Tópicos | bolsonaristas

Em uma série de tentativas ao longo do ano passado, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram reescrever a história sobre a empreitada golpista do 8 de Janeiro na página do Wikipédia para relativizar os acontecimentos e desassociar do ex-chefe do Executivo os ataques de vândalos às sedes dos Três Poderes. Para isso, usaram uma tática comum: usuários não registrados faziam mudanças que relativizavam o resultado da eleição presidencial de 2022, acusavam que "esquerdistas infiltrados" teriam incitado os protestos e até que tudo o que ocorreu naquela data seria uma "manifestação da vontade popular legítima".

A Wikipédia é a mais popular enciclopédia virtual, feita de forma livre pelos próprios usuários em vários idiomas. Qualquer pessoa pode propor mudanças a um texto sobre algo na plataforma.

##RECOMENDA##

A página em português tem mais de 1,1 milhão de artigos, que, juntos, dariam 5,6 milhões de páginas. Ajudam a produzir esse conteúdo 8.274 usuários ativos, 52 administradores, 704 autorrevisores, 131 revisores e 222 robôs, que ajudam a reverter possíveis alterações falsas ou ações de vandalismos em páginas. Há mais de 3 milhões de usuários no site.

O verbete foi criado às 15h20, enquanto os atos começavam a se desenvolver em Brasília. Desde então, o endereço na enciclopédia virtual foi editado mais de 500 vezes apenas em um dia e passou por controvérsias.

Pouco mais de 20 minutos depois da criação, às 15h42 daquele 8 de janeiro, um usuário trocou o termo "terroristas bolsonaristas" por manifestantes, sem dar mais explicações. Foi a primeira tentativa de aliviar a ligação de Bolsonaro e do bolsonarismo aos atos golpistas. Ele repetiu o processo outras duas vezes. O trecho foi revertido 20 minutos depois.

Esse mesmo usuário voltaria à página quase um ano depois, no dia 4 de janeiro de 2024. Ele trocou o termo "manifestações golpistas no Brasil após as eleições de 2022? para "manifestações da vontade popular legítima fruto de uma democracia instituída pela própria Constituição Federal do Brasil após as eleições de 2022".

Em mais uma sequência de edições parciais, outro usuário bolsonarista trocou um trecho que dizia que Bolsonaro não fez alegações a "fraudes eleitorais". Ele substituiu o termo para "inconsistências eleitorais". E trocou as menções a "bolsonaristas" por "vândalos". Todas essas edições foram revertidas.

O volume de edições na página era tão grande no dia 8 de janeiro que as edições foram restringidas. Apenas usuários verificados e com uma quantidade mínima predeterminada de edições anteriores podiam fazer alterações.

Manifestantes, terroristas ou bolsonaristas no 8 de Janeiro

Sem mais ataques bolsonaristas na edição do texto durante o período, usuários verificados debatiam como o texto deveria ser construído. A primeira grande conversa aconteceu nas primeiras horas. Membros questionavam se deveriam usar o termo "manifestantes", "terroristas" ou "bolsonaristas".

Às 18h31 do 8 de janeiro de 2023, um usuário propôs que o termo "terrorista" fosse usado e editou o texto usando a palavra. Uma nota publicada por representantes dos Três Poderes definiu os atos dessa forma.

Às 19h, um administrador mostrou oposição ao uso da palavra. "Talvez no futuro seja essa a caracterização majoritária, aí não vou me opor. A Wikipédia deve tomar uma posição isenta e equilibrada com aquela tomada pelas fontes", disse. "É perfeitamente válido introduzirmos o artigo com "caracterizadas como golpistas e terroristas" por X, Y e Z."

O texto atual tem 14 menções ao termo "terrorismo", geralmente atribuído a personalidades que fizeram menção à palavra ao comentar sobre o 8 de Janeiro.

Para membros, o uso do termo "terrorismo" poderia ser um reflexo do que chamam de "emoções ideológicas". Um usuário protestou sobre isso na madrugada do dia 9 de janeiro de 2023 "Há muitos editores aqui querendo imprimir suas opiniões políticas e emoções ideológicas no artigo", disse. Ele propôs que o texto seguisse o caminho que aconteceu na edição no texto da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos.

"Sei que é um evento que está ocorrendo e suas reverberações irão continuar, mas creio que seja solução para esse impasse, e para essa introdução do artigo que está cheia de vícios ideológicos", comentou.

Segundo usuários, o texto na Wikipédia sobre a invasão no Capitólio não mencionava a invasão feita por apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump à sede do Legislativo americano contra a diplomação do presidente democrata Joe Biden como um ato "terrorista". "Golpista é uma qualificação bem mais estabelecida, melhor no curto prazo, até que se consolide uma caracterização legal", propôs um usuário, ainda no dia 8.

Restrição para edições cai em fevereiro

A restrição para edições na página sobre o 8 de Janeiro na Wikipédia caiu no meio de fevereiro de 2023. Desde então houve sucessivas ações de bolsonaristas na edição dos textos. O perfil é similar: são de contas que não são registradas.

Dois usuários tentaram mexer no texto para dizer que os atos foram causados por "infiltrados de esquerda". As edições foram revertidas.

Na página de discussão, alguns usuários protestaram contra as reversões. "O evento contava com pessoas pacíficas, pessoas desorientadas e pessoas infiltradas. Rotular e generalizar de forma ofensiva os envolvidos no evento é uma posição que ignora os fatos. Esse artigo é desonesto e fere a história e a discussão política do Brasil", comentou uma pessoa no dia 12 de janeiro.

Outro usuário, inconformado com as edições limitadas, reclamou com um texto todo em caixa alta, geralmente usado na internet para expressar revolta. "Mais (sic) os depoimentos já coletados comprovam que houve ação de infiltrados para imputar a culpa a um povo que ficou a (sic) frente dos quartéis por mais de 60 dias de forma ordeira e pacífica", comentou.

Ele prosseguiu, dizendo que os usuários teriam "vergonha" do que estavam escrevendo. "Tenho 66 anos, vivi no período do regime militar, e eu e minha geração sabe (sic) muito bem quem tem 'DNA' para depredar patrimônio público e privado, queimar pneus nas ruas para paralisar as vias públicas e se infiltrar em movimentos pacíficos para causar tumultos e violência".

Enquanto isso, ao longo de 2023, outras pessoas voltaram a tentar favorecer Bolsonaro nas edições. Um usuário tentou alterar o texto para dizer que "riscos de fraude eleitoral" e a "falta de provas de lisura nas urnas" teriam garantido a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. A edição foi revertida quatro minutos depois.

