Eleitor acorda cedo no Recife e espera eleição pacífica

Filas já eram registradas por volta das 7h30. Portões abriram às 8h, sem tumultos

dom, 02/10/2022 - 09:13
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Eleitores esperam para votar no Estádio do Arruda Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A capital pernambucana, que detém alguns dos maiores colégios eleitorais do estado, começou a registrar filas de eleitores ainda no começo da manhã, antes da abertura das seções de votação, que abriram às 8h, seguindo o horário de Brasília. Em ronda nos polos locais, a equipe do LeiaJá acompanhou o início da votação e conversou com eleitores.

No geral, o sentimento é de tranquilidade em relação à tensão política. Apesar de reconhecerem a importância e a polarização das eleições deste ano, a população não vê riscos ao processo eleitoral.

"Não sou da turma dos indecisos. Já tenho candidato há anos. Esse ano, estou achando o clima normal, tranquilo. Não me envolvo em atritos de política porque não vale a pena. A gente já sabe em quem vota, não adianta influenciar o outro. Depois que passa a política, fica tudo para a gente", disse o autônomo Paulo André, de 53 anos, morador do Recife.

O eleitor foi acompanhado da esposa, Aldecir Lopes, de 54 anos, que também vota na mesma escola estadual em que o marido, em Santo Amaro. Apesar de votarem juntos, o casal diverge nas opiniões.

"Eu e ele já discutimos, porque ele é por um candidato e eu, por outro, mas ficou tudo bem. Só quem decide quem entra no poder é o eleitor e quem entrar, vai precisar fazer por todo mundo. Gostaria muito que fosse o meu, mas se for o dela, tudo bem também. Nossas discussões, no começo, não eram brincadeira, não, mas agora a gente implica só pra se distrair", complementou Aldecir.

Enquanto ele avalia bem a gestão que deixa Pernambuco, Aldecir acredita que o PSB deixou a desejar nas áreas de segurança pública e saúde. O esposo também acredita em um segundo turno estadual e nacional, enquanto a mulher torce por uma vitória em primeiro turno em ambas as frentes.

Eleitor não se sente representado

Outro relato comum é o de decepção do eleitorado com os postulantes. Entre indecisos e pessoas com voto fechado, há quem acredite que os debates foram fracos e a disputa, descentralizada.

"Venho votar porque quero, mas não preciso. Moro perto, venho cedo, mas não fico acompanhando o resultado, não. Às 17h a gente descobre. A gente faz o nosso papel aqui, eles que não fazem os deles. Espero que quem entrar olhe mais pelo pessoal nos morros, cuide da criminalidade, que está muito grande", declarou o senhor Edinaldo Pereira, de 68 anos, que vota em um estádio no Arruda.

"Como eleitora, me sinto decepcionada. Os debates foram um desastre. Nenhum deles me representa. Migrando do Sertão para o Recife, senti muita diferença. Também achei essas eleições agressivas, mas acredito que aqui [Recife], vai rolar tudo bem", desabafou uma eleitora.

De Sertânia, a eleitora Regina dos Santos, de 50 anos, descreveu sua experiência no centro da cidade. "Há um ano moro no Recife. Desenvolvi até síndrome do pânico por causa de assaltos onde moro. Moro no Rosarinho, e às 6h você não pode descer de casa com uma aliança e nem correr, caminhar. Tem que tirar tudo, ir sem celular ou com um homem do lado. [...] Há muito tempo deixam a desejar na segurança, mas também na educação e na saúde", concluiu.

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