Pré-candidato ousa e pede voto no Tinder, app de paquera

Segundo o pernambucano Felipe Oriá (PPS), que vai disputar uma vaga na Câmara Federal, a estratégia faz parte do desejo da 'inovação na política' pregado por ele e o movimento que faz parte, o Acredito

por Giselly Santos qui, 19/07/2018 - 14:13
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo A incógnita que fica é se os matches vão se transformar em votos Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

A campanha eleitoral deste ano tem de tudo para usar e abusar das redes sociais. Além das mais populares, como Facebook e Instagram, tem político que vem apostando em ferramentas menos convencionais para a disseminação de propostas políticas como o Tinder, um aplicativo de paquera. 

A inserção dessa plataforma na pré-campanha é uma estratégia que vem sendo adotada pelo pré-candidato a deputado federal Felipe Oriá (PPS), como uma forma, segundo ele, de “apresentar uma política diferente para a sociedade” enfrentado assim a apatia dos eleitores. 

"Dado o descrédito da classe política no Brasil, muitas vezes o diálogo fica interrompido, não importando a qualidade das propostas e das ideias. É preciso muita criatividade para superar essa apatia e começar a construção das soluções que precisamos", apontou.

Para Felipe Oirá, que é um dos nomes do movimento Acredito, lançado para o pleito deste ano, a adesão ao Tinder vai além do bom humor e da criatividade e pretende ser uma forma de atingir um número maior de pessoas na explanação do seu desejo de “inovar” e “superar a política dos sobrenomes, do fanatismo ideológico, do dinheiro”.

“Precisamos abandonar o mito de que nosso sistema político está falido. Nosso sistema eleitoral funciona muito bem. Um sistema falido não conseguiria garantir a mesma família no poder por 30 anos como acontece Brasil afora. Tampouco uma corrupção tão sistemática e generalizada. Um sistema falido não seria tão eficiente em manter a renovação de fora. É preciso muita engenhosidade e precisão”, argumentou Oriá, citando que as novas regras de campanha muitas vezes favorecem apenas aos já eleitos. 

“É ai que entra o Tinder. Inovação é ser um deputado federal que não é filho de político ou vem do carreirismo político. [...] Inovação é ter compromisso, competência e transparência para construir de forma muito séria, mas com bom humor, uma política a altura do nosso país”, completou o pré-candidato a ocupar uma das cadeiras de Pernambuco na Câmara Federal. 

Mestre em Harvard em políticas públicas, Felipe Oriá tem recebido quase 400 matches [quando dois usuários se curtem mutuamente] por dia. No Brasil, a rede social tem 10 milhões de usuários. A incógnita que fica é se os matches vão se transformar em votos.

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