Número de migrantes mortos no Mediterrâneo caiu 28%

O número de chegadas caiu drasticamente em relação ao boom de 2015, quando mais de um milhão de migrantes atingiram as costas europeias

qui, 03/01/2019 - 08:49
JORGE GUERRERO Migrantes resgatados em 18 de dezembro de 2018 na Espanha JORGE GUERRERO

O número de migrantes mortos no Mar Mediterrâneo caiu 28% em 2018, situando-se em 2.262, enquanto 113.482 conseguiram chegar na Europa por via marítima, informou a ACNUR.

Em 2017, 3.139 migrantes morreram ou foram dados como desaparecidos no Mar Mediterrâneo e 172.301 conseguiram chegar à Europa, de acordo com números divulgados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em seu site.

O número de chegadas caiu drasticamente em relação ao boom de 2015, quando mais de um milhão de migrantes atingiram as costas europeias.

Se somados os quase 7.000 migrantes registrados nos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, que estão em território africano, tem-se um total de 120.205 pessoas chegadas na Europa em 2018.

A Espanha se tornou no ano passado a principal porta de entrada para a Europa, com 55.756 chegadas por via marítima (em comparação com 22.103 em 2017).

A Itália, onde o governo anti-imigração fechou seus portos para navios humanitários este verão, registrou 23.371 chegadas no ano passado, uma queda significativa em relação a 2017 (119.369).

A Grécia, que também foi um dos principais países de entrada no Velho Continente, contabilizou 32.497 chegadas em 2018.

Os migrantes vêm principalmente da Guiné (13.068 pessoas), Marrocos (12.745) e Mali (10.347). A Síria ocupa a quarta posição, seguida pelo Afeganistão e pelo Iraque.

A recepção dos migrantes resgatados no mar causou uma crise diplomática europeia no ano passado, depois que a Itália fechou seus portos e vários navios tiveram que vagar pelo mar em busca de um porto para recebê-los.

Cada caso foi resolvido graças a acordos pontuais entre países europeus que dividiram os migrantes recuperados pelos navios humanitários. A Espanha e Malta abriram seus portos para que essas pessoas pudessem desembarcar.

"Em 2019 é essencial acabar com o enfoque atual de 'navio por navio'", estimou no domingo a ACNUR, que exortou os Estados a "lançar um mecanismo regional que dê aos capitães das embarcações diretivas claras e previsíveis sobre o lugar onde os refugiados e migrantes resgatados no Mediterrâneo podem desembarcar".

As autoridades de La Valletta autorizaram na quarta-feira a entrada em águas maltesas de dois barcos de ONGs alemãs com 49 migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo, devido à deterioração das condições a bordo.

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