Sobram vagas e faltam médicos no país

A meta do Governo Federal é de chegar em 2020 com 2,5 profissionais para cada mil habitante

por Alexandra Gappo sab, 21/04/2012 - 09:18

Falta médicos nos hospitais, mesmo sendo um dos cursos mais concorridos nas universidades, umas das carreias mais desejas por grande parte dos jovens brasileiros. Essa carência preocupa governos, que não conseguem resultados satisfatório nos preenchimentos das vagas e no atendimento as demandas da população.

Segundo dados do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), do Ministério da Saúde, 1.228 municípios pediram ajuda ao órgão para atrair recém-formados. A intenção era preencher 7.193 vagas, mas só 1.460 médicos demonstraram interesse, ou seja, apenas 20%.

Em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, atuam cinco mil médicos distribuidos nos 32 hospitais públicos da região. De acordo com o Sincidcato dos Médicos de Permanbuco (SIMEPE), atualmente, existem, 6.721 médicos sindicalizados, chegando a mais de 7.000 quando contamos com os aposentados. O número de profissionais é alto, principalmente quando se trata de atender à capital e cidades próximas. Em 2009, o Estado realizou concurso público, ainda em vigor para o preenchimento de 1,5 mil vagas, mas somente 850 assumiram suas funções, o que caracteriza que há mais vagas no mercado que profissionais.

O governo, convencido de que faltam profissionais, estuda criar ou ampliar faculdades. Atualmente em Permambuco, são oferecidos cursos de medicina na Universidade Federal de Permabuco (UFPE), campus Recife, Universidade de Pernambuco, campus em Garanhuns e Recife, Universidade Vale de São Francisco, com unidade em Petrolina e Faculdade Pernambucana de Saúde/Imip com curso apenas no Recife.

Também estão em fase de implantação os campus da UPE em Caruaru e em Serra Talhada. A coordenadora do curso de medicina da UFPE, Ivanice Oliveira, afirma que novos cursos em cidades do interior, irão atrair mais profissionais para essa região. "Criando mais unidades do curso em regiões onde há falta de médicos, os estudantes que ali prestarem residência, tem a probabilidade de ali se fixar e não vir para a capital", explica a professora.

Outra "solução" que o Governo Federal deve implantar é facilitar a validação de diplomas de profissionais estrangeiros, de países como Cuba, Bolívia e Argentina. Mas para o diretor de comunição do SIMEPE, Assuero Gomes, o problema não será resolvido deste modo. " Eles estão tentando maquiar e transferir o problema, como sempre, para as costas dos mais necessitados", declara.

Ainda de acordo com Gomes, não está faltando médicos, o que há é uma má distribuição tanto geográfica quanto de especialidade. "Há mais vagas que médicos por causa das condições de trabalho oferecidas pelos governos estadual e municipal, como locais insalubres, falta de equipes completas, falta de medicamento e exames complementares", afirma o diretor.

A grande carência pode ser localizadas nas especialidades de neonatologia, obstetrícia, pediatria, terapia intensiva, neurocirurgia, neurologia e ortopedia, segundo o diretor do SIMPEPE. Essa escasez acontece, talvez pela formação ser longa - cinco anos de residência em neurocirurgia ou porque são pouco atrativas financeiramente. A carga de trabalho também desmotiva grande parte dos recém-formados. O pediatra e o obstetra, por exemplo, estão sempre à disposição dos pacientes, mesmo em seus horários de lazer.

A intensão do Ministério da Sáude, juntamente com o Ministério da Educação, é que em 2020 exista uma taxa de 2,5 médicos para cada mil habitante. No ano passao, 2011, o índice era de 1,95, segundo o Conselho Federal de Medicina. Considerando o crescimento populacional, o Brasil precisaria ter 520 mil profissionais em exercício em 2020 para atingir a marca desejada e solucionar "todos" os problemas da saúde pública.

 

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