Manifestação cobra escolas bilíngues em Pernambuco

No Dia Nacional dos Surdos, manifestantes se reuniram, no Centro do Recife, com objetivo de debater um projeto de lei que assegure escolas inclusivas no Estado

por Bruna Oliveira qui, 26/09/2019 - 14:51
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Manifestantes se reuniram na Avenida Conde da Boa Vista com destino ao Palácio do Campo das Princesas Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Na manhã desta quinta-feira (26), Dia Nacional do Surdos, manifestantes se reuniram na Avenida Conde da Boa Vista, localizada no Centro do Recife, com destino ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado, com o objetivo de debater com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, um projeto de lei que assegure que a gestão estadual forneça à população escolas bilíngues, que ensinem por meio da língua portuguesa escrita e falada e também através da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).

“É preciso que sejam fornecidas escolas inclusivas que utilizem uma estratégia metodológica capaz de contemplar estudantes ouvintes e não ouvintes que frequentem a mesma sala”, explica o líder do Movimento Surdo de Pernambuco e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Antônio Cardoso, um dos organizadores da manifestação.

De acordo com a Lei Brasileira da Inclusão (LBI) 13146/2015, metodologias, espaços e materiais devem ser capazes de atender a todos, de forma a não fazer uma separação das pessoas que possuem deficiência. No entanto, segundo o professor da área de história da educação da UFPE, José Luís Simões, poucas escolas no Estado são bilíngues, o que torna difícil, até mesmo, colocar esta lei em prática. “Se o surdo mora em uma cidade que não possui uma escola inclusiva, onde ele vai estudar?”, indaga o docente.

Para a estudante Ana Raquel, 18 anos, que cursa Letras-Libras na UFPE e enfrentou dificuldades durante o período que cursou, principalmente, o ensino fundamental, já que a escola que frequentava não possuía ensino em libras, é importante realizar manifestações para a conscientização das pessoas. “No Letra-Libras todos sabem Libras, então o desenvolvimento é bem melhor, mas precisamos mostrar para a sociedade que precisamos de uma maior acessibilidade dentro da sociedade.”, declara.

Além da busca por escolas bilíngues, a manifestação teve o objetivo de debater a inclusão de deficientes auditivos em concursos públicos, na área de saúde, entre outros. 

COMENTÁRIOS dos leitores