Ainda houve outra mudança para dizer que Bolsonaro teria vencido a eleição, ação revertida 37 minutos depois. Um editor disse que os manifestantes foram rotulados de bolsonaristas apenas "pela imprensa e pela esquerda" - ato revertido 14 minutos depois. Outra pessoa afirmou que a "maior parte da manifestação foi pacífica".

Um usuário disse que não houve uma tentativa de instigar um golpe no 8 de Janeiro, mas sim uma "intervenção federal", expressão comumente usada por bolsonaristas acampados nos quartéis dias anteriores para contornar as acusações de que eles estariam pedindo que os militares dessem um golpe de Estado.

Para Célio Costa Filho, cofundador do Wiki Movimento Brasil, a Wikipédia não é um projeto baseado em opinião, mas que procura retratar os verbetes a partir das fontes disponíveis, especialmente as fontes fiáveis e independentes. "À Wikipédia interessa descrever um fato de forma enciclopédica, sempre baseado em fontes. Se as fontes trazem dados e afirmações, a Wikipédia deve incorporar esses dados e informações citando essas. O leitor da Wikipédia deveria ter o letramento científico para julgar se as fontes que a Wikipédia usa são confiáveis ou não", afirma. "(A Wikipédia) não é um projeto de opinião. É um projeto de fontes fiáveis."

Patrícia Rossini, professora de Comunicação, Mídia e Democracia na Universidade de Glasgow, na Escócia, aponta que as sucessivas alterações podem produzir riscos a pessoas que recorrem à Wikipédia como fonte de informações.

"A depender de quando essas edições são feitas e por quanto tempo essas edições distorcidas ficam online, é possível que pessoas que utilizam a Wikipédia como fonte de informação podem estar desinformadas permanentemente, porque a gente não checa a página como consome notícias ou checa o e-mail. O usuário final não pensa muito em como aquelas informações estão ali na página", afirma.

A página sobre o 8 de Janeiro no Wikipédia foi visualizada 60 mil vezes ao longo de um ano e passou por 694 edições feitas por 116 usuários - dessas 694 edições, 532 foram feitas unicamente no dia 8. 29 edições foram desfeitas por editores e moderadores. O texto tem 48,8 mil caracteres.

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou, em entrevista à GloboNews, que a PF já investigava os responsáveis pelo plano que envolvia o homicídio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nos atos golpistas do dia de 8 de janeiro. Sem dar maiores detalhes, Andrei Rodrigues disse que os responsáveis já podem ser identificados e que a PF está debruçada sobre o tema.

O plano foi revelado pelo próprio Moraes nesta quinta-feira, 4, em entrevista ao jornal O Globo. De acordo com o ministro, no dia em que uma série de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir o Congresso, havia uma série de planos contra ele. Um deles, o "mais exaltado", como classificou, defendia que Moraes deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes.

##RECOMENDA##

Esse plano, segundo o ministro, incluía a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que monitorava seus passos.

Segundo Andrei Rodrigues, o monitoramento de Moraes por parte da Abin foi feito de maneira indevida e ilegal. O uso de uma ferramenta para acompanhá-lo, continuou, "em nenhuma hipótese poderia estar sendo usada por uma agência que não tem atribuição legal". Andrei Rodrigues afirmou que existe uma investigação para apontar os responsáveis por esse monitoramento.

Sobre o plano contra Moraes, ele afirmou que essa é uma situação "absolutamente grave". O plano foi descoberto, afirmou, por meio de trocas de mensagens que são investigadas e que é possível a identificação das pessoas envolvidas. O diretor, no entanto, não deu maiores detalhes sobre os responsáveis.

Regulação das Mídias

O diretor também defendeu, durante a entrevista, a regulação das mídias sociais. "O que é crime no mundo real é crime no mundo virtual", disse o diretor. "É imperioso que se tenha, a exemplo do que a União Europeia tem, uma regulação das redes sociais" disse.

Deputados e governadores aliados ao bolsonarismo têm se mobilizado para justificar suas ausências no evento que o Governo Lula organizou para a próxima segunda-feira (8), e que deve relembrar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2022. Com o mote “Democracia Inabalada”, o evento terá a presença de aproximadamente 500 convidados, dentre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de congressistas, governadores e ministros do governo.  

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não comparecerá ao evento. Tarcísio está na Europa e só deve retornar ao Brasil na noite do dia 8, após o ato; auxiliares de Tarcísio falaram que houve apenas uma “coincidência” e conflito entre as datas. O vice-governador, Felício Ramuth (PSD), também não comparecerá, pois já tem viagem marcada para a China. Com a ausência dos governadores, quem assumirá internamente é o André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, que ainda não confirmou se vai participar do ato. 

##RECOMENDA##

Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal e uma das principais figuras no desenrolar no 8 de Janeiro, também não poderá comparecer ao evento. O gestor está de férias em Miami, nos Estados Unidos, até 15 de janeiro, de acordo com o g1. Em 9 de janeiro do ano passado, o Supremo afastou Ibaneis do cargo por conduta “dolosamente omissiva” em relação ao ataque. Ele retornou ao posto dois meses depois, em 15 de março. 

Na cúpula do Partido Liberal (PL), dois governadores têm agendas ainda “indefinidas”. São eles Jorginho Mello, de Santa Catarina, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro. A assessoria de Jorginho disse não ter sido informada sobre o convite ao evento, portanto, não há posicionamento formal sobre a agenda. Já Castro, não confirmou presença; o gabinete informou que o governador tem uma reunião com seu secretariado marcada para o dia 8 e que a presença no ato em Brasília segue indefinida. 

Em Minas Gerais, a Secretaria de Comunicação afirma que a agenda do governador Romeu Zema (Novo) “ainda não está definida”, de acordo com O Globo. Em Goiás, o governo “ainda não consegue confirmar”, já que Ronaldo Caiado (União Brasil) está em viagem de férias. 

Convite para o novo ato 8/1 

Em 12 de dezembro, durante um evento com governadores, Lula convidou os chefes dos Executivos estaduais publicamente. 

"Estou convidando todos os governadores, porque dia 8 de janeiro vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou-se dar um golpe no dia 8 de janeiro e que ele foi debelado pela democracia desse país. Pretendo ter todos os governadores aqui, deputados, senadores, empresários, para nunca mais deixar as pessoas colocarem em dúvida que o regime democrático é a única coisa que dá certeza de as instituições funcionarem e o povo ter acesso à riqueza que produz", disse o presidente. 

 

Depois de que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiará Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista, na disputa pela reeleição no ano que vem, núcleos bolsonaristas têm mostrado insatisfação nas redes. Um segmento dos apoiadores do ex-presidente prefere apoiar Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente. Um dos expoentes do descontentamento é o deputado estadual Lucas Bove (PL).

