Lula defende mudança de entendimento sobre "gasto" público
Segundo o presidente, o aumento do salário mínimo é visto como gasto, com conotação negativa, enquanto as despesas da União com os juros da dívida pública não, o que ele considera errado
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a afirmar que determinados gastos públicos precisam ser encarados como investimentos. Segundo ele, o aumento do salário mínimo é visto como gasto, com conotação negativa, enquanto as despesas da União com os juros da dívida pública não, o que ele considera errado.
"Hoje eu dizia ao (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad numa reunião que precisamos construir uma narrativa diferente nesse País, porque tudo o que a gente faz é gasto. Se eu vou fazer Bolsa Família é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto", afirmou ele durante a cerimônia de posse de Rita Serrano na presidência da Caixa, na Caixa Cultural, em Brasília. "A única coisa que não é tratada como gasto nesse País é o juro que a gente paga para o setor financeiro."
Lula voltou a dizer que à frente, o governo tratará gastos sociais como investimentos. Ele comparou ainda o aumento do salário mínimo proposto pelo governo ao que foi aprovado para os dirigentes da Eletrobras, empresa privatizada no governo de Jair Bolsonaro (PL).
"Os caras da Eletrobras, que ganhavam R$ 60 mil por mês, passaram a ganhar mais de R$ 360 mil de salário. O conselho da Eletrobras paga R$ 200 mil por mês para o cara ir lá uma vez por mês. Enquanto isso, não podemos dar aumento de 3% no salário mínimo porque é gasto", comparou.