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O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (30) formaliza a exoneração de Maria Rita Serrando do cargo de presidente da Caixa Econômica Federal. Rita Serrano foi avisada de sua saída do comando do banco público pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (25).

Para substituí-la, Lula escolheu o economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, que foi indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é funcionário aposentado do banco e já ocupou vários cargos estratégicos em governos federais passados de Lula e Dilma Rousseff (PT).

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A demissão de Rita Serrano já era esperada desde julho, quando Lira começou a negociar a entrada do Centrão no governo.

A nomeação do novo presidente da instituição ainda não foi publicada no DOU.

A ex-presidente da Caixa Econômica Federal Rita Serrano curtiu nesta quinta-feira, 26, uma publicação no X (antigo Twitter) com críticas à sua demissão do banco público. Ela é a terceira mulher demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para dar lugar a um homem e ampliar o espaço do Centrão no governo.

A publicação curtida por Rita Serrano é de Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). "A companheira Rita Serrano vinha fazendo um excelente trabalho na Caixa. Infelizmente, perdemos um dos maiores instrumentos de implementação de políticas públicas para o Centrão", diz o texto publicado nas redes.

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O comando da Caixa foi prometido ao PP na mudança ministerial realizada em setembro, mas ainda não havia sido entregue. Uma exposição artística patrocinada pela estatal, que colocou o presidente da Câmara em uma lata de lixo, foi a gota d'água para acelerar o processo.

Servidora de carreira nomeada por Lula para assumir a presidência da Caixa em janeiro, Rita Serrano foi substituída pelo economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A demissão de Serrano ocorreu em uma conversa nesta quarta, 25, no Palácio do Planalto. Ela era da "cota pessoal" de Lula, mas deputados e senadores reclamavam do seu perfil técnico. Segundo eles, a então presidente do banco não atendia aos pedidos feitos por parlamentares.

Até a tarde desta quinta-feira, Rita Serrano ainda se identificava como "presidenta da Caixa" na biografia do X. Não havia outra manifestação dela sobre a demissão do cargo além da curtida.

Na nota em que anunciou a saída de Serrano da presidência do banco, o governo afirmou que ela "cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e retomada do papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua eficiência e rentabilidade, ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio".

Com a demissão de Rita Serrano do comando da Caixa Econômica, em reunião nesta quarta-feira (25), a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou, até o momento, três mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar homens indicados por partidos do Centrão.

Para a vaga de Rita, o líder petista vai nomear Carlos Antônio Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão de hoje foi tomada após meses de pressão de Lira e de outros líderes do Centrão, que miravam o comando do banco público.

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Fernandes é funcionário de carreira do banco, atuou como ministro interino das Cidades e Integração, na gestão Dilma Rousseff (PT), e em cargo de chefia do banco público do DF (BRB).

Além disso, ele é ligado ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com quem trabalhou em 2012 no Ministério da Integração Nacional.

 Ministérios entregues ao Centrão

Não é a primeira vez que Lula substitui mulheres por um homens indicados pelo Centrão. A primeira demissão no time feminino foi a da então ministra do Turismo Daniela Carneiro, após desentendimentos dela com o seu antigo partido, o União Brasil. Quem assumiu o cargo foi o deputado federal Celso Sabino, amigo próximo de Arthur Lira.

Mesmo fazendo parte da gestão, Sabino já se mostrou como um nome de oposição ao presidente em determinados momentos. Em 2016, ele criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Já em 2022, apoiou a reeleição do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno pelo líder petista.

Depois da demissão de Daniela, veio o desligamento da então ministra do Esporte, Ana Moser, no mês de setembro. No cargo dela, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também apadrinhado por Lira.

A substituição gerou polêmica, já que Fufuca abasteceu com recursos de uma emenda parlamentar de sua autoria uma empresa fantasma envolvida em um grande esquema de desvio de verbas federais.

A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse, nesta quinta-feira (13), que as especulações sobre sua saída são apenas para causar instabilidade no governo e que não houve nenhuma conversa sobre essa possibilidade.

"Primeiro, quero dizer que estou aqui, então estou trabalhando", afirmou Serrano, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 13. "Sabemos que todos os nossos cargos são do presidente da República e ele que avalia com relação a se fica, se sai, o que faz", esclareceu.

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De acordo com ela, não existe "absolutamente nada de concreto" em relação a uma possível mudança no comando.

"Não houve nenhuma conversa sobre essa possibilidade. O que nós temos visto é uma especulação muito grande da imprensa que não envolve só meu nome, mas vários nomes", declarou.

"No caso da Caixa, estamos trabalhando inclusive o dobro", destacou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a afirmar que determinados gastos públicos precisam ser encarados como investimentos. Segundo ele, o aumento do salário mínimo é visto como gasto, com conotação negativa, enquanto as despesas da União com os juros da dívida pública não, o que ele considera errado.