Na rede social "X", antigo Twitter, o parlamentar citou uma frase dita pelo próprio Bolsonaro há pouco mais de uma semana, quando afirmou que o candidato deveria ser Salles. Em evento do PL no dia 12 de dezembro, o ex-presidente pediu "Salles prefeito" em conversa com jornalistas e acrescentou que "São Paulo merece realmente um nome de uma pessoa que vá fazer pelo município, e não fazer por um partido".

##RECOMENDA##

Foi essa frase que Bove destacou e, na sequência, disse que espera um candidato de direita para disputar o Poder Executivo da capital. "Essas foram as últimas palavras que saíram da boca do nosso líder e sempre presidente Bolsonaro sobre a Prefeitura de SP! Portanto, eu ainda acredito que teremos uma candidatura de direita. Ou vocês confiam na palavra de mais alguém que não seja o próprio presidente?", publicou para seus seguidores.

Na tarde desta sexta-feira, 22, o deputado voltou a comentar sobre o assunto. "De minha parte, a decisão final do presidente Jair Bolsonaro será respeitada e acatada, ele é nosso líder e ponto. Mas, enquanto ele não se pronuncia oficialmente, sigo acreditando, torcendo e sonhando em ter um candidato de direita na minha cidade querida", disse. Ao final da postagem, ele colocou uma hashtag em apoio a Ricardo Salles.

Ex-deputado federal e apoiador de Bolsonaro, Coronel Tadeu (PL) publicou uma live com o título: "Ricardo Salles poderá dar uma senhora rasteira em Ricardo Nunes." Ele citou que a "direita" precisa se unir em São Paulo e usou como exemplo as eleições de 2022, quando Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes perderam na capital paulista, ainda que Freitas e Pontes tenham ganho no Estado.

"Na cidade de São Paulo, o Lula ganhou do Bolsonaro. O [Fernando] Haddad ganhou de Tarcísio. O Marcos Pontes perdeu para o Márcio França no Senado. A direita está precisando mostrar mais força na cidade de São Paulo. Ganhar a Prefeitura é muito importante. E grupo é grupo. O município de São Paulo é o maior do Brasil, tem orçamento maior que muitos Estados. É importante a direita marcar posição. Quem vai dizer quem é candidato é Jair Messias Bolsonaro", disse em trecho da live.

Apoiadores de Bolsonaro aproveitaram as publicações para comentar e mostrar sua preferência por Ricardo Salles na disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano que vem.

Como o Estadão mostrou, depois do acordo em torno do nome de Ricardo Nunes, caberá a Jair Bolsonaro indicar o nome do vice. Isso ocorrerá em meados de fevereiro, quando Bolsonaro retorna de férias.

A disputa pela Prefeitura de São Paulo tem ainda, por ora, Guilherme Boulos (PSOL), Kim Kataguiri (União), Tabata Amaral (PSB) e Maria Helena (Novo) entre seus pré-candidatos.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) teria se comprometido em uma reunião nesta segunda-feira, 4, a não mais enviar para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o projeto de lei que aumenta o ICMS no Estado, segundo os deputados Gil Diniz (PL-SP) e Lucas Bove (PL-SP) que participaram do encontro que durou quase cinco horas. Outra possibilidade discutida é esperar e mandar o texto apenas no ano que vem.

O aumento da alíquota-base de 18% para 19,5% havia sido anunciado por Estados do Sul e do Sudeste no final de novembro sob a justificativa de não perder arrecadação com a reforma tributária. Procurado, o governo de São Paulo ainda não se posicionou. Segundo fontes na Alesp e no Palácio dos Bandeirantes, a desistência de enviar o projeto ainda neste ano era discutida no governo pelo menos desde sexta-feira, 1º.

##RECOMENDA##

A reunião, que começou por volta das 12h15m e foi até às 17h, também contou com a presença dos deputados Major Mecca (PL) e Tenente Coimbra (PL) e teve como objetivo discutir a relação entre o bloco bolsonarista e o governo Tarcísio. Eles estão insatisfeitos com o que consideram gestos do governador a deputados e partidos de esquerda. O Estadão apurou que os parlamentares, antes da reunião, cogitaram deixar a base de governo, mas a promessa sobre o ICMS os convenceu a permanecer.

De acordo com Bove, o grupo nunca deixou de apoiar o que considera "boas propostas do governador", mas não deixará de criticar as iniciativas que não concordar. "O importante é que, dialogando, conseguimos avanços em barrar o aumento de ICMS, no compromisso de valorização das nossas polícias e o empenho em multiplicar as escolas cívico-militares em SP", disse o parlamentar.

"Além de reafirmar nosso compromisso com o governador Tarcísio que vem desde o início do mandato, ouvimos que ele não enviará para a Alesp a proposta de aumento de impostos", acrescentou Gil Diniz.

Na Alesp, porém, também é cogitada a possibilidade do governo apenas adiar o envio do projeto com o aumento do imposto para 2024. Neste caso, o Executivo deixaria de arrecadar R$ 6 bilhões apenas no ano que vem em razão do princípio da anterioridade. Aumentos de impostos só entram em vigor no ano seguinte ao que foram aprovados.

Em entrevista na semana passada, Tarcísio disse que estava estudando o projeto e afirmou que sua decisão estará relacionada ao modelo de transição previsto na reforma tributária. "A principal proxy para definir a participação no bolo tributário de cada ente é a fotografia [da arrecadação] de 2024 a 2028, é lógico que isso vai ter uma influência. Dezenove estados já fizeram. Se a gente não faz nada, a perda financeira em 50 anos é muito importante. A gente vai topar deixar dezenas de bilhões na mesa?", questionou ele.

De acordo com os parlamentares que participaram da reunião nesta segunda-feira, 4, Tarcísio demonstrou disposição em arcar com as consequências políticas e financeiras de desistir do aumento do ICMS. O governador também ficou de enviar até a semana que vem projeto de lei para regularizar a situação das escolas cívico-militares em São Paulo, iniciativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) que foi descontinuada por Lula (PT). Quando o programa federal foi cancelado, o governador já havia declarado que iria manter a iniciativa em São Paulo.

Insatisfação dos bolsonaristas

Integrantes da base do governador minimizam o movimento dos bolsonaristas, já que o grupo é pequeno, e classificam a postura deles como radical. Eles consideram que o atrito não irá atrapalhar na votação da privatização da Sabesp, prioridade do governo neste momento. A expectativa é que a autorização para vender a estatal de saneamento básico seja aprovada entre terça-feira, 5, e quarta-feira, 6, após o esgotamento da discussão iniciada nesta segunda.

