Guarulhos vive rodízio permanente de água
Inadimplência do SAAE gera queda no abastecimento
Guarulhos sofre com o rodízio no fornecimento de água desde antes da crise hídrica. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) fornece 87% da água distribuída na cidade pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos. A demanda da cidade é de 4,6 mil litros por segundo, porém, mesmo com o fim do período crítico do nível de água nos reservatórios, o fornecimento está em 4 mil litros por segundo, o que gera o rodízio e a insatisfação da população. Parte da explicação vem da dívida de cerca de R$ 2,5 bilhões que o SAAE tem com a Sabesp, débito que existe desde 1996 e já foi discutido até na justiça. O município e a Sabesp não entram em acordo sobre o valor da tarifa a ser paga pela água fornecida.
O SAAE de Guarulhos solicitou permissão do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para captar e distribuir água do Rio Jaguari, no Vale do Paraíba. Em 2012 já havia sido solicitada a outorga, porém foi negada pelo DAEE. Um dos empecilhos é que a Sabesp também manifestou interesse em captar água do mesmo rio para reforçar suas reservas e ter uma solução de contorno em caso de nova crise. Além do Jaguari, o SAAE possui autorização para explorar águas de outros dois mananciais: Barrocada e Engordador, ambos na região da Serra da Cantareira, porém ainda não fez as obras de infraestrutura necessárias para solicitar a autorização de uso, fornecida pelo DAEE depois de avaliar se os requisitos para a distribuição são atendidos.
Contas mais caras
O SAEE começa a cobrar mais caro este mês pelo fornecimento. A Sabesp reajustou em 8,43% a tarifa sobre o consumo e a operadora do município aguardava decreto para poder repassar o índice para o consumidor. Com a medida publicada no Diário Oficial no mês passado, o aumento passa a valer para as contas de junho em todas as categorias: residencial, industrial, comercial e órgãos públicos.