Lula se aliou a Alckmin pelo governo de SP, diz estudioso

A aproximação com Geraldo Alckmin enfraqueceu o tucanato de São Paulo, historicamente protagonista das eleições ao governo

sex, 08/04/2022 - 12:48
EBC/Arquivo Encontro de Lula e Alckmin nos anos de gestão do PT EBC/Arquivo

Com a indicação de Geraldo Alckmin (PSB) ao posto de vice na chapa do ex-presidente Lula (PT) confirmada nesta sexta-feira (8), a estratégia do petista pode ir além dos planos presidenciais. A pesquisa DataFolha atualizada mostra que Fernando Haddad (PT) é o mais cotado entre os eleitores para assumir o Governo de São Paulo, posto que o PT nunca conseguiu.

Apontada como uma manobra para atrair o empresariado e derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) com uma chapa equilibrada por quadros políticos historicamente antagônicos, a aliança foi definida como uma "jogada ousada" pelo doutor em Ciência Política e coordenador da Universidade Católica do Recife (Unicap), Thales Castro.

A joia da coroa

Além de unir a popularidade do líder petista com a capacidade de diálogo entre os interesses da indústria e do comércio do ex-tucano, a chapa unificada representa a missão do PT em 2022 de alcançar o Palácio dos Bandeirantes.

“O olhar de Lula é para que o PT possa ter a joia da coroa, o Palácio Bandeirantes, coisa que o PT nunca teve. Então tirando Alckmin dessa disputa, você abre caminho colocando Haddad de maneira competitiva para São Paulo”, resumiu Castro.

A proposta do PSDB de lançar o atual vice governador Rodrigo Garcia ainda não engrenou e os representantes do PT e do PSB assumem a ponta das pesquisas.



Enquanto Haddad (PT) lidera as intenções de voto com 29%, o ex-governador Márcio França (PSB) corre na segunda posição com 20%, mas pode facilitar ainda mais a vitória do PT se optar em largar a disputa em prol da reaproximação dos partidos e se candidatar ao Senado.

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