Outro ponto de tensão com os bolsonaristas é o pagamento das chamadas indicações parlamentares, emendas cujo pagamento não é obrigatório. Tarcísio prometeu liberar R$ 11 milhões para cada deputado da base e metade disso para oposição. Porém, a maior parte dos aliados recebeu apenas R$ 4 milhões e outros, como os quatro deputados do PL que se reuniram com o governador, ainda não foram atendidos.

O motivo apontado pelo governo é técnico, já que as indicações precisam cumprir etapas burocráticas, como a apresentação do plano de trabalho e assinatura de convênios. A exceção são os recursos para a área da saúde, que são transferidos direto do fundo estadual para o fundo municipal. Na reunião, o governador teria se comprometido a agilizar as indicações do grupo bolsonarista.

Causa irritação que a oposição também está recebendo os recursos voluntários. O deputado Gil Diniz criticou o fato do governo ter liberado R$ 500 mil para a Prefeitura de Queiroz após indicação da deputada Thainara Faria (PT-SP).

"A deputada é forte opositora ao Governador, é contra a privatização da Sabesp, votou tudo contra o governo, mas, ainda assim está sendo atendida com recursos voluntários. Ingratidão é um dos piores defeitos que um ser humano pode ter!", escreveu o bolsonarista no X (ex-Twitter) na sexta-feira (1º). Ele pontuou que a petista não "agradeceu" Tarcísio.

A senha para o movimento de cobrança dos parlamentares sobre o governador foi dada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que há cerca de 15 dias disse que "não estava tudo certo" na relação entre ele e seu ex-ministro de Infraestrutura e que "jamais faria certas coisas" que Tarcísio faz com a esquerda. Entre as insatisfações, estão a foto tirada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a postura do governador em apoio à reforma tributária.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos por envolvimento com os ataques de 8 de Janeiro, com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro da Alexandre de Moraes. O detento tomava um banho de sol na Penitenciária da Papuda, em Brasília, nesta segunda (20), quando teve um mal súbito.

A defesa de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia despacho do STF sobre a solicitação. O homem respondia a uma ação penal por acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

##RECOMENDA##

O senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma "burocracia que vem cerceando direitos dos presos". "É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido", afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. "Alguém terá que ser responsabilizado", afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma "apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia".

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de "patriota" e publicou uma imagem em que afirma que o preso "pagou com a sua vida".

Outro parlamentar bolsonarista a se posicionar após a morte de Cleriston foi o deputado José Medeiros (PL-MT). O político afirmou que a morte do homem seria uma "nódoa" para o ministro do STF Alexandre de Moraes. "Esse senhor não era para estar preso", disse.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. "Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo", disse.

Cleriston era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde que foi preso em janeiro durante a invasão dos Três Poderes. Ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão.

A Câmara dos Deputados gastou R$ 12,9 mil para financiar a passagem e estadia de bolsonaristas na Argentina durante o primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro. De acordo com dados do Portal da Transparência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Rodrigo Valadares (União-SE) e Marcel Van Hatten (Novo-RS) utilizaram verbas da Casa para apoiar o candidato Javier Milei.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo se empenhou pessoalmente na campanha do candidato libertário à Casa Rosada. Ele saiu de Brasília em 22 de outubro - dia do primeiro turno das eleições argentinas -, fez uma escala em Guarulhos, São Paulo, e aterrizou em Buenos Aires às 12h10. O trajeto, ao custo de R$ 1,7 mil, foi pago pelo deputado e reembolsado pela Câmara. Na volta, Eduardo gastou outros R$ 2,5 mil no mesmo percurso. Ao todo, foram gastos R$ 4.216,07 com as passagens de ida e volta. As informações foram publicadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pelo Estadão.

##RECOMENDA##

Eduardo chegou à Argentina já durante o transcorrer da votação. Nas redes sociais, ele publicou uma imagem com o desenho de Milei segurando uma motosserra ao lado de Bolsonaro e do ex-presidente americano Donald Trump. "Um prazer estar bem acompanhado na terra dos irmãos!", escreveu.

Marcel Van Hattem saiu de Porto Alegre em 21 de outubro com destino a Buenos Aires. O parlamentou retornou no dia 23 pela manhã, um dia após o primeiro turno. As passagens de ida e volta custaram aos cofres da Câmara R$ 4.236,19. Van Hattem solicitou reembolso pelo valor gasto.

Já no caso do deputado Rodrigo Valadares, os gastos custeados pela Câmara foram com hospedagem. O deputado do União Brasil pediu o reembolso de R$ 4.537,66 referentes a quatro diárias, entre 19 e 23 de outubro, no Hotel Hilton, em Puerto Madero, na capital Argentina.

Valadares e Eduardo foram recebidos pela vice-presidente na chapa de Milei, Victoria Villarruel. Nas redes sociais, o parlamentar postou vídeos ao lado de Victoria e em um comício da chapa de oposição a Sergio Massa, candidato peronista.

De acordo com Valadares, o deputado viajou à convite da coalização partidária La Libertad Avanza, de Javier Milei, após "denúncias de interferência do governo brasileiro na eleição presidencial da Argentina em favor do candidato Sergio Massa". Segundo o parlamentar, as agendas foram documentadas e os valores gastos são menores do que os gastos de uma viagem entre Aracaju e Brasília.

Os deputados Eduardo Bolsonaro e Marcel Van Hattem foram procurados pelo Estadão, mas não se manifestaram até a pubicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.

Procurada pelo Estadão, a Câmara disse que os questionamentos sobre os gastos e autorizações de viagens oficiais deveria ser feito via Lei de Acesso à Informação (LAI), instrumento que dá 20 dias para que o órgão disponibilize as informações.

Depois de Lázaro Ramos, chegou a vez de Diogo Nogueira ser vítima da ira dos apoiadores de Jair Bolsonaro. No dia 9 de dezembro, o sambista levará para o público de Porto Alegre o seu mais novo show. Com a agenda certa para se apresentar no Auditório Araújo Vianna, Diogo entrou na mira dos bolsonaristas.

No X, antigo Twitter, diversas pessoas criaram a hashtag #BoicoteDiogoNogueira. A ideia deles é que o espetáculo do músico seja um fiasco. Em uma das postagens, nesta segunda-feira (6), um dos internautas soltou: "Hora do cancelamento. Vamos valorizar o nosso bolso".

##RECOMENDA##

Vale lembrar que em junho deste ano, durante um show, Diogo Nogueira agradeceu ao povo nordestino por ter contrubuído na eleição de 2022. A declaração do artista foi feita no São João de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. "Eu tô aqui para agradecer o povo nordestino por ter tirado aquela besta do poder", disse Diogo Nogueira, no momento em que interpretava a canção Tá Escrito, do grupo Revelação.

