Índia anuncia grande flexibilização do confinamento

Templos religiosos, hotéis, restaurantes e centros comerciais poderão retomar as operações a partir de 8 de junho

sab, 30/05/2020 - 14:20
Passageira caminha diante de mural que representa Mahatma Gandhi, na entrada da estação ferroviária de Howrah, em Calcutá Dibyangshu SARKAR Passageira caminha diante de mural que representa Mahatma Gandhi, na entrada da estação ferroviária de Howrah, em Calcutá

A Índia anunciou neste sábado (30) uma importante flexibilização do confinamento decretado para combater o coronavírus, a partir do início de junho, apesar do país continuar com números elevados de contágio.

Com o objetivo de conter a propagação da epidemia de Covid-19, praticamente todas as atividades econômicas do país foram paralisadas desde o fim de março, o que deixou centenas de milhões de pessoas sem trabalho quase da noite para o dia.

Milhões de trabalhadores migrantes retornaram para suas cidades natais, muitos deles percorrendo a pé centenas de quilômetros. O primeiro-ministro Narendra Modi admitiu que a maior parte do país "enfrentou um grande sofrimento", em uma carta aberta publicada neste sábado.

A flexibilização do confinamento, no entanto, não incluirá no momento as denominadas "zonas de contenção", onde os números de contágio permanecem elevados, informou o ministério do Interior. No restante do país, os templos religiosos, hotéis, restaurantes e centros comerciais poderão retomar as operações a partir de 8 de junho. Os centros de ensino dependem de uma consulta prévia com as autoridades de cada estado, anunciou o ministério.

Cinemas, piscinas públicas e bares permanecerão fechados. O transporte aéreo internacional e o transporte público continuarão parados. Os grandes eventos políticos e religiosos, assim como os campeonatos esportivos, permanecerão suspensos.

O toque de recolher nacional começará duas horas mais tarde, a partir das 21H00. Não serão permitidas entradas ou saídas nas zonas de contenção, exceto por razões médicas e de abastecimento de bens e serviços.

Nestas áreas o governo organizará um "rastreamento intensivo de contatos, vigilância porta a porta e outras intervenções clínicas", explicou o ministério.

A Índia, segundo país mais populoso do mundo, continua em plena crise de saúde pela pandemia. Neste sábado anunciou outro recorde de contágios em 24 horas: o país tem mais de 85.000 casos e quase 5.000 mortos.

De acordo com os dados publicados pelo governo na sexta-feira, a Índia, terceira maior economia da Ásia, registrou o menor ritmo de crescimento em pelo menos duas décadas no último trimestre.

O período, no entanto, inclui apenas o início da quarentena. Analistas apontam que o crescimento desacelerou ainda mais desde então. O governo Modi adotou algumas medidas para conter as consequências econômicas da pandemia, autorizando a atividade industrial e agrícola em zonas com poucos casos registrados. Muitos lugares, no entanto, estão com problemas para encontrar funcionários.

Os voos domésticos foram retomados este mês e alguns trens estão em circulação. Além disso, Modi anunciou um pacote de ajudas de 266 bilhões de dólares, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, para estimular a economia.

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