João Paulo: afastamento do PT não tem motivo eleitoral

'A política de aliança com o PSB não depende de Pernambuco, mas de articulações nacionais', declarou o ex-prefeito em entrevista ao LeiaJá. Ex-prefeito do Recife pediu afastamento do PT por tempo indeterminado

por Giselly Santos qui, 15/03/2018 - 12:35
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Ex-prefeito disse que vai participar apenas das atividades em defesa de Lula Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Ex-prefeito do Recife, João Paulo pediu afastamento do PT por tempo indeterminado. Em conversa com o LeiaJá, na manhã desta quinta-feira (15), ele negou que o distanciamento tenha ligação com a eventual candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao Governo de Pernambuco e disse que foi motivado por questões pessoais. 

“Pedi afastamento por tempo indeterminado. Estou com mestrado, no inglês e em outros projetos pessoais este ano, vou participar dos eventos em defesa de Lula, mas internamente não terei tempo para participar de definições e discussões”, declarou, mesmo dizendo que detalhes sobre o assunto serão dados pelo presidente da legenda em Pernambuco, Bruno Ribeiro. 

A solicitação de afastamento de João Paulo foi divulgada por Bruno Ribeiro durante uma reunião da Executiva Estadual na última terça-feira (13). Informações de bastidores dão conta de que o afastamento teria sido motivado por um racha interno envolvendo a eventual candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo. Indagado sobre isso, João Paulo negou.

“Não tem nada a ver, o partido tem três pré-candidaturas. A política de aliança com o PSB não depende de Pernambuco, mas de articulações nacionais. O próprio Lula deixou isso bem claro na nossa reunião. Não tem nada haver”, salientou. João Paulo é um dos petistas que defende a reaproximação entre o PT e o PSB para a disputa eleitoral em Pernambuco este ano. Ele inclusive chegou a ser cotado como candidato a vice-governador na chapa que buscará a reeleição de Paulo Câmara (PSB). 

A deputada estadual Teresa Leitão (PT) também rechaçou a possibilidade. “Esse tipo de análise é altamente prejudicial e isto só faz acirrar um processo que está requerendo o máximo de unidade e tranquilidade. Tenho certeza que João Paulo e os demais dirigentes do PT reconhecem isto. Até pelo momento momento político conjuntural”, declarou. 

Procurado pelo LeiaJá, Bruno reforçou a justificativa de João Paulo sobre motivos pessoais e afirmou que está elaborando uma nota oficial sobre o assunto. Em reserva, petistas afirmaram que desde a última terça Bruno Ribeiro e outras lideranças conversam com o ex-prefeito para fazer com que ele não se afaste bruscamente do PT, nem do processo político.

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