[@#video#@]

Na última sexta-feira (13), a hashtag #BISnuncamais entrou nos assuntos mais comentados do X, antigo Twitter. O movimento nas redes ocorreu após a marca fazer uma publicidade com o influenciador Felipe Neto.

Para divulgação do evento de cultura pop CCXP, que será realizado de 30 de novembro até 3 de dezembro, a Bis, que é uma das patrocinadoras, iniciou uma campanha junto aos podcasters Igão e Mítico, que apresentam o Podpah. Felipe Neto participou de um episódio destacando a parceria dele com a marca de chocolates da Lacta na terça-feira (10).

##RECOMENDA##

Após ver a repercussão negativa de sua aparição no Podpah, Felipe Neto comentou o caso em suas redes. “A nossa história segue sendo escrita com o nosso suor e a lágrima dos extremistas. Venceremos sempre!”. Após isso, seus fãs, apelidados de 'corujas', subiram a hashtag #corujaspedemBIS como resposta.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, acompanhou o ministro Alexandre de Moraes e votou pela condenação de mais cinco réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Os acusados sob julgamento no plenário virtual da Corte máxima são apontados como executores diretos da depredação dos prédios dos Três Poderes. A proposta do relator, Moraes, é que eles peguem penas de até 17 anos de prisão pelos crimes contra o Estado de Direito.

As ações são analisadas pelo Supremo em sessão virtual que teve início nesta terça-feira, 26, e tem previsão de terminar na segunda, 2. Ainda faltam depositar seus votos os ministros Luís Roberto Barroso, Cristino Zanin, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luix Fux e Rosa Weber. Essa última poderá se manifestar até a sexta-feira, 29, quando encerra seus trabalhos na Corte máxima.

##RECOMENDA##

As acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra os investigados versam sobre cinco crimes: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.

Veja quem são os réus e as penas propostas para cada um:

- João Lucas Vale Giffoni, psicólogo, preso no Senado Federal. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, por todos os cinco crimes;

- Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, dona de casa, presa no Palácio do Planalto. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, todos os cinco crimes;

- Nilma Lacerda Alves, técnica de enfermagem, presa no Senado Federal. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, por todos os cinco crimes;

- Moacir José dos Santos, entregador, preso no Palácio do Planalto. A pena proposta por Moraes foi de 17 anos, sendo 15 anos e meio em regime fechado, por todos os cinco crimes;

- Davis Baek, autônomo, preso na Praça dos Três Poderes com dois rojões não disparados, munições de gás lacrimogêneo, balas de borracha, uma faca e dois canivetes. Moraes sugeriu uma pena de 12 anos de reclusão e defendeu a absolvição pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tomado.

A polarização política no Brasil entre os apoiadores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda é uma realidade entre o eleitorado mesmo após quase um ano da eleição presidencial de 2018. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (15), 29% dos eleitores se definem como petistas convictos, enquanto 25% afirmam ser bolsonaristas raiz.

Segundo a pesquisa, a parcela neutra - que diz não estar ligada nem a Lula nem a Bolsonaro - representa 21% do eleitorado.

##RECOMENDA##

Aqueles que dizem ser mais próximos do petismo são 11% e os mais alinhados ao bolsonarismo, 7%, enquanto 1% afirma não saber.

Desde a primeira edição dessa pesquisa, em dezembro de 2022, a parcela de petistas convictos diminuiu três pontos porcentuais, indo de 32% para 29%. Por outro lado, a quantidade de bolsonaristas raiz se manteve a mesma, estável em 25% ou com oscilação dentro da margem de erro.

A permanência de apoiadores fiéis a Bolsonaro ocorre ao mesmo tempo em que o ex-presidente é alvo - direta ou indiretamente - de cinco investigações diferentes. Desde que deixou a Presidência, há nove meses, ele também teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação sobre a venda de joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse mesmo período, também viu aliados próximos serem presos.

A pesquisa Datafolha foi realizada com 2.016 pessoas nos dias 12 e 13 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

Aprovação estável de Lula

Na quinta-feira (14), o Datafolha mostrou que a taxa de aprovação do governo Lula está estável enquanto a reprovação teve um crescimento entre os eleitores. Segundo o levantamento, 38% consideram a gestão do petista boa ou ótima, enquanto que 30% a avaliam como regular. Outros 31% acham o mandato do presidente ruim ou péssimo, e 2% não souberam opinar.

Também foi perguntado aos eleitores sobre a expectativa para o governo no futuro. Para 43% do eleitorado, será bom ou ótimo. Os que veem uma piora são 28%. Outros 27% preveem um mandato regular.

Decepcionados com as Forças Armadas por não aderirem à tentativa de golpe, bolsonaristas querem esvaziar as celebrações do 7 de Setembro. Símbolo do patriotismo brasileiro, tradicionalmente, o Dia da Independência promove desfiles cívico-militares, mas, no governo de Jair Bolsonaro (PL) a data foi usada como evento eleitoreiro.

As publicações nos perfis do Exército, da Marinha e da Aeronáutica passaram a ser tomadas pela campanha virtual de bolsonaristas que que incentivam o "fique em casa" para boicotar os desfiles em todo o país, nesta quinta (7).

##RECOMENDA##

LeiaJá também: Secom divulga cronograma do desfile de 7 de Setembro

Apoiadores do ex-presidente também começaram a compartilhar a campanha de doação de sangue mobilizada por Flávio Bolsonaro (PL) para o Dia da Independência. O senador chegou a afirmar que o presidente Lula (PT) estaria desesperado com a possibilidade de fiasco de público do 7 de Setembro.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, disse nesta quinta-feira (31), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que ‘seria mais duro’ nas suas ações diante dos golpistas que invadiram o Palácio do Planalto naquele dia.

No seu discurso inicial na CPMI, G. Dias considerou os atos como “agressões impensáveis à democracia” e um “ataque inédito e inimaginável”.

##RECOMENDA##

"Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos e, também, da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis e militares de segurança pública, seria mais duro do que fui na repressão", disse.

"Faria diferente embora tenha plena certeza que envidei todos os esforços e ações que estavam ao meu alcance para mitigar danos. O mais importante: preservar vidas de cidadãos brasileiros sem derramamento de uma gota de sangue", afirmou.

Na ótica de G. Dias, “o consorcio de ações e inações das forças policiais levou aqueles eventos”. Segundo o ex-ministro, até poucas horas antes dos atos, a Polícia Militar do Distrito Federal considerou tranquilidade e calmaria no clima.

