Mourão defende política externa pragmática e flexível
Ele também defendeu que o Brasil deve saber se posicionar na "disputa geopolítica, tecnológica, comercial" entre EUA e China
Criticado por bolsonaristas por sua postura em relação à China, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu, nesta sexta-feira (7), que o Brasil deve retomar a sua posição histórica na política externa, que classificou como "pragmática e flexível". "Nós temos que buscar o tempo todo os interesses do Brasil", disse o vice durante videoconferência da FSB Comunicação.
Esta não é a primeira vez que Mourão defende "pragmatismo" na área internacional. Em julho do ano passado, o vice falou sobre a importância da característica e de flexibilidade em questões como as relações comerciais com a China. Mourão tem atuado como voz moderada em relação ao país asiático, maior parceiro comercial do Brasil.
"Em relação à política externa, eu tenho me batido diariamente para que nós adotemos aquela posição histórica do Brasil, que é sermos pragmáticos e flexíveis. E nós temos que ver aquilo que é atribuído ao lorde Palmerston, estadista inglês do século 19, que dizia que não existem amizades eternas nem inimizades perpétuas. Existem única e exclusivamente os nossos interesses. Então, na política externa nós temos que buscar o tempo todo os interesses do Brasil", disse Mourão nesta sexta.
Ele também defendeu que o Brasil deve saber se posicionar na "disputa geopolítica, tecnológica, comercial e até militar que está ocorrendo entre EUA e China, como potência em ascensão, com a Europa Ocidental e a Rússia de espectadores e partícipes nessa disputa".