Facebook armazena até ligações e mensagens de usuários

Usuários relataram desconforto ao descobrir que dados estavam sendo registrados pelo Facebook

por Nathália Guimarães seg, 26/03/2018 - 09:57
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Facebook diz que sempre solicita permissão para fazer o upload de dados pessoais Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

À medida que as pessoas continuam a excluir suas contas do Facebook, após a rede social permitir o acesso inapropriado a dados de 50 milhões de seus usuários, alguns internautas estão descobrindo que a empresa contém muito mais informações do que o esperado, incluindo o histórico de ligações e conteúdo de mensagens SMS. As informações são do site The Verge.

O Facebook dificulta que os usuários excluam suas contas, em vez disso, sugere que eles desativem temporariamente seu perfil - uma ação que deixa todos os dados pessoais nos servidores da empresa. Ao fazer isso, as pessoas podem baixar uma cópia de suas informações armazenadas.

É justamente ao baixar este arquivo que os internautas percebem a quantidade de informações pessoais que a empresa armazena. Um usuário, o programador Dylan McKay, relatou que, para o período de outubro de 2016 a julho de 2017, seus registros continham os metadados de todas as chamadas de celular que ele realizou, incluindo tempo e duração, e também sobre mensagens de texto recebidas e enviadas.

Muitos outros usuários relataram desconforto ao descobrir que dados estavam sendo registrados pelo Facebook, incluindo os contatos de suas agendas, calendários e até datas de aniversário de seus amigos.

Em um comunicado enviado ao jornal britânico The Guardian, um porta-voz do Facebook explicou que sempre solicita aos usuários permissão para fazer o upload desses dados pessoais. A empresa observa que as pessoas podem interromper a ação qualquer momento e excluir as informações já armazenadas desativando a configuração no aplicativo Messenger.

O movimento de boicote ao Facebook, chamado #deletefacebook, decolou após as revelações de que a rede social havia compartilhado um perfil psicólogo mais de 50 milhões de usuários sem o consentimento explícito deles. Os dados mais tarde acabaram nas mãos da consultoria eleitoral Cambridge Analytica, contratada por Donald Trump nas últimas eleições dos EUA.

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