O desejo e a real chance de Armando ser governador de PE

O senador foi derrotado na disputa pelo cargo em 2014, mas o petebista é um mais cotados para concorrer novamente ao pleito

por Taciana Carvalho seg, 02/04/2018 - 18:09
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O senador Armando Monteiro Neto (PTB) é um velho conhecido da política pernambucana. Na eleição de 2014, protagonizou uma briga com o governador Paulo Câmara (PSB), em busca de comandar Pernambuco, mas foi derrotado na ocasião. No entanto, a trajetória do petebista é longa: foi deputado federal por três mandatos consecutivos, alcançou o cargo no Senado Federal e chegou a ser ministro do Desenvolvimento no governo de Dilma Rousseff. 

O petebista, nos últimos tempos, tem tido seu nome em alta no cenário político ganhando adeptos e críticas por ter sido a favor de propostas do governo Temer, entre as mais polêmicas a reforma trabalhista. Outro motivo também o coloca nos bastidores: ele é um dos principais nomes cotados do grupo da oposição “Pernambuco Quer Mudar” para ser candidato novamente a governador do estado. 

O senador recebeu o LeiaJá, em seu gabinete, para uma entrevista exclusiva na qual falou sobre o momento político que o Brasil vive, em especial Pernambuco, e também fez um balanço do seu mandato. Ele se mostrou entusiasmado com a possibilidade der o escolhido entre os opositores ao governo Câmara para disputar a eleição ao governo em outubro afirmando que os pernambucanos estão buscando um novo caminho. “Meu nome está à disposição desse conjunto de forças desde a primeira hora, portanto se convocado eu for por essas forças, eu estarei a inteira disposição”, disse com convicção. 

“Temos um sentimento de que o povo de Pernambuco quer mudar, quer inaugurar um novo ciclo político. O povo de Pernambuco quer experimentar um novo caminho e isso nos anima, porque em todas as regiões seja na área metropolitana, nos agrestes, nos sertões, em todas as regiões, existe o desejo de mudar. Isso só se dará se estivermos juntos”, declarou contando que o trabalho está sendo realizado em prol de uma chapa forte para também viabilizar o lançamento de duas candidaturas ao Senado. 

Sobre a descrença atual da sociedade nos políticos em geral, Armando acredita que há uma tendência em se fazer uma generalização, mas garantiu haver políticos sérios. “Que tem uma atuação reconhecida e, portanto, eu acho que é preciso ter esperança porque também se nós descremos da política e dos políticos, aí não tem salvação”, avaliou. 

“O que eu constato, muitas vezes, é que muitas pessoas falam mal dos políticos, mas não exercem o controle, a vigilância, não atuam para que haja verdadeiramente um maior acompanhamento, um maior controle da representação política. Tem gente, inclusive, que não se lembra nem em quem votou”, lamentou. 

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Sociedade doente 

Indagado se é possível acabar com a corrupção no Brasil, Armando falou que é possível ter mais controle e reduzir. “A corrupção, infelizmente, está no homem. É algo que infelizmente constata não só no ambiente político. Quantos e quantos profissionais em diferentes áreas terminam por assumir práticas que ferem a lei, que ferem a ética? Temos uma sociedade que está um pouco doente, vamos reconhecer isso. É a sociedade da lei da vantagem, a sociedade dos que todos querem levar uma vantagem. Agora como é que se resolve isso? Com educação para forjar e formar a partir de valores e princípios que fazem a diferença e criar instituições que não incentivem a corrupção”, afirmou. 

Durante a entrevista, o senador enfatizou que o sistema político brasileiro precisa de uma ampla reforma. “O que temos verificado é que o tal presidencialismo de coalizão se apoia em um modelo, a meu ver, muito fisiológico de cooptação dos partidos. Então, o que se assiste é que os governantes para governar são, às vezes, obrigados a lotear a administração e aí é que mora o perigo. A partir desse processo de loteamento dos cargos públicos, todas as distorções acontecem e que vem, evidentemente, se traduzindo nesses escândalos que o país tem assistido porque esse sistema termina por criar um ambiente favorável à corrupção”. 

Ele frisou que é preciso acabar com a fragmentação partidária a fim de ter partidos mais estruturados e com maior compromisso relacionado a agenda de transformação. “O sistema todo precisa ser transformado”, reiterou. 

Atuação no Senado Federal

O senador contou que, no Senado Federal, tem pautado o seu mandato em duas frentes: na questão da econômica com foco na melhoria do ambiente da operação das empresas, sobretudo para a micro e pequena empresa, como também na educação para o trabalho no sentido de garantir ampliação de programas para formação e capacitação profissional dos jovens. 

O herdeiro do ex-ministro Armando Monteiro Filho também garantiu que tudo que diz respeito à economia de Pernambuco tem merecido “um apoio permanente”. “Eu acho que, fundamentalmente, para Pernambuco, porque mesmo quando a gente atua em questões de interesse do país, nós temos um olhar para Pernambuco. Tenho sempre esse olhar para Pernambuco”, repetiu. 

“Lutamos para Pernambuco ter outra universidade, a Universidade do Agreste. Foi uma emenda nossa que propiciou a aprovação da proposta no Senado, foi aprovada na Câmara, e segue para sansão presidencial, o que deve ocorrer em poucos dias. Paralelamente, atuamos em todos os pleitos de interesse de Pernambuco. Estive na linha de frente para que a Hemobrás não fosse esvaziada”, declarou. 

Armando ainda disse que tem um grande número de emendar apresentadas para ajudar os municípios pernambucanos seja para garantir recursos na área da saúde ou obras de infraestrutura. Segundo ele, essas cidades só contam com recursos federais porque os do Governo do Estado não estão chegando. “Muitos prefeitos estão cobrando recursos do FEM que foram prometidos e que o governo, em alguns casos, deve desde 2014. Na época, alguns viram esse anúncio do FEM meio eleitoreiro. O que se constata, decorrido esses anos, uma realidade diferente”, alfinetou dizendo que a ajuda que obteve dos ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM); e do deputado federal Bruno Araújo (PSDB), quando comandava a pasta das Cidades, foram fundamentais para viabilizar essas verbas. 

 

 

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