MST denuncia agressão bolsonarista no Centro Paulo Freire
Segundo a nota do MST, os bolsonaristas picharam as paredes do Centro de Formação Paulo Freire, no Assentamento Normandia, em Caruaru
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco denunciou ter sido alvo de uma agressão por parte de bolsonaristas no último sábado (12). Em nota, a direção do MST no Estado afirma que eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Assentamento Normandia, em Caruaru, e picharam as paredes do Centro de Formação Paulo Freire. Imagens compartilhadas nas redes sociais, mostram o local com a palavra “mito” escrita diversas vezes e o desenho de uma suástica, símbolo do nazismo.
O comunicado também detalha que a casa da coordenadora do Centro foi incendiada, mas os moradores do local conseguiram contornar a situação, antes que o fogo se alastrasse.
A nota diz que o ataque foi feito por um grupo com quatro pessoas, que vestiam “camisas amarelas” e aproveitaram uma festa de vaquejada em frente ao assentamento para agir.
“As três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO. Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foram alertados e conseguiram ainda apagar o incêndio. A casa, entretanto, foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences”, diz o texto.
A direção do MST diz lamentar o fato de a democracia não ser respeitada por uma minoria de bolsonaristas.
“Lamentamos muito, ter que fazer este informe, já que saímos de uma jornada eleitoral polarizada e acirrada. O Brasil e o povo brasileiro clamava por atitudes e empenho para resgatar a democracia, os preceitos constitucionais do estado democrático de direito e uma postura enérgica contra a fome, contra a violência, contra o ódio e contra todo o tipo de preconceito. Os bolsonaristas foram derrotados nas eleições, mas uma minoria, movida pela intolerância, preconceito e ódio de classe, de raça e gênero, não aceitaram os resultados da democracia e estão querendo nos impor um terceiro turno”, pontua a nota.
O LeiaJá questionou a Polícia Civil sobre a denúncia. O órgão disse que foi registrada, através da 14ª Delegacia seccional de Caruaru, uma ocorrência de incêndio doloso na zona rural do município, no último sábado (12), e um inquérito policial foi instaurado.