"Hoje eu dizia ao (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad numa reunião que precisamos construir uma narrativa diferente nesse País, porque tudo o que a gente faz é gasto. Se eu vou fazer Bolsa Família é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto", afirmou ele durante a cerimônia de posse de Rita Serrano na presidência da Caixa, na Caixa Cultural, em Brasília. "A única coisa que não é tratada como gasto nesse País é o juro que a gente paga para o setor financeiro."

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Lula voltou a dizer que à frente, o governo tratará gastos sociais como investimentos. Ele comparou ainda o aumento do salário mínimo proposto pelo governo ao que foi aprovado para os dirigentes da Eletrobras, empresa privatizada no governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Os caras da Eletrobras, que ganhavam R$ 60 mil por mês, passaram a ganhar mais de R$ 360 mil de salário. O conselho da Eletrobras paga R$ 200 mil por mês para o cara ir lá uma vez por mês. Enquanto isso, não podemos dar aumento de 3% no salário mínimo porque é gasto", comparou.

Maria Rita Serrano, tomou posse na noite desta quinta-feira como nova presidente da Caixa. Ela é a quarta mulher a estar à frente do banco.

Durante a posse, Serrano recebeu uma medalha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um broche em formato de X do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A cerimônia de posse ocorre na Caixa Cultural, em Brasília.

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A empregada de carreira, Rita Serrano, aceitou o convite do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vai presidir a Caixa Econômica Federal. A futura presidente defende que é preciso “construir uma nova CAIXA para um novo Brasil”;  se sente preparada para a tarefa e sabe que conta com o apoio dos empregados.

Atual representante dos empregados para o Conselho de Administração (CA) do banco, Rita se disse honrada pela escolha.

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“O presidente Lula mais uma vez resgata o valor do que é para todos, público, valorizando a CAIXA e provando seu compromisso com as mulheres e trabalhadores”, afirmou.

Rita, que será a quarta mulher a presidir a CAIXA e a segunda de carreira, afirma que ninguém é mais interessado em manter a perenidade e garantir a sustentabilidade da empresa do que seu empregado.

“Na CAIXA somos exemplo disso. Há anos, nós e as entidades representativas atuamos defendendo a manutenção da CAIXA Pública, focada nos interesses do País”, garante.

Ela aponta os desafios para a próxima gestão.

“Reorganizar o banco para cumprir com excelência o gerenciamento dos programas de transferência de renda do governo e do Minha Casa Minha Vida, bem como ampliar a parceria com Estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura”, explicou.

Rita lista, ainda, desafios no campo do atendimento ao público.

“É preciso promover a inclusão bancária da população e avançar em tecnologia para oferecer melhores serviços para atendimento aos clientes".

O investimento em cultura também é uma preocupação de Rita. Atualmente, as sete unidades das CAIXA Culturais espalhadas pelo Brasil estão com os espaços subutilizados.

"Investir em cultura é muito importante para o nosso País, além de possibilitar um reposicionamento mercadológico que é fundamental para uma grande instituição financeira. Vamos trabalhar para retomar a pujança dos espaços, gerando emprego, renda e entretenimento", disse.

Rita Serrano, que teve atuação marcante durante as denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, ainda evidencia os desafios no campo da gestão de pessoas.

“Teremos que humanizar as relações de trabalho, desgastadas pela política de medo e assédio instaurado no governo Bolsonaro, atuando fortemente na melhoria nas áreas de governança, integridade e pessoas”, afirmou.  

A futura presidente afirma que uma das primeiras prioridades será rever a política de crédito temerária operada com motivação eleitoral.

“Principalmente, as operações de crédito consignado do Auxílio Brasil, tanto em função de suas consequências perversas para a população mais vulnerável, como devido aos efeitos das operações sobre o volume de provisionamentos e sobre a liquidez da instituição, que comprometem a capacidade de geração de novos créditos. Além disso, considero importante renegociar prazos para a devolução dos IHCD para o Tesouro, bem como revisar os processos e o modelo organizacional do banco, que devem estar adequados ao cumprimento dos objetivos da instituição”, defendeu.

Sobre o Conselho de Administração, Rita declara que vai renunciar ao mandato. Com isso, novas eleições deverão ocorrer para preenchimento da vaga que pertence aos empregados.

“Agradeço profundamente todo o apoio que recebi nos últimos anos", finalizou.

Perfil

Natural de Santo André (SP), Rita Serrano é graduada em Estudos Sociais e História, com mestrado em Administração pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS). Em 33 anos de banco, ocupou os mais diversos cargos da instituição. Em 2017, foi eleita pela primeira vez pelos empregados da CAIXA para ocupar assento na mais alta administração do banco, o Conselho de Administração (CA).

No último pleito para o CA, em 2022, foi reeleita para o terceiro mandato, em primeiro turno, com 91% dos votos válidos, após concorrer com mais de 30 candidatos.

Com informações da assessoria

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