Suspeitas de coronavírus no Recife sobem para três

Todos os casos são de pessoas que vieram da Itália

por Jameson Ramos qua, 26/02/2020 - 22:46
Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens Uma coletiva foi realizada na noite desta quarta-feira (26) Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

Sobe para três o número de pessoas que estão sendo investigadas por conta da suspeita do novo coronavírus no Recife. Duas pessoas, sendo uma mulher, de 51 anos, e um homem, de 24 anos, estão sendo acompanhados pela equipe médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), bairro de Santo Amaro. A terceira pessoa está internada no Hospital Santa Joana, que é da rede particular.

Segundo aponta a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a mulher, que foi a primeira a ser confirmada como caso suspeito do vírus em Pernambuco na terça-feira (25), já fez alguns exames. Os primeiros resultados confirmaram que ela não estava com as influenzas A e B. Só na sexta-feira (28), os resultados positivos ou negativos para o coronavírus na vítima devem ser divulgados. 

Já o segundo caso suspeito deu entrada no Oswaldo Cruz nesta quarta-feira (26). O jovem, de 24 anos, chegou há 10 dias da região norte da Itália e procurou atendimento porque nas últimas 24h estava com uma tosse seca, que se agravou para uma tosse com sangue e, por ter asma, precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde. 

Ele é pernambucano mas mora na Itália e estava no Recife de férias. Diferente do primeiro caso, ele ainda não teve os diagnósticos sobre a possibilidade das influenzas divulgados, mas todas as coletas já foram feitas - segundo confirma a SES. 

O terceiro caso, que está sendo acompanhado pelo Hospital Santa Joana, localizado na área central do Recife, é de um homem de 41 anos que passou por Veneza, na Itália, e outras cidades da Europa. A SES confirma que o homem deu entrada no hospital particular com problemas respiratórios e febre.

Nesta quarta-feira (26), ele estava isolado e a unidade está investigando os sintomas. As autoridades chamam a atenção da população de que ainda nenhum desses casos foi confirmado e tudo ainda está sendo pesquisado, tanto na rede pública quanto na rede privada.

“É preciso dizer que isso (o número de casos em Pernambuco) não destoa a expectativa que se tinha em relação a ampliação de casos. Todos os casos notificados já tiveram as coletas dos primeiros exames”, reforça André Longo, secretário da Secretaria Estadual de Saúde. 

Hospital Universitário Oswaldo Cruz é referência para tratamento da doença em Pernambuco. Foto: Google Maps/Reprodução

Infectologia

Segundo o infectologista do Oswaldo Cruz, Demétrius Montenegro, nenhum dos pacientes que estão sendo acompanhados pelo hospital estão em situação de alerta. A mulher, de 51 anos, está bem clinicamente e passou esta quarta-feira (26) sem nenhum problema e apresentou melhoras nos sintomas de dor na garganta. “Ela vai continuar em observação até saírem os outros resultados que vão confirmar, ou não, o coronavírus”, explana o doutor.

O jovem de 24 anos, por conta de seu problema de asma, desenvolveu um pouco de falta de ar. “Mesmo assim, ele continua clinicamente estável. Como é protocolo nesses casos de falta de ar, ele encontra-se internado na UTI do hospital sem precisar de suporte ventilatório ou de oxigênio”, confirma Demétrius. Não há detalhes do caso clínico do paciente que está internado no Santa Joana.

Brasil

Da terça-feira (25) para a quarta-feira (26), o número de casos suspeitos no Brasil quadruplicou, passando de 5 para 20 que estão sendo investigados. Até às 9h desta quarta (26), foram 59 casos que estavam sendo investigados e, depois de todos os exames, foram descartados. O Ministério da Saúde recomenda que os critérios clínicos para a avaliação das pessoas suspeitas sejam bem rigorosos nos Estados.

Se a pessoa não viajou para os países que já tiveram casos do novo coronavírus confirmados, não teve nenhum vínculo ou contato ou com alguém que estava nesses locais, obrigatoriamente precisa apresentar febre. Outros sintomas como tosse, dor de cabeça, dor no corpo e dificuldade para respirar também devem se apresentar para que o alerta da possibilidade seja emitido.

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