Homem mata casal após perder ação por danos morais em SP

Suspeito foi condenado a pagar indenização de R$ 2 mil e, inconformado, teria planejado vingança

por Nataly Simões seg, 05/11/2018 - 17:27

Um casal foi assassinado a tiros e com golpes de faca dentro de uma chácara em Peruíbe, no litoral de São Paulo. O suspeito de cometer o crime já havia ameaçado uma das vítimas após perder uma ação judicial por danos morais.

De acordo com informações da Polícia Militar, as vítimas Marleni Fantinel Ataíde Reis, de 68 anos, e o marido Marcio Ataíde Reis, de 46 anos, estavam dentro da residência quando o suspeito Antonio Ferreira Silva, de 61 anos, invadiu o imóvel armado com uma espingarda e uma faca.

Ao entrar na chácara, o homem atirou nas costas de Reis, que morreu no local. A advogada tentou fugir, mas acabou atingida pelo suspeito com golpes de faca. Mas, apesar dos ferimentos graves, Marleni ficou consciente até a chegada dos PMs e antes de ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a vítima contou aos policiais que ela e o esposo foram atacados por um homem chamado Antonio Ferreira Silva.

A advogada foi socorrida, mas não resistiu e morreu. O corpo do casal foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, e o caso foi registrado na Delegacia Sede de Peruíbe.

Ação judicial

Em agosto de 2011, a filha da advogada assassinada, Virgínia Fantinel Dias, vendeu um carro por R$ 6 mil para Antonio Ferreira Silva, mas ele não fez a transferência do nome no documento e as multas levadas pelo condutor eram encaminhadas para Virgínia.

Sem acordo para resolver o problema, a filha da advogada recorreu à Justiça para cobrar a transferência do carro e abrir uma ação de dados morais contra Silva. A sentença favorável a Virgínia foi publicada em junho de 2018. No documento, o juiz Alexandre das Neves determinou que Antonio teria que pagar R$ 2 mil por danos morais e também o deixou sujeito à multa de R$ 100 por dia caso descumprisse a decisão.

Após o crime, a Justiça expediu mandado de prisão temporária de 30 dias contra o suspeito. O texto para justificar o pedido relaciona justamente o crime com a ação movida pela filha da vítima. "Ele é o principal suspeito do assassinato de ambas as vítimas, pois seria parte adversa em processo judicial que era patrocinado por uma das vítimas, que era advogada do demandante", diz o despacho.

O suspeito de assassinar o casal está foragido e o crime segue sendo investigado.

COMENTÁRIOS dos leitores