Mercadante anuncia possíveis investimentos para PE

Ministro de Ciência e Tecnologia veio conhecer o trabalho do parque tecnológico do Recife

por Belenos Govannon sex, 06/01/2012 - 11:31
Aldo Souto/LeiaJá Imagens O ministro e o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya em encontro nesta quinta-feira (5), no Recife Aldo Souto/LeiaJá Imagens

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, esteve no Recife, nesta quinta-feira (05), e realizou uma visita à sede do Porto Digital, onde conheceu a estrutura e o trabalho desenvolvido no pólo tecnológico do Recife. Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, e Cláudia Cunha, representante do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), entre outros empreendedores ligados aos programas de encubação de empresas de TI, mostraram seus respectivos cases e perspectivas de crescimento e investimento para os próximos anos.

“É muito gratificante vir aqui, ver estas apresentações e notar o salto que Recife e que Pernambuco deram em relação ao Brasil”, disse Mercadante, após mais de uma hora de apresentações. O ministro estava acompanhado do deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), que também assistiu a apresentações, mas não chegou a se pronunciar.

Mais cedo, no Palácio do Campo das Princesas, Mercadante participou da cerimônia de oficialização da montagem de um grandioso data center da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que será instalado no Recife e usará hardware de última geração cedido pela empresa Huawei, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011. “Um dos equipamentos, com maior capacidade, ficará na UFPE e irá trabalhar nas áreas de pesquisa e educação, distribuindo informações para todo o país”, contou, na ocasião. Este será o maior data center da América Latina voltado para pesquisas, segundo o ministro.

No evento, Mercadante destacou a importância da produção tecnológica local, lembrando que, em 2011, através de incentivos do governo federal, o Brasil entrou para o seleto grupo de 20 países que produzem chips eletrônicos. “Apenas 20 países tem esta tecnologia e o Brasil está dando seus primeiros passos nessa área”, disse.

“Não queremos apenas montar aparelhos, mas também produzir aqui”, citando a possibilidade da instalação, no Estado, da primeira fábrica de displays eletrônicos do país. Para que o projeto se consolide, ainda existem “fatores de infra-estrutura, como uma banda larga mais robusta, aeroporto internacional, mão-de-obra especializada e a também a questão do meio ambiente”, ressaltou, garantindo que o empreendimento proporcionará um grande salto a indústria tecnológica local.

Mercadante também comentou a possibilidade do governo federal estender os incentivos fiscais dos tablets aos aparelhos celulares produzidos no Brasil. “Isso depende ainda de uma negociação. Tem que ser feita uma consulta pública para que todas as empresas e especialistas se pronunciem, mas isto já está sendo encaminhado”, contou. “Temos que exigir mais conteúdo local. O Brasil, sendo o quinto mercado mundial [de telefonia], não pode simplesmente montar telefone. Nós queremos produzir componentes aqui, porque é isso que vai gerar tecnologia, que vai gerar emprego”, de acordo com ele.

Troca de Ministério — Em uma rápida entrevista, Mercadante fugiu das perguntas sobre os rumores de que assumirá o Ministério da Educação, após a já anunciada saída de Fernando Haddad (PT-SP), que disputará as eleições municipais de São Paulo. “Isso aí, só quem pode anunciar é a presidenta [Dilma], mas eu também não desminto matéria, quando tem alguma procedência”, disse. “Quem responde sobre Educação é o Haddad. Eu só trato da minha pasta”, retrucou, quando perguntado sobre os recentes problemas do Enem.

Ainda assim, ele fez uma rápida avaliação de seu trabalho à frente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo Dilma, que exerce desde janeiro de 2011, comemorando o sucesso de projetos como o Ciência Sem Fronteiras, que provê bolsas de estudos para formação científica no exterior, a criação da Embrapii, empresa de pesquisa de inovação industrial, a retomada do projeto de construção de satélites brasileiros, em parceria com a China, o aumento de 54% do crédito para o setor e o recorde de aprovação de emendas constitucionais propostas pelo MCTI.

“As avaliações no Senado e na Câmara são super positivas, em relação ao Ministério, mas talvez o indicador mais positivo seja essa disputa que tem no MCTI, que não tinha no passado. Se tanta gente está querendo, de tantos partidos, é porque melhorou muito, melhorou para a melhor”, brincou. “[O Ministério] deixou de ser o ‘patinho feio’ e passou a ser o top das políticas públicas, que eu acho que é onde ele tem que estar. Pela primeira vez, o MCTI é um dos três objetivos satélites do Brasil no Plano Plurianual e o aumento que nós vamos ter de orçamento é o maior aumento relativo na explanada”.

COMENTÁRIOS dos leitores