Quais os candidatos de Bolsonaro para os Governos do NE?

Alguns ministros serão liberados para estruturar as candidaturas próprias e fortalecer a base do presidente na região

qui, 27/01/2022 - 13:18

Para ser reeleito presidente, Jair Bolsonaro implodiu o discurso da 'nova política' e se filiou ao PL como um movimento de retorno ao Centrão. Em busca de alianças no Nordeste para entrar mais tranquilo na disputa, alguns nomes surgem como possíveis candidatos a receber o apoio do Planalto para consolidar as campanhas aos estados da região.

Uma das estratégias estudadas em Brasília é aproveitar a popularidade do quadro de ministros para ampliar as bases do presidente. Dessa forma, a regra eleitoral impõe que os escolhidos por Bolsonaro deixam os cargos no Executivo até o dia 2 de abril para assumir o interesse nas eleições.

Os postulantes no Nordeste que devem se eleger como candidatos do presidente:



BAHIA

Ministro João Roma. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Atual ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos) já externou o interesse de concorrer ao Governo da Bahia e deve acirrar a divergência contra o ex-aliado ACM Neto (DEM).

Formado em Direito, Roma ingressou cedo na política e foi um dos principais estruturadores do Auxílio Brasil. 

Ele já foi delegado do Ministério da Cultura em Pernambuco e assessor do Governo pernambucano. Passou pelo Ministério da Administração de Fernando Henrique Cardoso, foi chefe de escritório Agência Nacional do Petróleo (ANP) e chefe de gabinete da Prefeitura de Salvador.

Com tendência liberal, o ministro foi eleito para seu primeiro mandato como deputado federal em 2018. Na Câmara, presidiu a Comissão do Marco Legal das Startups e foi relator da Reforma Tributária.

PERNAMBUCO



Ministro Gilson Machado. Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Turismo Gilson Machado (PSC) é cotado a levantar a bandeira bolsonarista em Pernambuco. Ainda com a chance de se candidatar ao Senado, o gestor ganhou jingle para concorrer ao Governo do Estado.

"O povo pediu e Bolsonaro apoiou, o ministro sanfoneiro para nosso governador", diz o verso composto por Marquinhos Maraial, que reforça a maior característica do ministro.

Em seus mais de 30 anos como músico, Gilson é produtor e comandou a banda de forró Brucelose. Empresário do setor hoteleiro, ele é formado em Medicina Veterinária.

Ministro com maior presença nas agendas de Bolsonaro, o gestor defende a ideologia proposta pelo presidente. Antes, ele foi diretor-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e secretário nacional de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

RIO GRANDE DO NORTE



Ministro Fábio Faria. Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Rio Grande do Norte, Bolsonaro deve optar entre os ministros Fábio Faria (PSD) ou Rogério Marinho (PL).

A reabertura do Ministério das Comunicações levou o deputado Fábio Faria à gestão da pasta. Formado em Administração, ele estava em seu quarto mandato e chegou a ocupar a presidência da Câmara por 13 dias.

Casado com Patrícia Abravanel e genro de Silvio Santos, o ministro é conhecido entre as celebridades. 

É especulada sua filiação ao PP, um dos partidos com maior afinidade com Bolsonaro.





Ministro Rogério Marinho. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Já no Ministério do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, se filiou ao PL no mesmo dia do presidente. O próprio Bolsonaro já destacou que ele seria um bom nome ao Governo.

Com diploma de economista, Marinho esteve próximo de Paulo Guedes durante sua passagem Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, onde articulou para aprovação da Reforma da Previdência.

Três vezes deputado federal, Marinho defendeu a Reforma Trabalhista e já foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Natal, secretário municipal de Planejamento e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. 

Como coordenador da bancada do PSDB na Comissão de Educação da Câmara, também incentivou a reforma do Ensino Médio e o projeto Escola Sem Partido.

PIAUÍ



Ministro Ciro Nogueira e a ex-esposa, a deputada Iracema Portella. Reprodução/Redes sociais

O presidente nacional do PP e atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, deixou em aberto a sua participação no pleito. O progressista já pontuou sobre a importância do futuro governador do Piauí ter prestígio em Brasília, condição que o próprio Ciro possui, já que é amigo de Bolsonaro.

O ministro tem carta branca para apontar o candidato que vai receber o apoio do presidente. Por isso, vai fortalecer seu partido e, caso não assuma a chapa majoritária, deve investir na campanha da ex-esposa Iracema Portella.

Em seu terceiro mandato como deputada federal, Iracema é formada em Letras e foi favorável à Reforma Trabalhista. Ela já estrutura a possível candidatura e percorre pequenas cidades do interior do Estado há alguns meses.

PARAÍBA



Ministro Marcelo Queiroga. Geraldo Magela/Agência Brasil

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga pode surgir na disputa. Sem confirmar o interesse no pleito, o bolsonarismo paraibano deve apostar também no deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).







Deputado Cabo Gilberto. Divulgação/ALPB







Eleito pela primeira vez em 2018, o policial militar conquistou votos em defesa do conservadorismo e exaltou a corrente patriota. Ele é bacharel em Direito, pós-graduado em Segurança Pública e deve migrar para o partido do presidente.

ALAGOAS



Senador Fernando Collor. Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

A proximidade com o presidente Bolsonaro fez muito bem ao senador Fernando Collor de Mello (PROS), que voltou a ter mais presença em Brasília.

Formado em Ciências Econômicas, Collor estimulou as privatizações ao longo da sua trajetória política. Ele já foi prefeito de Maceió, deputado federal, governador e o ex-presidente mais novo da história ao ser eleito com 40 anos. 

O senador também foi o primeiro presidente a sofrer impeachment e perdeu os direitos políticos por oito anos.

Collor esteve no palco para o evento de filiação de Bolsonaro ao PL e negocia sua ida para a sigla.

CEARÁ



Deputado Capitão Wagner. Reprodução/Câmara dos Deputados

Opositor ferrenho da base de Ciro Gomes no Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (PROS) se mostra alinhado aos interesses do Planalto.

Com uma votação expressiva, ele defende o primeiro mandato após ser vereador de Fortaleza e deputado estadual. 

Wagner é apontado como um dos líderes do motim da Polícia Militar em 2011 e chegou a tentar criar uma lei que anistiasse os agentes de segurança envolvidos na paralisação ilegal.

MARANHÃO



Deputado Josimar Maranhãozinho. Reprodução/Câmara dos Deputados

Recentemente investigado pela Polícia Federal, o presidente estadual do PL, Josimar Maranhãozinho, está em seu primeiro mandato como deputado federal.

Ele já foi prefeito da cidade que carrega em seu nome e deputado estadual. No Maranhão, Josimar é conhecido por seu interesse na manutenção das alianças no interior, o que lhe garantiu recorde de votação no estado.

SERGIPE



Deputado Laercio Oliveira. Reprodução/Câmara dos Deputados

Preocupado com pautas ao empresariado, o deputado federal Laercio Oliveira (PP) busca Bolsonaro em seu palanque. Formado em Administração e pós-graduado em Gestão Empresarial, ele está em seu terceiro mandato na Câmara.

Laercio é presidente do Sistema FECOMÉRCIO/SESC/SENAC em Sergipe e foi relator da Lei da Terceirização. Ele também apoiou a Reforma Tributária sob a justificativa de desburocratizar os vínculos da iniciativa privada.

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