‘Fui expulso de Olinda’, diz Francisco José em seu livro

Jornalista da Globo está lançando um livro em que reúne os principais fatos que marcaram sua vida durante as coberturas de seu trabalho jornalístico na emissora

por Rebeca Ângelis sab, 04/02/2017 - 19:40
Reprodução/Youtube Jornalista reúne histórias de seus 40 anos no jornalismo, em um livro Reprodução/Youtube

Em comemoração aos 40 anos como repórter da rede Globo, o jornalista Francisco José está lançando um livro em que lembra principais fatos que marcaram sua vida durante as coberturas de seu trabalho jornalístico. A obra de nome ‘40 Anos no Ar – a jornada de um repórter pelos cinco continentes’, reúne histórias curiosas e leves que o ‘Chico’ já se deparou.

Entre elas, o autor destaca como uma das passagens mais interessantes de sua carreira profissional, a sua função nas festas de rua, em Olinda, durante o período de Carnaval. Chico Descreve que na década de 70, aparecia mostrando o carnaval da cidade a cada três minutos, no Jornal Nacional e com isso, a cada ano, a propagação do local atraía mais turistas para conhecer o evento na cidade.

“A cada ano, aumentava o número de pessoas nas ruas e ladeiras de Olinda. Não havia mais espaço para os blocos passarem. Até que um morador chamou a minha atenção”, escreve o repórter.

— Chico, tu não estás percebendo que está acabando com o Carnaval de Olinda! Os clubes não conseguem mais desfilar. Os músicos que seguem os blocos não podem tocar. Cada ano aumenta a multidão. Além do mais, a cidade não tem estrutura para receber tanta gente. Todo mundo fazendo xixi pelas ladeiras. Cada vez que a televisão mostra o Carnaval daqui, no ano seguinte aumenta a multidão. Vai fazer reportagem de Carnaval em outro lugar.

Chico explica que o argumento do folião era plauzível e ressalta que, desde que foi ‘expulso’ de Olinda, passou a centralizar sua participação na cobertura do Carnaval do Recife. No livro, ele ressalta ainda que o lema para suas reportagens serem atraentes, é correr risco de vida.

Conhecido pela sua identidade com o Nordeste, Francisco chegou a se destacar no jornal já nos anos 1980, com reportagens sobre a seca, Guerra das Malvinas, além de se tornar refém em um sequestro. Atualmente, ele afirma que já soma 2 mil reportagens em sua trajetória na emissora global,  dando ênfase sempre à sua origem e buscando sempre mais do novo. “Estou tentando aprender até hoje”, diz. “Cheguei à conclusão que deveria ser apenas Chico José, sem imitar ninguém, nem mesmo os mais consagrados profissionais da TV. E manter sempre o meu sotaque”. Descreve no texto.

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