Morte de petista não foi motivada por política, diz PC-PR

A investigação apontou que o crime foi causado por uma provocação que deu início a uma discussão por divergências políticas. Ainda assim, o caso não será registrado como crime de ódio

sex, 15/07/2022 - 13:56
Reprodução Marcelo Arruda comemorava 50 anos com a temática de Lula Reprodução

A Polícia Civil do Paraná concluiu, nessa quinta-feira (14), que a morte do tesoureiro do PT Marcelo Arruda não teve motivação política. O inquérito indiciou o policial penal Jorge Guaranho por homicídio duplamente qualificado. 

A delegada Camila Cecconello qualificou o homicídio por motivo torpe e perigo comum a outras pessoas que estavam na festa de 50 anos da vítima. Os envolvidos não se conheciam e, segundo a Polícia, Guaranho agiu por impulso. 

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A investigação apontou que o crime foi causado por uma provocação que deu início a uma discussão por divergências políticas. Ainda assim, o caso não será registrado como crime de ódio.  

"É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Ele tinha a intenção de provocar. E a gente avalia que a escalada da discussão entre os dois fez com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal", afirmou Camila.

Desde o fim de semana passado, 17 pessoas foram ouvidas. A investigação concluiu que o acusado estava em um churrasco quando soube da festa de Arruda com o tema do PT, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), em Foz do Iguaçu. O policial bolsonarista teria recebido a informação de outro convidado do churrasco, que era funcionário do clube e tinha acesso às câmeras de segurança.

Guaranho foi até a festa para provocar Arruda e colocou uma música alta no carro exaltando o presidente Jair Bolsonaro. Uma discussão começou e Arruda jogou terra no policial, que deixou o local. Ele voltou minutos depois e começou a atirar no aniversariante. De acordo com o depoimento da esposa, o marido retornou por ter se sentido humilhado.

A perícia apurou que o policial penal deu quatro tiros e acertou dois em Marcelo. O tesoureiro do PT caiu no chão e respondeu com 10 tiros. Quatro atingiram Guaranho, que está internado. Ele teve a prisão preventiva decretada na segunda (11).

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