Quatro em cada dez brasileiros vendem vale-refeição

Desse total, 44% usam o valor para pagar as contas

por Jameson Ramos sex, 15/02/2019 - 11:06
Eduarda Esteves/LeiaJá Imagens Foram entrevistados 804 consumidores, acima de 18 anos Eduarda Esteves/LeiaJá Imagens

Embora a comercialização do ‘vale-refeição’ ou ‘vale-alimentação’ seja uma prática inapropriada, ela tem sido bastante comum entre os trabalhadores brasileiros. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 39% dos consumidores que recebem o benefício possuem o hábito de vender seus tíquetes, dos quais quatro em cada dez (44%) usam o valor para pagar as contas. A pesquisa mostra que tal prática é mais recorrente nas classes mais pobres, já que 61% das pessoas que recebem o auxílio diz nunca recorrer a essa prática - esse percentual é maior nas classes A e B (75%).

Parte de quem opta pela troca do crédito do vale pelo dinheiro, de acordo com o levantamento, não o fazem apenas pela necessidade de complementar o orçamento. Fazer compras foi a principal finalidade apontada por 36% dos entrevistados, enquanto 21% disseram guardar o valor que recebem e 17% reservam para atividades de lazer.

Por ser um benefício que o empregador oferece aos trabalhadores, o vale-refeição tem como uso exclusivo a alimentação e não pode ser desviado de sua finalidade, de acordo com o “Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)”. “Além da prática ser inapropriada, trocar o tíquete refeição por dinheiro pode ser um mau negócio do ponto de vista financeiro. Quem compra, costuma cobrar um percentual, levando o trabalhador a perder parte do valor do benefício”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Foram entrevistados 804 consumidores, acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.

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