Marina Silva aponta que reeleger Bolsonaro seria um erro

Para a líder da Rede, Bolsonaro empobrece a política e foi um erro que não deve se repetir em 2022

seg, 04/04/2022 - 09:58
Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo Marina Silva durante passagem no Recife Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo

Marina Silva (Rede) voltou a mostrar sua preocupação com o atual governo e o classificou como a maior ameaça às instituições desde a redemocratização. Em entrevista ao Metrópoles, a ex-ministra do Meio Ambiente definiu o voto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) como um ato de legítima defesa.

De volta aos debates sobre a política nacional, Marina apontou que a postura de Bolsonaro empobrece a política. "Não adianta fazer uma despolitização já no primeiro turno, com uma guerra entre o bem e o mal", rebateu a associação feita pelo presidente em discurso.



Bolsonaro foi subestimado em 2018

Para ela, a vitória do bolsonarismo foi um erro inesperado e não pode ser repetido em 2022. "Não se deve subestimar o bolsonarismo e Bolsonaro. Houve essa subestimação em 2018 por muitos agentes políticos, inclusive eu, que no início achava que ele não chegaria ao segundo turno. Não temos o direito de errar duas vezes. Agora é compreender que vivemos uma ameaça às instituições e à democracia, mais do que em qualquer outro momento após a redemocratização", avaliou.



Resultado da falta de compromisso

A ex-ministra de Estado acrescentou que o fortalecimento da ideologia representada pela figura do presidente é fruto da incapacidade política dos partidos mais influentes do passado e da falta de uma agenda programática consolidada para o país. 

“PT e PSDB ficaram tanto tempo no poder e não ampliaram e aprofundaram nossa democracia, e o que aparece [como resultado disso] é Bolsonaro. Não fomos capazes de institucionalizar políticas públicas para que elas não ficassem ao bel-prazer de quem está de ‘plantão’ no Palácio do Planalto”, apontou.



Apoio do PSOL para chegar ao Congresso

Com a candidatura quase certa como deputada federal, Marina fez mistério e expôs a vontade de continuar a estruturar a Rede nos bastidores da legenda.

“Estou fazendo uma reflexão que não é fácil. Eu não tinha no meu horizonte retornar ao Congresso Nacional, mas estou refletindo com muito senso de responsabilidade [...] o meu desejo é de continuar contribuindo na política institucional ou ainda sem mandato", comentou.

A pressão em torno da sua candidatura se dá pela necessidade do partido superar a cláusula de barreira e receber os recursos do Fundo Eleitoral. Uma das estratégias para atingir o coeficiente foi a federação com o PSOL.

A união foi considerada necessária pela líder da Rede, mas cada partido terá seus interesses preservados no Congresso, defendeu.

A Rede e o PSOL são partidos programáticos que têm pontos muito diferentes em termos de percepção. Trabalhamos com a ideia de que somos necessários na democracia para alcançar determinados objetivos em benefícios do país”, completou.

COMENTÁRIOS dos leitores