'Imoral', diz Bebianno sobre Eduardo na embaixada

O ex-secretário da Presidência, Gustavo Bebianno, disse que Eduardo Bolsonaro é um 'coitado' e 'não tem a menor condição' de assumir o cargo de embaixador

ter, 06/08/2019 - 15:54
Valter Campanato/Agência Brasil Gustavo Bebianno foi o primeiro integrante do alto escalão do governo Bolsonaro a ser exonerado Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-secretário da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou durante entrevista à BBC News Brasil que a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) à embaixada do Brasil nos Estados Unidos é imoral e perigosa.

Bebianno, que foi um fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na época das eleições presidenciais, também disse que Bolsonaro é um “cara de pau” por tomar a decisão de indicar um filho para o cargo de embaixador.

"Eduardo, coitado, ele não tem a menor condição. Ele sequer sabe o papel de um embaixador. Ele não tem ideia. Eu convivi de perto com o Eduardo, ele não tem noções básicas de negociação, é um garoto, um menino, um surfista que teve um mandato por causa do pai, depois surfou de novo a onda do pai, na conquista do segundo mandato, mas é um rapaz completamente inexperiente. O nível acadêmico dele é bem iniciante, ele não tem condições", alertou Bebianno.

O ex-secretário também comentou que a indicação surge como uma estratégia inversa para Bolsonaro. “Primeiro, eu acho imoral essa indicação. Segundo, ela é péssima. Péssima e antiestratégica para o presidente. O presidente não está adotando uma postura de um estadista que tem que saber lidar com situações de dificuldade. Uma situação de dificuldade clássica é a negociação com outros países, os Estados Unidos são muito mais poderosos do que o Brasil, e as relações entre os dois países, e tenho admiração enorme aos Estados Unidos, são um exemplo de nação, mas cada país olha pro seu interesse”, complementou.

Bebianno foi demitido do cargo no mês de fevereiro e foi o primeiro integrante do alto escalão do governo a perder um cargo. O atual secretário da Presidência, Floriano Peixoto, ocupou a vaga deixada por Bebianno.

Após as desavenças com o presidente Jair Bolsonaro, Bebianno alegou que se desvinculou do PSL. “Me desliguei do PSL, renunciei ao cargo de vice-presidente e me desfiliei, não tenho vínculo nenhum com o PSL”, disse.

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