São Paulo registra 16 mortes de ciclistas até setembro

Falta de ciclovias compromete a segurança dos ciclistas, que acabam se arriscando no meio dos carros

por Nataly Simões ter, 30/10/2018 - 18:14

A capital paulista registrou, entre janeiro e setembro, 16 mortes de ciclistas, de acordo com dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga SP).  Junho foi o mês mais violento, com seis mortes, e em 81% de todos os casos as vítimas chegaram a ser socorridas, mas não resistiram. 

A falta de ciclovias compromete a segurança dos ciclistas, que acabam se arriscando no meio dos carros, conforme constatado pela Associação dos Ciclistas Urbanos (Ciclocidade) que passou um dia inteiro sobre a Ponte Eusébio Matoso, trecho que liga o Butantã a Pinheiros, e contabilizou que 1.164 bicicletas passaram pelo local entre 6h e 20h, o equivalente a 83 por hora.

Desses, 75% dos ciclistas usaram a calçada para se locomover e 56% não estavam com capacete. A entidade cobra da prefeitura a construção de uma ciclovia no local, na qual a obra está prevista desde 1994.

A avenida Eusébio Matoso tem uma extensão de 300 metros e nenhuma placa de sinalização de trânsito. Na ponte, os ônibus trafegam quase encostando nas bicicletas e a calçada acaba substituindo a ciclovia, o que também dificulta o deslocamento dos pedestres.

A prefeitura informou que está preparando a licitação do projeto executivo da ciclopassarela e que o lançamento do edital das obras deve ocorrer até o final de 2019. Segundo a administração municipal, o novo plano cicloviário da capital prevê a implantação de 1.420 quilômetros de ciclovias até 2028.

Outro problema que os ciclistas enfrentam na capital é a falta de segurança quando eles precisam “estacionar” a bicicleta. São Paulo tem apenas 200 paraciclos públicos, que são estruturas onde se pode deixar a bicicleta.

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