Veja o depoimento:

[@#video#@]

Governadores de direita aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceram ao lançamento do novo PAC, programa do governo federal que prevê investimentos em infraestrutura em todo o País. Tarcísio de Freitas (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Jorginho Mello (Santa Catarina) alegaram agendas conflitantes e ficaram de fora da foto oficial ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia desta sexta-feira (11), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (União), que levou um "puxão de orelha" de Lula pela atuação da Polícia Militar fluminense, sentou-se nas primeiras fileiras. Apesar do "climão" entre os dois, as arestas começaram a ser aparadas no mesmo dia em um jantar oferecido pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O prefeito carioca trabalha para se aproximar de Castro com vistas às eleições municipais do ano que vem.

##RECOMENDA##

Para não fechar as portas do Rio ao governo federal, Castro quer manter uma boa relação com o governo petista. Nesta semana, ele foi à Brasília e se encontrou com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Camilo Santana (Educação). Desde a eleição do ano passado, o chefe do Executivo estadual dá sinais de afastamento do bolsonarismo.

Zema, que defendeu, em entrevista ao Estadão, a atuação conjunta dos Estados do Sul-Sudeste na atração de investimentos e na coordenação política, não compareceu ao evento. A assessoria do governador não informou o motivo da falta.

Já Tarcísio de Freitas enviou seu vice-governador, Felício Ramuth. Jorginho Mello (PL) foi representado pelo secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Jerry Comper.

Outro aliado de primeira hora de Bolsonaro, Ratinho Júnior alegou que não participaria do lançamento do PAC sob a justificativa de agendas no interior do Paraná. O secretário chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, representou o governo do Paraná.

Eduardo Leite também ficou de fora da cerimônia. Apesar dos governadores de três dos maiores Estados do País não terem comparecido ao encontro de Lula, nomes como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do Amazonas, Wilson Lima, que apoiaram Bolsonaro na última eleição, ocuparam a primeira fila do teatro e receberam Lula com apertos de mão e abraços na entrada do presidente no evento.

A declaração sobre a 'derrota' do bolsonarismo é o ponto central do pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso - protocolado nesta quarta-feira, 18 -, mas o documento foi abastecido por outras falas do magistrado que incomodam os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os 12 senadores e 70 deputados que subscreveram o texto turbinaram a solicitação demonstrando incômodo com sobre outras duas frases do magistrado: "Nós é que somos os poderes do bem" e "Perdeu, mané".

##RECOMENDA##

A primeira declaração ocorreu em abril de 2022, quando Barroso palestrou na Brazil Conference, organizada pela universidade de Harvard.

Na ocasião, Barroso afirmou: "eu preciso ter uma compreensão crítica de que coisas ruins estão acontecendo, mas é preciso não supervalorizar o inimigo. Nós somos muito poderosos, nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem, nós é que ajudamos a empurrar a história na direção certa".

A fala se deu após comentários de outros participantes sobre uma eventual vitória de Bolsonaro nas eleições de 2022. Para os parlamentares aliados do ex-presidente, a declaração se deu em um contexto de 'repetição de chavões da histeria antibolsonarista'.

Eles sustentam uma 'visão moralista da política, com veios messiânicos, que identifica o "eu" com o bem, e o "outro" com o mal'.

Ao mencionarem a fala de Barroso na Brazil Conference, os aliados de Bolsonaro dizem que, no caso, não é possível usar a 'desculpa de que as afirmações se deram como retorsão a provocações', como no episódio do 'Perdeu, Mané'. Barroso disse tal frase após ser hostilizado em Nova York, em novembro de 2022.

No pedido protocolado nesta quarta, 19, os deputados atribuem a Barroso suposta incidência em dois crimes de responsabilidade: 'exercer atividade político-partidária' e 'proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções'.

"Isento das paixões político-partidárias, exige-se do Poder Judiciário que funcione como o corpo técnico do estado que aplica o Direito, pacificando as relações sociais acima das divergências ideológicas", alegam.

'Nós derrotamos o bolsonarismo'

Apesar de o pedido de impeachment de Barroso fazer menção a outras declarações de Barroso, o ponto central do documento de 32 páginas é a afirmação "nós derrotamos o bolsonarismo". Para os parlamentares, a fala, dita na quarta-feira, 12, 'fere de morte a democracia'.

Barroso proferiu a frase durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), após um grupo chamá-lo de 'inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016'. Em resposta, o ministro afirmou: "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas".

Em nota, o Supremo afirmou que a afirmação de Barroso se referia ao 'voto popular e não à atuação de qualquer instituição'. Depois, o próprio ministro divulgou nota indicando que usou a expressão 'derrotamos o bolsonarismo' quando 'na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria'.

"Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas", frisou.

Como mostrou o Estadão, nos últimos cinco anos, Barroso já foi alvo de 17 pedidos de impeachment no Senado. Apesar de a Constituição prever a possibilidade de alijamento de um magistrado da Corte máxima em cinco hipóteses específicas, desde que o STF foi criado, há 132 anos, nenhum ministro perdeu a cadeira por impeachment.

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (6), em Brasília, a operação Embarque Negado, que visa apurar possíveis financiadores dos atos de invasão ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, ocorrido em dezembro de 2022, bem como uma possível conexão probatória com os envolvidos na tentativa de atentado à bomba nas proximidades do mesmo Aeroporto, também ocorrido em dezembro do ano passado.

A investigação se refere ao ocorrido nos dias 02/12/2022 e 08/12/2022, quando várias pessoas invadiram a área de acesso restrito e adjacências do Aeroporto Internacional JK, causando uma série de transtornos à segurança aérea e ao serviço aeroportuário.

##RECOMENDA##

A ação cumpre seis mandados de busca e apreensão em três Unidades da Federação: um em Marabá/PA, um em Água Boa/MT e quatro no Distrito Federal.

Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo, crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e associação criminosa – todos previstos no código penal.

Balanço

- Quatro alvos de busca e apreensão em Brasília/DF são endereços ligados a envolvidos no transporte dos manifestantes.

- Um alvo de busca e apreensão em Marabá/PA é suspeito de ter financiado os atos. Ele foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

- Um alvo de busca e apreensão em Água Boa/MT é suspeito de ter financiado os atos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira, 9, pela abertura de ações penais contra 225 incitadores e 25 executores dos atos golpistas de 8 de janeiro. Caso o parecer seja encampado pela maioria dos ministros da Corte, como ocorreu nos outros julgamentos sobre a ofensiva antidemocrática, o número de réus pelo vandalismo às dependências dos três Poderes pode ir a 800.

