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Diante dos casos de coronavírus no Brasil e no mundo, o melhor para se antecipar a essa doença é procurar informações fidedignas e tentar não se desesperar, já que - no Brasil - apenas um caso foi confirmado e, até então, não somos um reduto do vírus. Em Pernambuco, por exemplo, até agora apenas três casos estão sendo investigados diante dos 20 casos suspeitos, segundo última atualização divulgada pelo Ministério da Saúde, que surgiram no Brasil. 

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O que é o coronavírus?

O novo agente do coronavírus, chamado de coronavírus (SARS-CoV-2), foi descoberto no fim de dezembro de 2019 após ter casos registrados na China. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

Como é feito o diagnóstico do coronavírus?

O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.

As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito. 

Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

Como é feito o tratamento do coronavírus?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. No caso do coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo:

Uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos). Uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garganta e tosse. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.

Todos os pacientes que receberem alta durante os primeiros 07 dias do início do quadro (qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais sem febre), elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar).

Se você viajou para a China nos últimos 14 dias e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico imediatamente e informar detalhadamente o histórico de viagem recente e seus sintomas.

*Com informações do Ministério da Saúde

Sobe para três o número de pessoas que estão sendo investigadas por conta da suspeita do novo coronavírus no Recife. Duas pessoas, sendo uma mulher, de 51 anos, e um homem, de 24 anos, estão sendo acompanhados pela equipe médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), bairro de Santo Amaro. A terceira pessoa está internada no Hospital Santa Joana, que é da rede particular.

Segundo aponta a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a mulher, que foi a primeira a ser confirmada como caso suspeito do vírus em Pernambuco na terça-feira (25), já fez alguns exames. Os primeiros resultados confirmaram que ela não estava com as influenzas A e B. Só na sexta-feira (28), os resultados positivos ou negativos para o coronavírus na vítima devem ser divulgados. 

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Já o segundo caso suspeito deu entrada no Oswaldo Cruz nesta quarta-feira (26). O jovem, de 24 anos, chegou há 10 dias da região norte da Itália e procurou atendimento porque nas últimas 24h estava com uma tosse seca, que se agravou para uma tosse com sangue e, por ter asma, precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde. 

Ele é pernambucano mas mora na Itália e estava no Recife de férias. Diferente do primeiro caso, ele ainda não teve os diagnósticos sobre a possibilidade das influenzas divulgados, mas todas as coletas já foram feitas - segundo confirma a SES. 

O terceiro caso, que está sendo acompanhado pelo Hospital Santa Joana, localizado na área central do Recife, é de um homem de 41 anos que passou por Veneza, na Itália, e outras cidades da Europa. A SES confirma que o homem deu entrada no hospital particular com problemas respiratórios e febre.

Nesta quarta-feira (26), ele estava isolado e a unidade está investigando os sintomas. As autoridades chamam a atenção da população de que ainda nenhum desses casos foi confirmado e tudo ainda está sendo pesquisado, tanto na rede pública quanto na rede privada.

“É preciso dizer que isso (o número de casos em Pernambuco) não destoa a expectativa que se tinha em relação a ampliação de casos. Todos os casos notificados já tiveram as coletas dos primeiros exames”, reforça André Longo, secretário da Secretaria Estadual de Saúde. 

Hospital Universitário Oswaldo Cruz é referência para tratamento da doença em Pernambuco. Foto: Google Maps/Reprodução

Infectologia

Segundo o infectologista do Oswaldo Cruz, Demétrius Montenegro, nenhum dos pacientes que estão sendo acompanhados pelo hospital estão em situação de alerta. A mulher, de 51 anos, está bem clinicamente e passou esta quarta-feira (26) sem nenhum problema e apresentou melhoras nos sintomas de dor na garganta. “Ela vai continuar em observação até saírem os outros resultados que vão confirmar, ou não, o coronavírus”, explana o doutor.

O jovem de 24 anos, por conta de seu problema de asma, desenvolveu um pouco de falta de ar. “Mesmo assim, ele continua clinicamente estável. Como é protocolo nesses casos de falta de ar, ele encontra-se internado na UTI do hospital sem precisar de suporte ventilatório ou de oxigênio”, confirma Demétrius. Não há detalhes do caso clínico do paciente que está internado no Santa Joana.

Brasil

Da terça-feira (25) para a quarta-feira (26), o número de casos suspeitos no Brasil quadruplicou, passando de 5 para 20 que estão sendo investigados. Até às 9h desta quarta (26), foram 59 casos que estavam sendo investigados e, depois de todos os exames, foram descartados. O Ministério da Saúde recomenda que os critérios clínicos para a avaliação das pessoas suspeitas sejam bem rigorosos nos Estados.

Se a pessoa não viajou para os países que já tiveram casos do novo coronavírus confirmados, não teve nenhum vínculo ou contato ou com alguém que estava nesses locais, obrigatoriamente precisa apresentar febre. Outros sintomas como tosse, dor de cabeça, dor no corpo e dificuldade para respirar também devem se apresentar para que o alerta da possibilidade seja emitido.

