Dilma chama Mendonça de 'pseudo-ministro' e 'retrógrado'

A ex-presidente condenou a censura feita pelo ministro da Educação à disciplina da Universidade de Brasília (UnB) que tratará o impeachment como "golpe"

por Giselly Santos qui, 22/02/2018 - 14:04
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) condenou, nesta quinta-feira (22), o que chamou de “censura” do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-RJ), a oferta da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” na Universidade de Brasília (UnB). O democrata anunciou nessa quarta (21) que é contrário à disciplina porque, segundo ele, “toda disciplina precisa ter base científica — mesmo na área de ciências sociais” e que “não se pode ensinar qualquer coisa”.

Em reação, Dilma manifestou solidariedade ao professor da UnB, Luis Felipe Miguel, que é responsável pela ementa da disciplina diante do que chamou de “arbitrária e retrógrada censura feita pelo ministro da Educação”.

“Impedir que se chame os fatos e acontecimentos pelo nome é reação típica dos regimes de exceção. No passado, durante a ditadura, era proibido dizer que havia presos políticos no Brasil, embora ele enchessem os presídios país afora”, declarou Dilma. “Censurar, agora, uma disciplina na UNB que caracteriza como golpe o processo inaugurado pelo impeachment, em 2016, deixa evidente o aprofundamento do arbítrio e da censura”, completou.

A ex-presidente também chamou Mendonça de “pseudo-ministro” e “inimigo da educação”. “Os atos do pseudo-ministro são uma terrível agressão à autonomia universitária, à cultura acadêmica, à livre circulação de ideias e à própria democracia. É abuso típico dos estados de exceção. Os maiores inimigos da cultura e da educação”, disparou. 

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Ao se posicionar sobre a nova disciplina da UnB, Mendonça Filho chegou a afirmar iria acionar a Advocacia Geral da União (AGU), a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) para avaliar “se há algum ato de improbidade administrativa ou prejuízo ao erário a partir da disciplina”.

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