Globo ironiza Flávio Bolsonaro e faz referência a laranjas

O quadro 'Isso a Globo não mostra' foi exibido ao final do programa 'Fantástico' e satirizou o pedido de foro privilegiado do senador eleito

por Lídia Dias seg, 21/01/2019 - 09:36

A rede Globo encerrou o ‘Fantástico’ desse domingo (20) com a estreia do quadro ‘Isso a Globo não mostra’ e, em tom de brincadeira, fez uma clara crítica ao governo do presidente Jair Bolsonaro e ao seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

O vídeo fez referência ao foro privilegiado, regalia já questionada por Flávio, mas recorrida na última semana para barrar a investigação que envolve seu nome e o do ex-assessor Fabrício Queiroz por movimentações bancárias atípicas.

Durante o quadro, foi exibido vários momentos em que jornalistas falam as palavras “foro privilegiado”, além do termo “mudando de assunto” e ao final uma reportagem sobre laranjas. “Laranjas com esse mesmo sintoma não faltam aqui nesse pomar”, diz a repórter, em clara referência a Fabrício Queiroz, que vem sendo apontado como uma espécie de laranja da família Bolsonaro.

Em outro trecho do quadro, a pergunta ‘O que matou Odete Roitman?’ aparece na tela, a personagem da telenovela ‘Vale Tudo’, exibida no final dos anos 80, foi morta a tiros na trama, no entanto, no ‘Isso a globo não mostra’, Odete aparece morta ao lado de um liquidificador. Objeto usado para comparar o perigo das armas de fogo pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Além do novo quadro, Ana Paula Araújo também fez menção a reportagem exibida minutos antes pela concorrente Record, onde Flávio Bolsonaro tenta explicar as denúncias feitas contra ele e divulgadas no "Jornal Nacional" nas edições de sexta (18) e sábado (19).

O telejornal da Globo revelou que o deputado fez depósitos atípicos em sua conta bancária, além de pagar um título bancário de R$ 1.016.839, emitido pela Caixa Econômica Federal, sem indicar o favorecido. Na reportagem exibida pelo ‘Domingo espetacular’, Flávio alegou que os valores seriam referentes a venda de um apartamento.

“Ao senador, não foi perguntado, e por isso ele não respondeu, por que optou por 48 depósitos de R$ 2 mil com diferença de minutos em cada operação em vez de depositar o total que recebeu em espécie de uma só vez na agência bancária onde tem conta. Também não foi questionado por que preferiu receber parte do pagamento da venda em dinheiro e não em cheque administrativo ou transferência bancária”, disse Ana Paula, em tom de crítica.

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