Trata-se da quarta leva de denúncias analisada pelo STF, em bloco. Até o momento, 550 investigados respondem formalmente à Corte máxima por crimes ligados aos atos de 8 de janeiro - 350 são apontados como incitadores dos atos de vandalismo e outros 200 como executores materiais dos delitos.

##RECOMENDA##

Aos executores dos atos golpistas, a Procuradoria-geral da República atribui crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Já aos incitadores são atribuídos delitos de incitação ao crime e associação criminosa.

Com o recebimento das denúncias, as defesas são intimadas a se manifestarem sobre as acusações da PGR e dá-se início às ações penais, com os devidos tramites de oitivas e coleta de provas. Há a expectativa de que tal processo de instrução deva tramitar no Supremo.

A Corte máxima deve seguir analisando, semanalmente, as acusações ofertadas pelo Ministério Público Federal. Foram apresentadas mais de 1,3 mil denúncias contra investigados detidos em meio a depredação do 8 de janeiro e também no dia seguinte à ofensiva, no acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

As investigações quanto a autores intelectuais e financiadores dos crimes ainda não foi concluída, assim como a apuração sobre suposta "omissão" de autoridades ante os atos de vandalismo - a qual atinge o ex-ministro Anderson Torres e o governador Ibaneis Rocha.

A estratégia de convocação em massa de ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva para audiências em comissões da Câmara dos Deputados serviu para propagar desinformação e esvaziar o debate público nas redes sociais. Levantamento mostra que grupos bolsonaristas conseguiram maior engajamento na pauta do que a esquerda, em grande medida, por meio de fake news recicladas e especulações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Dados de um levantamento da empresa de análise de dados Codecs, realizado a pedido do Estadão, apontam que 52% das menções diretas nas redes sociais a respeito das audiências foram contrárias aos ministros. Só 26% da amostra favoreceram os auxiliares de Lula e os outros 22% dos posts foram classificados como neutros.

##RECOMENDA##

Em número de reações, os grupos bolsonaristas conseguiram quatro vezes mais relevância do que apoiadores do governo. No YouTube, os lulistas surpreendem com 65% de menções positivas, mas os conteúdos somam menos visualizações do que os dos opositores. A análise envolve uma amostra de 1.878 posts de Twitter, Facebook, Instagram e YouTube publicados entre os dias 15 de março e 13 de abril.

Na lista de mensagens com maior engajamento nas redes sociais aparece uma série de conteúdos enganosos. O ministro da Justiça, Flávio Dino, por exemplo, teve dois requerimentos aprovados para "prestar esclarecimentos", entre outros assuntos, sobre sua visita ao Complexo da Maré, no Rio.

Influenciadores bolsonaristas insinuaram que o ministro teria comparecido à favela sem escolta policial, o que não é verdade, e que o encontro teria tido aval da facção criminosa Comando Vermelho. Presentes na reunião da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, em 28 de março, deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) usaram da fake news para espalhar suspeitas.

Trechos das falas dos parlamentares, sem a resposta do interlocutor, passaram a circular nas redes. Uma página no Facebook chegou a mais de 3 milhões de visualizações com o recorte de Nikolas. Já Valadares publicou a fala para mais de 858 mil espectadores. No post, há troca de letras por números em palavras como "crim3 organiz4do" - tática para driblar a moderação na plataforma.

Professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Tathiana Chicarino avalia que os requerimentos estão servindo para que grupos de extrema direita reforcem desconfianças já trabalhadas nas redes. "Funciona como um argumento de autoridade. Esses grupos dizem que o ministro foi ao Congresso prestar contas sobre isso, numa lógica de que algo deve estar errado."

DROGAS

Houve mais provocações durante a sabatina do ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, em 12 de abril. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) questionou as políticas de descriminalização das drogas defendidas por Almeida, o convidou a visitar a Cracolândia, em São Paulo, além de sugerir uma ligação entre a facção Primeiro Comando da Capital e o PT.

De forma calma e em tom professoral, Almeida respondeu que "ações ostensivas, que não levam em consideração questões de saúde pública, resultaram não na resolução do problema, mas no espalhamento da Cracolândia", situação que tem levado comerciantes a fecharem as portas.

Sobre a acusação relacionada ao PCC, o ministro classificou como "uma desfaçatez". "Essa é uma provocação que não está à altura do Parlamento brasileiro", disse Almeida.

ESCALADA

Ainda que os convites a ministros de Estado em comissões na Câmara não sejam uma novidade (o mesmo ocorreu com Jair Bolsonaro, em 2019), especialistas dizem acreditar que a retórica se tornou mais agressiva.

Para o professor de Marketing Político da ESPM Marcelo Vitorino, a adoção de uma linguagem mais extrema passa por uma tentativa desses opositores do governo de nivelar o discurso. "A impressão que tenho é que esse grupo (de deputados bolsonaristas) foi classificado como violento e agressivo e agora tenta fazer com que o governo se comporte da mesma forma."

A pesquisadora Maria Carolina Lopes, especialista em democracia e comunicação digital, destaca que os convites são instrumentos legítimos, mas que as reuniões têm sido marcadas apenas por polêmicas e tentativas de "lacração" e não por debates democráticos. (Colaborou Rubens Anater)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados bolsonaristas prestaram homenagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão deliberativa na Câmara dos Deputados, na manhã desta quinta-feira (30). Jair voltou ao Brasil durante a manhã depois de ter passado quase três meses nos Estados Unidos.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, falou que seu retorno ao país “é motivo de festa e alegria”. 

##RECOMENDA##

“Vamos lembrar a história”, disse o deputado cabo Gilberto Silva (PL-PB), explicando que as forças armadas promoveram “um ato histórico” ao deflagrar o golpe militar em 1964. Durante os 21 anos da ditadura, direitos foram retirados da população, entre outras limitações causadas pelos militares no poder.

Outro membro do Partido Liberal que falou na plenária foi o deputado Giovani Cherini (PL-RS), que se referiu a Bolsonaro como “o melhor presidente dos últimos 35 anos”.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) declarou em sua fala que hoje é “dia de alegria”, além de ter comentado que o presidente Lula “está muito sumido”. A parlamentar publicou uma foto sua nas redes sociais vestindo uma camisa estampada com uma mão com quatro dedos e marcas de tiros, fazendo alusão à morte do presidente da República.

Os senadores Jorge Seif (PL-SC), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Marinho (PL-RN) e Damares Alves (Republicanos-DF) têm mais coisas em comum do que o fato de terem sido ministros durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e eleitos no ano passado. Neste início de mandato, a atuação do quarteto também se assemelha pela quantidade de requerimentos apresentados na Casa cobrando esclarecimentos a seus sucessores na Esplanada dos Ministérios. Ao todo, já foram ao menos 30 pedidos a ministros do governo Lula feitos pelos parlamentares desde a posse no Senado, em 1º de fevereiro. A lista inclui também Sérgio Moro (União-PR), mas, neste caso, o alvo do ex-juiz não é Flávio Dino, chefe da Justiça e Segurança Pública.

