Como será a relação entre Gleide e Joel da Harpa na Alepe?

Os dois, que atuam com foco especial na segurança pública, já divergiram sobre a flexibilização da posse de armas

por Taciana Carvalho ter, 29/01/2019 - 17:44

A delegada Gleide Ângelo (PSB), que conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com mais de 400 mil votos, em uma votação histórica em Pernambuco, vai se deparar na assembleia com o deputado estadual reeleito Joel da Harpa (PP), que também tem um foco especial na mesma área que a pessebista: a segurança pública. 

Mesmo antes de Gleide assumir, Joel já se posicionou contra a delegada sobre o polêmico decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza a posse de armas no Brasil. A deputada eleita disse que os “cidadãos de bem” não estão preparados para “reagir” diante de criminosos que utilizam armas de fogo. Por sua vez, Joel é a favor da liberação. “A população tem o direito à legítima defesa, especialmente se vive em áreas isoladas ou exerce atividades de risco”, rebateu. 

Na avaliação do cientista político Vitor Diniz,  intensos debates deverão ocorrer durante o ano sendo “positivo” para os dois lados. “A discussão aberta favorece a democracia e tem papel importante na construção de posições políticas, além de atrair a atenção da sociedade”, explicou.

No entanto, Diniz acredita que por conta do desempenho eleitoral, a delegada sofrerá uma pressão maior da opinião pública. “Seu posicionamento ou a falta dele será sempre cobrado. Não se pode descartar a candidatura da deputada, em 2020, em alguma cidade da Região Metropolitana do Recife”. 

Por sua vez, o especialista ressaltou que Joel deve manter o discurso focado na questão da segurança pública alinhado com o que for defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Sobre o militar, o deputado já falou que não tinha dúvida de que o Estado não sofrerá “retaliação” mesmo Pernambuco não correspondendo como poderia em referência à votação. 

Sobre os novos deputado que irão assumir uma vaga na Alepe, o cientista não prevê uma espécie de “duelo de gerações”. “Os deputados costumam se organizar seguindo as orientações dos seus respectivos partidos. Além disso, uma parte considerável dos novos deputados é bastante familiarizada com a política", salientou. 

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