Em comemoração aos 40 anos como repórter da rede Globo, o jornalista Francisco José está lançando um livro em que lembra principais fatos que marcaram sua vida durante as coberturas de seu trabalho jornalístico. A obra de nome ‘40 Anos no Ar – a jornada de um repórter pelos cinco continentes’, reúne histórias curiosas e leves que o ‘Chico’ já se deparou.
Entre elas, o autor destaca como uma das passagens mais interessantes de sua carreira profissional, a sua função nas festas de rua, em Olinda, durante o período de Carnaval. Chico Descreve que na década de 70, aparecia mostrando o carnaval da cidade a cada três minutos, no Jornal Nacional e com isso, a cada ano, a propagação do local atraía mais turistas para conhecer o evento na cidade.
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“A cada ano, aumentava o número de pessoas nas ruas e ladeiras de Olinda. Não havia mais espaço para os blocos passarem. Até que um morador chamou a minha atenção”, escreve o repórter.
— Chico, tu não estás percebendo que está acabando com o Carnaval de Olinda! Os clubes não conseguem mais desfilar. Os músicos que seguem os blocos não podem tocar. Cada ano aumenta a multidão. Além do mais, a cidade não tem estrutura para receber tanta gente. Todo mundo fazendo xixi pelas ladeiras. Cada vez que a televisão mostra o Carnaval daqui, no ano seguinte aumenta a multidão. Vai fazer reportagem de Carnaval em outro lugar.
Chico explica que o argumento do folião era plauzível e ressalta que, desde que foi ‘expulso’ de Olinda, passou a centralizar sua participação na cobertura do Carnaval do Recife. No livro, ele ressalta ainda que o lema para suas reportagens serem atraentes, é correr risco de vida.
Conhecido pela sua identidade com o Nordeste, Francisco chegou a se destacar no jornal já nos anos 1980, com reportagens sobre a seca, Guerra das Malvinas, além de se tornar refém em um sequestro. Atualmente, ele afirma que já soma 2 mil reportagens em sua trajetória na emissora global, dando ênfase sempre à sua origem e buscando sempre mais do novo. “Estou tentando aprender até hoje”, diz. “Cheguei à conclusão que deveria ser apenas Chico José, sem imitar ninguém, nem mesmo os mais consagrados profissionais da TV. E manter sempre o meu sotaque”. Descreve no texto.