Após grave falha de segurança, Google+ será encerrado

Rede social suspenderá todos os seus serviços ao consumidor durante os próximos 10 meses

por Nathália Guimarães ter, 09/10/2018 - 09:35
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Um bug de segurança permitiu que desenvolvedores terceirizados acessassem os dados do perfil de usuários do Google+ desde 2015 até que o Google o descobrisse e corrigisse a falha em março, mas decidiu manter segredo sobre o assunto. Agora o Google+, que já era uma rede social abandonada, suspenderá todos os seus serviços ao consumidor durante os próximos 10 meses. 

Segundo relatórios do The Wall Street Journal, a falha permitia que esses desenvolvedores acessassem 496.951 nomes completos de usuários, endereços de e-mail, datas de nascimento, gênero, fotos de perfil, lugares visitados, ocupação e status de relacionamento, que foram potencialmente expostos.

O Google, porém, afirma não ter evidências de que os dados foram utilizados pelos 438 aplicativos que poderiam ter acesso. A empresa agora deve anunciar uma série de reformas de privacidade em resposta ao bug. As alterações incluem impedir que a maioria dos desenvolvedores de terceiros acessem dados de SMS de telefone Android, registros de chamadas e algumas informações de contato.

A adoção do Google+ entre os internautas é tão baixa que não vale a pena a dor de cabeça de renovar seu modelo de segurança. Por isso, a empresa suspenderá todos os seus serviços ao consumidor durante os próximos 10 meses, mas os usuários terão a oportunidade de exportar seus dados enquanto o Google se concentra em tornar a plataforma um produto corporativo.

"Embora nossas equipes de engenharia tenham dedicado muito esforço e dedicação à criação do Google+ ao longo dos anos, ela não alcançou ampla adoção de consumidores ou desenvolvedores e viu uma interação limitada do usuário", escreveu a empresa.

Segundo a companhia, a versão do consumidor do Google+ tem baixo uso e engajamento - 90% das sessões dos usuários do Google+ são menos de cinco segundos.

Desde que o bug foram descobertos em março antes das novas lei de privacidades europeias entrarem em vigor em maio, o Google provavelmente será poupado da multa de 2% equivalente da sua receita anual por não divulgar a falha em 72 horas. A empresa, porém, ainda pode enfrentar ações judiciais coletivas e retrocessos públicos.

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