Mary Kay: colaboradoras ganham carros e viagens por vendas

Mercado de vendas diretas da empresa já conta com 270 mil mulheres no Brasil

por Roberta Patu seg, 13/10/2014 - 16:28

Renda mensal que pode chegar a R$ 150 mil - dependendo do cargo de direção -, viagens e um veículo de no valor de R$ 76 mil. Esses são alguns dos benefícios que estão atraindo centenas de mulheres para o segmento de venda direta no Brasil. Incentivos dados pela empresa de cosméticos, Mary Kay. Presente no mercado mundial desde a década de 1960, a organização chegou ao Brasil em 1998, e em Pernambuco, há sete anos. É importante destacar que as consultoras não possuem vínculo empregatício com a empresa.

Com sede na cidade de Dallas, nos Estados Unidos, o empreendimento já desempenha suas atividades em 37 países. De acordo com a diretora de marketing da Mary Kay no Brasil, Shana Peixoto (foto à esquerda), em 2013, o faturamento da organização foi de US$ 3,5 bilhões. Dentre as nações que a companhia atua, o Brasil atingiu o terceiro lugar no ranking de venda direta, perdendo apenas para a China e os Estados Unidos.

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Ainda segundo Shana, no Brasil, existem 270 mil consultoras, distrubuídas em várias regiões, e a expectativa é de crescimento para os próximos anos. Para isso, a Mary Kay investiu, em 2014, aproximadamente R$ 270 milhões em incentivos, como viagens, produtos, veículos e bônus. “Trabalhamos com a motivação! Orientamos nossas consultoras independentes que é possível conquistar os sonhos e obter uma boa renda mensal, empreendeendo na carreira”, destaca.

Quem aproveitou a oportunidade foi Elaine Aquino. Trajada com um blazer verde, cor que representa o seu nível na carreira independente, e vários broches que indicam premiações conquistadas, Elaine enxergou a possibilidade de lucro na empresa de cosméticos e deixou cargo da empresa que atuava como administradora. “Comecei como consultora de beleza, investindo R$ 150, depois passei para consultora sênior, iniciadora estrela, líder de grupo, futura diretora, diretora em qualificação e agora sou diretora e conquistei o carro cor de rosa”, conta. 

Em entrevista ao Portal LeiaJá, Elaine revelou como está sendo a experiência e como funciona o sistema de remuneração e bonificação. Assista ao vídeo abaixo.

Quem já atingiu essa fase e passou pelas carreiras de diretora sênior, futura executiva, executiva e executiva elite, foi Karla Teles (foto à direita). Atual diretora nacional de qualificação, ela explica como ocorre o plano de carreira. “A organização trabalha com dois planos, a venda direta e a carreira, ambas opcionais para quem quer iniciar e crescer”. Antes de tudo, a pessoa tem que trabalhar e ser uma consultora ativa. Para isso, é necessário adquirir um kit de R$ 150, para iniciar o cuidado com a própria pele e realizar as demonstrações, com as amigas e familiares. A partir daí, vão surgindo vendas e o interesse pelo produto, e consequentemente a evolução na carreira”, detalha Karla.A diretora ainda afirma que já conquistou vários incentivos, como viagens e o tão sonhado carro cor de rosa da Mary Kay. O mimo, desejado por várias consultoras, pode ser adquirido a partir de meta alcançada, opcionalmente, pelas consultoras independentes. Para ganhar o veículo ou o bônus no valor do carro, Karla Teles explica o que é necessário: confira no áudio abaixo:

Porém, para isso é primordial a dedicação. “Comecei como consultora e hoje atuo como diretora nacional em qualificação. Para alcançar esse nível na carreira, tive que recrutar, orientar e motivar dezenas de vendedores", conta. Karla também exemplifica até quanto pode chegar o lucro e como isso ocorre. “Em relação a remuneração de nova diretora, o valor pode iniciar a partir de R$ 2,5 mil, a diretora de carro cor de rosa, R$ 10 mil e diretora nacional, inicia com R$ 26 mil, porém pode chegar R$ 150 mil mensais. Entretanto, é necessário passar por todas as etapas da carreira, permanecer ativa e liderar uma equipe”, explica.

Em relação à remuneração, ela explana: “Os interessados devem adquirir um kit de R$ 150, que equivale a R$ 400 em produtos para realizar a demonstração. A carreira de vendedora direta pode ser desenvolvida até chegar a direção de nível nacional. A consultora ganhará sob suas vendas e uma comissão de 4% a 12% do seu time direto. Os ganhos, do cargo de diretora, permanecem os mesmos, porém são acrescidos bônus de unidade de até 13%, mais o bônus de volume de R$ 500 a R$ 6 mil e bonificação de 4% a 5% sob a produção de venda das diretoras descendentes. Já a diretora nacional, além de todos esses ganhos, terá o acréscimo das diretoras de segunda de terceira gerações, o equivalente a 3% e 2%, respectivamente".

A carreira independente da Mary Kay chamou a atenção da advogada Marcela Freire (foto à direita), que estudava para concurso quando começou a ser consultora independente. “No início, não acreditei na rentabilidade, após três meses decidi ingressar e hoje não me arrependo. Minha meta agora é o carro cor de rosa”, diz Marcela. Segundo a advogada, que deixou um pouco de lado a dedicação aos estudos, sua família chegou a criticá-la. “Falavam o seguinte: você vai deixar de estudar para vender batom?”, conta, descontraída. Quando questionada sobre a estabilidade profissional, ela foi objetiva: “Hoje dou graças a Deus por não precisar de carteira assinada”, conclui.

Para alcançar esses benefícios, a gestora de marketing da Mary Kay, Shana Peixoto, ainda deixa uma mensagem. “Trabalhamos com descontos que vão de 25% a 40%, e essas variações ocorrem de acordo com a quantidade de vendas que são realizadas. Por isso nos destacamos das concorrentes diretas e indiretas do Brasil. Todos devem ser consultoras ativas, porque trabalhamos com a venda e a carreira”, destaca.

Associação Brasileira de Venda Direta - De acordo com a diretora executiva da Associação Brasileira de Venda Direta (Abevd), Roberta Kuruzo, todas as empresas, sendo elas nacionais ou multinacionais, para atuarem como organizações de venda direta, precisam possuir algumas características. “Elas devem comercializar um produto, através do relacionamento da consultora diretamente com o cliente”, explica Roberta. “Além disso, as organizações devem oferecer capacitações e informações necessárias do produto”, completa a diretora.

O código de ética, que as empresas de venda direta devem seguir, pode ser consultado através do site da Associação ou neste arquivo.

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