Entenda por que software livre é mais seguro

Softwares livres permitem adaptações no código fonte e geralmente são gratuitos

sex, 10/07/2015 - 10:22
Cassiana Martins/Divulgação FISL Governo federal intensificou o uso de software livres, visando garantir a inviolabilidade dos dados Cassiana Martins/Divulgação FISL

Engana-se quem acha que quanto mais caro for o software mais seguro ele será. Especialistas que participam do 16º Fórum Internacional de Software Livre (Fisl) apontam que os softwares livres – programas que dão acesso ao código fonte e permitem adaptações e que geralmente são gratuitos – são mais seguros que os softwares proprietários, aqueles que possuem o código fechado. 

Para o presidente do Serpro, Marcos Mazoni, não há dúvida de que os softwares livres são mais seguros. Ele os compara com cadeados aos quais é possível desenhar uma chave adequada e única. “Eu posso abrir esses códigos, saber como funcionam e construir sua segurança. Então, é uma segurança que só eu sei”, explica.

Já no terreno do software proprietário, a segurança é construída pelo fabricante. O código é fechado, mas quando alguém descobre suas linhas de funcionamento, elas servem para inúmeros outros usuários. “Quando eu quebro a chave de segurança, eu quebro a chave de segurança de várias aplicações que estão rodando no mundo inteiro”, diz Mazoni. 

O especialista acrescenta que, por esse fato, há muito mais interesse em se quebrar o código de uma única aplicação que vale para muitas outras, como no software proprietário, do que no caso do software livre.

Além disso, o software livre permite uma constante modificação do código fonte, reforçando a segurança a medida que for necessário. O governo federal intensificou o uso de software livres, visando garantir a inviolabilidade dos dados, depois das denúncias do ex-analista americano Edward Snowden.

Com o uso de softwares privados, os dados ficam sob domínio da corporação que o fabricou. Ricardo Fritsch, da Associação Software Livre.Org, diz que esses programas são caixas-pretas que não dão acesso ao código fonte. “Portanto, não sabemos o que eles fazem com as informações. Quem usa Outlook está pedindo para ser espionado”.

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