“Quanto mais armas, mais violência e mortes”, alerta Veras

O deputado federal pernambucano eleito, em entrevista ao LeiaJá, criticou o decreto que facilita a posse de armas

por Taciana Carvalho seg, 28/01/2019 - 15:35
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Uma das medidas mais polêmicas neste quase um mês do governo Bolsonaro foi a assinatura do decreto que facilita a posse de armas aos cidadãos brasileiros. De acordo com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), as pessoas têm o direito à legítima defesa. No entanto, alguns políticos como o deputado federal João Campos (PSB) já afirmaram que a iniciativa não garante segurança.

Para o deputado federal eleito Carlos Veras (PT), presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), o decreto não resolve o problema. Em entrevista concedida ao LeiaJá, Veras acusou Bolsonaro de defender algo além do que a "proteção" aos brasileiros: beneficiar as empresas que vendem arma de fogo no país. 

“Esse não é um decreto que simplesmente atende a uma promessa de campanha e que atende a uma demanda dos seus eleitores. Esse decreto atende, principalmente, aos interesses daqueles que sempre financiaram a campanha dele, os mandatos dele no Congresso Nacional. Interessa aos que vendem armas neste país e às empresas”, declarou. 

Veras disse acreditar que uma arma não traz segurança para ninguém. “Arma mata. Temos vários exemplos de famílias que por um simples desentendimento dentro da família, simplesmente por ter uma arma dentro de casa, o tio, a filha, a mãe, o pai, o parente, foi assassinado, foi morto por apenas uma desavença”, frisou.

Segundo o deputado eleito, quanto mais armas na mão da população, serão mais armas na mão do crime organizado, o que vai gerar mais violência. “Quanto mais armas, mais violência e mortes. Serão mais assassinatos e mais destruição no país. Então, não é por aí que resolve o problema da segurança pública, não é armando a população que resolve esse problema. Repito, o que ele [Bolsonaro] está fazendo com esse decreto é atender os interesses das empresas que as vendem no Brasil e que financiaram a vida toda a campanha dele”, criticou o petista.

O decreto assinado por Bolsonaro, no último dia 15 deste mês, alterou as regras até então vigentes. Entre as mudanças, foi ampliado o prazo de validade do registro de armas para 10 anos, tanto para civis como para militares, e houve a flexibilização no requisito legal de o interessado comprovar da "necessidade efetiva" para a obtenção da posse.

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