EUA: Mulheres aderem a um 'Dia dos Namorados' alternativo
Um jantar com os amigos, uma aula de culinária, uma festa em casa com muitos balões e outras decorações, e nada de encontros românticos com o parceiro: é assim que elas preferem celebrar o 'Valentine's Day'
Cada vez mais, muitas americanas resolveram aderir a uma alternativa para a comemoração do "Dia dos Namorados" neste 14 de fevereiro nos Estados Unidos, inspiradas pela já cancelada série "Parks and Recreation" e filmes como "Idas e Vindas do Amor".
Um jantar com os amigos, uma aula de culinária, uma festa em casa com muitos balões e outras decorações, e nada de encontros românticos com o parceiro: é assim que elas preferem celebrar o "Valentine's Day", ou "Dia de São Valentim", como é chamado o "Dia dos Namorados" nos Estados Unidos.
Dessa forma surgiu o "Galantine's Day", uma espécie de "Dia do Bolo com os Amigos" (trocadilho de "gate", bolo em inglês, e Valantine).
Tudo começou em 2010 com um episódio de "Parks and Recreation", no qual a heroína Leslie Knope, interpretada por Amy Poehler, organiza um brunch em casa no dia 13 de fevereiro com suas melhores amigas.
Para ela, é uma maneira de fazer frente ao sacrossanto "Valentine's Day", com a ideia de que a amizade deve ser celebrada tanto quanto o amor.
"As mulheres crescem com essa fantasia do grande amor romântico, e o que estar apaixonado significa", diz Olivia Dillingham, consultora de marketing em Nova York.
"Isso faz com que se sintam indignas e incapazes quando não têm ninguém para jantar no Dia dos Namorados", destaca.
Então, a ideia de "Parks and Recreation" parece ter colado. O que começou como uma provocação, gradualmente se instalou em alguns círculos americanos, e as marcas já compreenderam isso.
Agora encontramos cartões, taças de vinho, velas e bolos estampados com "Galentine's Day". Bares e restaurantes organizam "happy hours" e festas dedicadas à data. E lojas de roupas estão fazendo promoções para a ocasião.
Em Washington, o hotel de luxo St. Regis oferece um chá da tarde no dia 13 de fevereiro com um excepcional leilão de joias.
"Tornamos o momento um pouco lúdico, com muitas cores femininas", explica Heather Dobson, chef confeiteira do hotel, mostrando suas criações doces decoradas com corações de chocolate e pétalas de rosas.
- "Uma boa desculpa" -
Apenas um em cada dois americanos planeja comemorar o Dia dos Namorados em 2019, de acordo com a Federação Nacional do Comércio, um declínio de 10% na última década.
Em contrapartida, de acordo com um estudo do NPD Group, as vendas relacionadas ao "Galentine's Day" devem crescer 20% nos próximos três anos.
Mas para seus seguidores, essa nova celebração vai além de sua mera dimensão superficial e comercial.
"Começou de maneira muito leve", reconhece Riya Patel, uma analista de 22 anos de idade, moradora de Washington.
"Mas não se trata apenas de celebrar seus amigos, é um dia para pensar naqueles que são importantes em sua vida".
"É realmente uma questão de emancipação das mulheres e de ajudar umas às outras", diz Sara Phillips, uma designer de perfumes de 37 anos.
Na festa de seu "Galentine's Day" organizada em sua casa no ano passado, a nova-iorquina Olivia Dillingham e suas amigas lançaram "feitiços" para encontrar o amor, trocaram flores e elogios.
"É muito importante se cercar de apoio", ressalta a jovem de 24 anos. "E também é uma boa desculpa para encontrar suas amigas".
Para Riya Patel, a particularidade do "Galentine's Day" é "celebrar a maneira como nos apoiamos mutuamente".