"Facebook vigia mais do que a NSA", diz ciberativista

Para o ativista e consultor em inclusão digital, João Caribé, a rede social Facebook também pode ser considerada um sistema de vigilância maior do que o próprio programa dos Estados Unidos

seg, 08/07/2013 - 12:45

A denúncia de que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) consegue vigiar os dados dos usuários das redes sociais marcou um dos principais debates deste final de semana no Fórum Internacional de Software Livre (Fisl). 

O professor em Computação da Universidade de Brasília, Pedro Rezende, contextualizou a discussão a partir do vazamento de informações do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que relevou que os Estados Unidos possuem uma ação de vigilância e controle de dados dos usuários em redes sociais, e-mails e telefones. Rezende alertou os participantes sobre a constante interferência do governo norte-americano na privacidade dos usuários. Recentemente, o presidente da Bolívia, Evo Morales, teve dificuldades de pousar em solo europeu após suspeitas de que o seu avião levasse Snowden, que está foragido.

Mas para o ativista e consultor em inclusão digital, João Caribé, a rede social Facebook também pode ser considerada um sistema de vigilância maior do que o próprio programa dos Estados Unidos. “O Facebook supera o programa de vigilância dos Estados Unidos pois ele tem os seus dados, sabe onde você está, com quem se relaciona e tudo mais”, afirma. Caribé exemplifica que, mesmo sem querer, o usuário ao integrar a agenda de contatos do celular com a rede social passa a fornecer os dados de amigos e familiares para a ferramenta. “Antes, diziam que era o Google que sabia mais sobre a gente, agora é o Google e o Facebook”, completa.

Já o sociólogo e professor da Faculdade de Comunicação Cásper Libero, Sérgio Amadeu, considera que as operadoras de telefonia são, nesse momento, um dos maiores entraves para a liberdade na web. “Querendo ou não, vocês ainda tem a opção de usar ou não o Google. Mas eu desafio navegarem na web sem dependeram das operadoras de telefonia”, compara.

De acordo com o professor, caso o Marco Civil da Internet não seja aprovado logo, as empresas de telecomunicações podem utilizar o tráfego da rede de forma indevida, privilegiando dados de alguns grupos e bloqueando outros.

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