Lula pede que TSE force Bolsonaro a apagar vídeos
O ex-presidente Lula entrou com uma representação no TSE para que Bolsonaro apague os vídeos publicados nas suas redes sociais sobre a reunião com embaixadores
O ex-presidente Lula (PT) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (19), que determine que o presidente Jair Bolsonaro (PL) exclua das suas redes sociais os vídeos do evento realizado na segunda-feira (18), no Palácio do Planalto, com embaixadores de vários países, com fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro. O petista solicita que o presidente seja condenado a pagar multa de R$ 25 mil pelo suposto crime de propaganda eleitoral antecipada.
No evento realizado por Bolsonaro, ele afirmou que os ministros do TSE tentaram barrar medidas de transparência às urnas eletrônicas com o objetivo de eleger políticos de esquerda. “A conduta de Bolsonaro se agrava ao se considerar que o pronunciamento, veiculado na mídia oficial do governo federal, a TV Brasil, ao vivo e na íntegra, fazendo uso de meios oficiais para propagar desinformação e realizar propaganda extemporânea”, diz a peça assinada pelos advogados de Lula, Cristiano Zanin e Eugênio Aragão.
No início da fala, Bolsonaro afirmou que basearia a apresentação num inquérito da Polícia Federal sobre o suposto hacker ao TSE durante as eleições de 2018. “Segundo o TSE, os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas, muito à vontade, e a PF diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro”, contou.
Um outro inquérito foi aberto pelo STF para investigar o vazamento da apuração com Bolsonaro e o deputado bolsonarista. “Eu ando o Brasil todo, sou bem recebido em qualquer lugar. Ando no meio do povo. O outro lado, não. Sequer come no restaurante do hotel, porque não tem aceitação. Pessoas que devem favores a eles não querem um sistema eleitoral transparente. Pregam o tempo todo que, após anunciar o resultado das eleições, os chefes de Estado dos senhores devem conhecer o resultado das eleições”, disse o mandatário.
De acordo com nota enviada ao UOL, a Presidência disse que Bolsonaro manteve encontro hoje com os chefes de missões diplomáticas no Brasil. “O presidente sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático. Lembrou seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à Presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com mínimo financiamento público”.