UNE convoca alunos de todo País para manifestação

Entre as reivindicações, a entidade ressalta a luta contra cortes no FIES e PEC 241

por Rebeca Ângelis seg, 17/10/2016 - 09:39

Em meio ao quadro de instabilidade dos direitos dos estudantes e trabalhadores, a diretoria executiva da União Nacional dos Estudantes (UNE) se reuniu na última quarta-feira (12) para marcar um ato de mobilização com reivindicações em prol da educação, saúde e em outros setores.

No encontro, a UNE convocou todos os estudantes de norte a sul do país a participarem de uma Paralisação Nacional Contra os Cortes no FIES, no próximo dia 19 de outubro. Já no dia 24 de outubro as manifestações serão em conjunto com as entidades educacionais no Dia Nacional de Luta do Movimento Educacional. Os atos do dia 24 devem ser um esquenta para uma greve geral em todos os Estados convocada pelas centrais sindicais no dia 11 de novembro. Em vídeo exibido na Página oficial do Facebook, a vice-presidente da UNE convoca os estudantes para o grande ato.

De acordo com a presidenta da UNE, Carina Vitral, o momento é difícil e precisa de atitude. “São três graves retrocessos como a PEC 241, em que um dos setores mais prejudicados nos próximos 20 anos será a educação, junto com isso a MP de mudança do ensino médio sem qualquer diálogo com as entidades e o atraso dos repasses do Fies. Estas serão nossas prioridades de luta junto com a reivindicação dos recursos do petróleo para o setor”, afirmou.

Já a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Camila Lanes, salienta que os estudantes precisam se impor com energia e luta para derrubar as reformas que o atual governo do presidente Michel Temer insiste em impor.

“Mesmo que essa medida provisória passe, nós iremos continuar fazendo das escolas um espaço de luta, de resistência e de conscientização. Precisamos disso já que o governo quer que os estudantes de escolas públicas virem apenas mão de obra barata ao invés de fazer com que a consciência cidadã desses jovens aumente cada dia mais”, disse.

Cerca de 407 escolas e universidades continuam ocupadas. O Paraná é responsável pelo maior número, com 210 estabelecimentos estaduais. Em Pernambuco, as dependências da Universidade de Pernambuco no campus da cidade de Petrolina e da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) também estão habitadas pelos alunos. Além de outros estados com grandes concentrações como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros.

As ocupações tiveram início em 2015, quando alunos secundaristas de uma escola em São Paulo se negaram a aceitar a reorganização escolar proposta por Geraldo Alckmin, que consistia em fechar 94 escolas, atingindo cerca de 311 mil estudantes de 74 mil professores.  

Em março deste ano, estudantes cariocas também ocuparam escolas no estado para reivindicar melhorias na educação. O movimento se estendeu por quatro meses, com cerca de 80 escolas ocupadas.

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