Começa júri de acusada de esquartejar marido em Aldeia
Jussara Rodrigues da Silva Paes responde por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver
Começou nesta segunda-feira (4) o julgamento da farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes acusada de matar e esquartejar o marido, o médico cardiologista Denirson Paes da Silva no condomínio que viviam em Aldeia, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O júri ocorre no Fórum de Camaragibe.
A acusada responde por ocultação de cadáver e homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, com emprego de meio cruel e cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. Um dos filhos do casal, Danilo Paes, também é réu, mas teve o caso desmembrado e aguarda o seu julgamento em liberdade.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) arrolou a oitiva de cinco testemunhas em plenário. Serão ouvidos o outro filho do casal, Daniel Paes, a emprega, o chefe de investigação e dois peritos. Os pais do médico, por recomendação médica, não participarão do Tribunal do Júri.
A defesa de Jussara alegará que a ré agiu em legítima defesa. A tese é que a farmacêutica era vítima de violência doméstica, tendo registrado um boletim de ocorrência em 2015.
O caso
A Polícia Civil concluiu que a motivação do crime foi um relacionamento extraconjugal mantido pelo médico. Relacionado a isso, estariam as consequentes mudança de padrão de vida e separação iminente as quais a farmacêutica seria submetida.
A investigação apontou que Denirson foi asfixiado em seu quarto entre os dias 30 e 31 de maio. O corpo foi arrastado por cerca de seis metros até um corredor na área externa, onde houve uma tentativa de carbonização e o corte do corpo em duas partes. Em seu novo depoimento, a acusada disse ter arrancado e queimado os genitais do companheiro. Os restos mortais do médico foram encontrados dentro da cacimba do lado de fora da casa.
No dia 20 de junho, Jussara compareceu à Delegacia de Camaragibe para registrar o desaparecimento do marido. A denúncia só foi feita após pressão de Daniel, que afirmou que iria procurar a polícia se ela não o fizesse. Ela alegava que o marido teria viajado e não dado mais notícias, talvez tendo ido ver os jogos da Copa do Mundo na Rússia. Os policiais suspeitaram do depoimento por causa de fatores como a demora para registrar o caso e a ausência de movimentação na conta bancária de Denirson.
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