Os pedidos não têm uma ação efetivamente prática, neste caso. Agora na oposição, os parlamentares bolsonaristas cumprem apenas a cartilha de contestar decisões tomadas pelo governo federal, de preferência nas áreas nas quais ainda têm alguma influência. Assim, utilizam-se das prerrogativas do cargo para pedir satisfações dos planos a serem desenvolvidos em cada ministério, sempre em tom de crítica e com a intenção de valorizar o que foi feito por eles na gestão anterior.

##RECOMENDA##

Damares, por exemplo, já oficiou o atual responsável pela pasta de Direitos Humanos, Silvio Almeida, três vezes e outras quatro a ministra Nísia Trindade, da Saúde, em temas relacionados à política para mulheres. Até abril de 2022, quando deixou o governo federal para lançar-se candidata, era ela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Os requerimentos endereçados a representantes do governo seguem um rito dentro do Senado. Cabe ao Núcleo de Apoio à Mesa Diretora e de atendimento a Parlamentares receber os pedidos e determinar um relator para cada caso, que avaliará a justificativa apresentada e emitirá um parecer, depois apreciado dentro do prazo de cinco sessões. É nesta fase que estão a maioria dos textos levantados pela reportagem.

Chamado por Bolsonaro de "zero seis", em uma alusão ao apelido dado a seus filhos, Jorge Seif (PL-SC) é outro exemplo. Ex-secretário Especial de Aquicultura e Pesca, o parlamentar já apresentou três requerimentos sobre atribuições do agora Ministério da Pesca. Dois deles pedem informações diretamente ao ministro André de Paula, sobre a pesca da tainha. Marina Silva, do Meio Ambiente, também foi questionada a respeito.

"A portaria é absurda e não traz informações ou dados técnicos que a sustentem. Por isso, exigimos explicações para essa medida arbitrária", justificou o senador.

Escolhido por Bolsonaro para disputar uma vaga de senador por Santa Catarina no ano passado, Seif é aliado próximo da família e, assim como outros representantes da bancada bolsonarista, atua na Casa para tentar derrubar o decreto antiarmas assinado por Lula para dificultar o acesso e o porte no Brasil.

O astronauta Marcos Pontes, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, já solicitou informações à ministra Luciana Santos, sua sucessora, em quatro ocasiões. Em um dos requerimentos, o parlamentar relata ter recebido a visita de pesquisadores para denunciar atrasos no pagamento de bolsas, confirmado pelo próprio presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão.

A atual responsável pela pasta também foi questionada pelo senador sobre as medidas tomadas para o enfrentamento de episódios de gripe aviária no Brasil. O mesmo pedido de dados foi também endereçado à ministra Nisia Trindade, da Saúde.

"Tenho acompanhado com atenção a notícia sobre os casos de gripe aviária no Camboja e a confirmação de contaminação em seres humanos pela OMS. Por isso, apresentei requerimentos para os ministérios da Saúde, da Agricultura e Pecuária e da Ciência, Tecnologia e Inovação para saber quais medidas estão sendo tomadas para o enfrentamento da doença no Brasil", justificou o senador.

Derrotado em sua tentativa de eleger-se presidente do Senado, Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional e do Trabalho na gestão Bolsonaro, também tem adotado a prática de solicitar informações a atuais ministros ou demais representantes do alto escalão, com destaque para Jorge Messias, da Advocacia Geral da União (AGU).

Marinho iniciou seu mandato com oposição sistemática ao governo Lula e foco na defesa de ações desenvolvidas pela gestão Bolsonaro. Pelas redes sociais, o senador procura relembrar leis aprovadas pelo governo passado especialmente na área econômica, como a privatização da Eletrobrás e o novo Marco Legal do Saneamento.

Mais que um conjunto de leis, o Marco Legal do Saneamento representa uma revolução civilizatória para o Brasil. Desde sua sanção, concessões e outorgas arrecadaram mais de R$ 90 bilhões, destinados para obras de melhorias e ampliação de infraestruturas, aprimorando serviços.

Os mesmos temas têm sido destaque em suas falas na tribuna do Senado e nos pedidos de informação a integrantes do governo federal. Ao ministro Márcio França, por exemplo, responsável por Portos e Aeroportos, Marinho cobra dados sobre o programa "Voa, Brasil", que visa incentivar a oferta de passagens aéreas mais baratas à população.

Damares

 

Desde fevereiro, a senadora já solicitou informações sobre as políticas adotadas pelo Ministério da Saúde para pessoas com doenças raras, sobre ações desenvolvidas pelo Ministério dos Direitos Humanos para prevenir gravidez na adolescência e sobre os motivos da revogação de diversas portarias editadas entre 2019 e 2022, como a que obrigava médicos a relatarem casos de aborto decorrente de estupro à polícia, entre outras.

Damares defende mudanças nas regras vigentes no Brasil para o chamado aborto legal - em caso de estupro, anencefalia do feto e risco à gestante. Em seus requerimentos, a senadora também pede avaliação das atuais políticas de Direitos Humanos a famílias e crianças, assim como acompanhamento da aprendizagem de alunos da educação básica.

Depois de divulgar ter "sido acometida pelo vírus da herpes zoster", Damares ainda sugeriu à ministra da Saúde, Nísia Trindade, a inclusão da vacina contra a doença no Calendário Nacional de Vacinação.

Já o ex-ministro Sérgio Moro (União-PR), por enquanto, não tem focado nas ações desenvolvidas por Flávio Dino, da pasta de Justiça e Segurança Pública. Até aqui, Moro pediu dados a Fernando Haddad, da Fazenda, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também não tem cobrado seu sucessor na pasta de Agricultura.

O que dizem os senadores

 

Todos os senadores mencionados na reportagem foram procurados pelo Estadão. Eles foram questionados sobre os ofícios, bem como sobre a existência de uma eventual articulação feita por meio dos envios.

Damares Alves justificou que "são requisições de informação". "Estou apresentando diversos (pedidos) conforme o artigo 50 da Constituição Federal", afirmou a ex-ministra das Mulheres.

A assessoria de comunicação de Rogério Marinho reiterou as justificativas dos ofícios e disse que, além dos identificados pela reportagem, houve outros questionamentos direcionados aos ministros Jader Barbalho Filho (Cidades), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).

O gabinete de Jorge Seif informou que o senador está cumprindo agendas em São Paulo, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando