"Existe um movimento para anular condenações", diz Moro

O ministro Sergio Moro fala nesta quarta-feira (19) na CCJ do Senado sobre a divulgação da troca de mensagens entre ele e procuradores da Lava Jato

qua, 19/06/2019 - 10:48
Chico Peixoto/LeiaJa Imagens/Arquivo Sergio Moro é ministro da Justiça do governo Bolsonaro Chico Peixoto/LeiaJa Imagens/Arquivo

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fala na manhã desta quarta-feira (19) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado sobre a divulgação da troca de mensagens entre ele e procuradores da Operação Lava Jato, feita pelo site The Intercept.

Moro é questionado pelos senadores e se justifica sobre o vazamento das mensagens. “Me parece um tremendo sensacionalismo no site que o fez. O conteúdo divulgado é completamente lícito, se é que as mensagens são autênticas. Eu não cometi nenhuma irregularidade”, explica o ministro.

“Eu não podia deixar a questão eleitoral influir no julgamento e isso não fiz. Infelizmente quem divulgou essas mensagens cometeram crimes e têm que responder por seus atos”, continua Moro. O ministro ainda disse que acredita que “há um movimento para anular condenações” e que a situação toda é ‘esdrúxula’.

Boa parte dos senadores presentes na CCJ estão enquadrando o ministro, porém há também quem o dê palavras de apoio. Um exemplo é o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB). Bezerra Coelho exaltou a integridade do ex-juiz federal e disse confiar na lealdade dele. Além disso, o senador disse que o Brasil precisa reconhecer e aplaudir o trabalho feito por Moro.

O ministro da Justiça foi questionado sobre ter mais conversas salvas no aplicativo de troca de mensagens. “Eu saí do Telegram em 2017 e essas mensagens foram excluídas. Se tivessem esse material, o hacker criminoso já teria apresentado. Não existem essas mensagens para que eu possa apresentar a vocês”, justificou o ministro em resposta ao senador Angelo Coronel (PSD).

Coronel replicou Moro e afirmou que o aplicativo pode ter todas as conversas salvas em uma ‘nuvem’ e, assim, seria possível que o ministro fornecesse suas mensagens de arquivo. Moro terminou dizendo que “não há nada salvo na ‘nuvem’ do seu aparelho”.

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