Dengue, chikungunya, zika vírus. A “doença misteriosa” que assola os estados nordestinos, desde o final de 2014, continua uma incógnita para os órgãos de saúde pública. Os sintomas, semelhantes, deixam o paciente com febre, manchas vermelhas, coceira. Especialistas da Região Metropolitana do Recife concordam em uma questão: o zika vírus precisa continuar a ser levado em consideração nas avaliações médicas. 

“Por enquanto, o zika vírus não pode ser descartado. Porque, para se ter uma epidemia, é precisa três elementos: ter o vírus circulante, o vetor e uma população suscetível. Destes, só não temos a confirmação do vírus, então é preciso continuarmos atentos”, afirmou o infectologista Luciano Arraes, do Hospital Oswaldo Cruz. O médico lembrou que a possibilidade da doença na Bahia ainda não foi confirmada pelo Ministério da Saúde. 

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Na última semana, a Secretária Estadual de Saúde de Pernambuco afirmou que nenhum caso da doença foi confirmado entre os notificados pelos agentes de saúde. Segundo a infectologista Martha Romeiro, da Unimed Recife, a doença precisa ser “cogitada e pesquisa”, pois há a possibilidade de introdução do vírus no país. “Provavelmente, com a possibilidade da doença na Bahia, o Ministério da Saúde intensificará as vigilâncias. Mas a população precisa entender que o zika vírus é alto limitada (de menor risco que a dengue) e a possibilidade de ocorrer complicações é bem mais baixo”, disse Romeiro. 

Ao iniciar os sintomas, é aconselhável que o indivíduo aguarde 48 horas até a evolução do quadro. “Lógico, se houver febre mais intensa, é necessário procurar o médico. Mas o ideal é esperar um pouco para ver a evolução e o especialista ter mais subsídios para investigar”, completou a infectologista.

Coordenadora da Vigilância e Controle da Dengue e Chikungunya em Jaboatão dos Guararapes, Elizabeth Jerônimo aponta a automedicação como grande problema e risco aos pacientes. “A possibilidade para o zika vírus existe, mas a população precisa se acalmar. O autodiagnóstico e a automedicação é um risco e pode agravar o quadro do paciente, pois há uma sorologia específica”, apontou.

Já para o médico infectologista consultor da rede hospitalar Hapvida, Vladimir Yuri, tomar medicamentos analgésicos mais usuais, como dipirona e paracetamol, não trará problemas aos pacientes. “o que não pode é fazer uso de antibióticos mais fortes, antialérgicos com uso indiscriminado”.

A preocupação, para o médico, deve ser outra. “Carecemos de informação. O que sabemos é que o vetor é mesmo, pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Portanto as pessoas devem continuar conscientes para evitar o acúmulo de água”, aponta Yuri. Sobre a dengue, a Secretaria Estadual confirmou que, até o dia 18 de abril, 26.666 casos da enfermidade foram notificados, com mais de 5 mil confirmados, em 174 municípios. 

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas prepara um grande encontro científico que pretende reunir todos os 600 infectologistas que já fizeram residência na instituição. A reunião, inédita, terá representantes desde a primeira turma, que entrou em 1971, quando o centro de referência ainda se chamava Hospital de Isolamento Emílio Ribas.

A proposta do encontro é promover troca de conhecimento e experiências entre as várias gerações de ex-residentes, que se tornaram especialistas e hoje atuam em universidades, hospitais e clínicas de quase todos os Estados do País.

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Ao longo de mais de 40 anos, esses infectologistas testemunharam o surgimento de novas doenças infecciosas, como a aids, e a emergência de questões que tiveram forte impacto na especialidade, como a resistência bacteriana. Isso sem contar as epidemias históricas: febre tifóide, meningite meningocócica, febre purpúrica, sarampo e a mais recente influenza H1N1.

"São infecções novas para especialistas velhos", diz a médica Marinella Della Negra, que fez parte da segunda turma de residentes do Emílio Ribas, que ingressou em 1972. Desde então, nunca mais deixou o instituto e só divide seu tempo com a atividade de professora da disciplina de infectologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa. Ela conta que, na época em que decidiu ser infectologista, a carreira ainda estava "engatinhando".

"Naquele tempo, o Emílio Ribas tinha uma característica de isolamento. Era um hospital que servia para por o paciente com doença infecciosa. Só quem realmente queria fazer a especialidade ia para lá", conta.

Ela avalia que, na época, atuar no Emílio Ribas não tinha o glamour que veio a ter depois, quando a instituição passou a ser reconhecida pelo ensino e também pela pesquisa.

O surgimento da aids, segundo Marinella, foi um grande impulsionador das pesquisas na área. "Foi um marco. Com a aids, teve que se investir muito dinheiro nas pesquisas. Por meio desse investimento, foi possível avançar também no conhecimento de outras infecções." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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