para o nome dos genitores. Ao invés de pai e de mãe, trás apenas filiação, o que possibilita além do arranjo tradicional de um pai e de uma mãe, a ideia de filiação pode acomodar duas pessoas do mesmo sexo ou até uma filiação entre três pessoas. Em todos os casos, será formalmente reconhecida a formação de um novo núcleo familiar. Percebam que absurdo. Em meio a tantas afrontas, uma má notícia para os que investem contra a família: nós estamos firmes, atentos e dispostos a defender os valores cristãos”, declarou. 

A parlamentar não parou por aí. Ela repercutiu outros temas polêmicos como aborto, casamento gay e regulamentação das drogas, ao comentar que uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou uma primeira versão da proposta que amplia a licença-maternidade para as mães de bebês prematuros. “O Colegiado defende a vida desde o momento da concepção. Esse é um importante trabalho em defesa da vida. Sim, nós que defendemos a vida precisamos unir forças para conter as ondas da chamada tolerância intolerante. Essa onda da tolerância admite a descriminalização do aborto, casamento gay, a regulamentação das drogas e a liberdade da mudança de sexo. Ao mesmo tempo é uma tolerância que não pode aceitar a família, a religião, a moral, os bons costumes e os princípios cristãos”, discursou.

Aimée falou que há uma tentativa de inversão de valores. “Mas tentativas nem sempre se efetivam como realidade e fico feliz em ver que há uma forte reação contra esses grupos que tentam desvalorizar os valores da família tradicional”. 

A vereadora também garantiu que não se importa em ser chamada de “retrógrada, intolerante e religiosa”. “Minha posição sempre foi clara. Não poucas vezes fui chamada de intolerante, de religiosa, de fundamentalista e de retrógrada. Discursos para desmerecer as pautas da família são sempre os mesmos e não me incomoda ser taxada de conservadora quando eu estou certa de que represento aqui a voz de tantos pais e de tantas mães, a voz da família. A reação conservadora é mais do que necessária e vem em excelente momento”, disse. 

Aborto

Ela também citou uma decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no final do ano passado. “Que determinou que não é crime a interrupção da gestação até os três primeiros meses de gravidez em um caso específico. Os protestos contra a PEC são muitos e sempre bastante agressivos, além de usar falácias para justificar a matança dos fetos”. 

“Dizer que o aborto defende as mulheres é simplesmente absurdo. Não se deve usar uma pauta tão séria e urgente como a defesa da dignidade da mulher para justificar o crime do aborto. Esse tipo de discurso é uma manobra irresponsável para manipular a opinião pública, mas manobrar não é uma dificuldade para aqueles que vivem na tentativa de desestabilizar a família”, alfinetou. 

 

 

 

 

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