Estão tentando me cansar psicologicamente, critica Mirtes

Após oito meses da morte do filho Miguel, a doméstica se diz revoltada com a lentidão da Justiça, que na opinião dela seria influenciada pelo status de Sarí Corte Real

por Victor Gouveia ter, 02/02/2021 - 10:29
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Para a mãe, a paralisação do processo relacionado à morte do menino só beneficia Sarí Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Há exatamente oito meses, Mirtes Renata viveu o dia mais triste da vida ao despedir-se do filho Miguel Otávio, de apenas cinco anos. Desde então, ela se desgasta em uma luta judicial pela condenação da ex-patroa Sarí Corte Real. Com o caso parado, a doméstica critica a agressão psicológica proveniente da morosidade da Justiça e garante que não vai abrir mão da luta contra a má cultura da 'mais-valia' judicial.

"Eles estão tentando me cansar psicologicamente, mas não vão conseguir porque eu tô firme e forte na luta. Eu não vou parar enquanto a Justiça não for feita”, reafirmou a mãe nesta terça-feira (2), em entrevista ao LeiaJá.

Ela diz sentir na pele o descaso com a morte do filho e acredita que o julgamento é influenciado pelo status socioeconômico da ex-primeira dama de Tamandaré. “Eles só estão fazendo isso porque a gente tá lidando com pessoas da alta. Isso tá influenciando muito para que o caso não seja solucionado e isso me revolta muito, em saber que o judiciário só age de forma severa para quem é da classe baixa”, desaprovou.

Mirtes ainda não sabe quando será a próxima audiência, apenas indica que não foi informada sobre o prazo para a retomada do processo. “Quanto mais tempo se passa, mais fica difícil de resolver as coisas e isso beneficia Sarí, por que ela tá solta. Tá aí vivendo a vida dela, do jeito que ela quer, passeando ‘pra cima e pra baixo’”, rechaça.

Segundo a doméstica e futura estudante de Direito, faltam dois depoimentos da Defesa. Uma das testemunhas é de Tracunhaém e ainda não foi expedida a carta precatória. A outra é de Tamandaré e deveria ter sido ouvida no último dia 9 de dezembro, no entanto, não prestou depoimento, nem apresentou justificativa, relata.

No dia 2 de junho de 2020, Miguel morreu ao cair do nono andar de um edifício de luxo no Centro do Recife após ser abandonado no elevador pela acusada. Presa em flagrante por homicídio culposo, Sarí pagou fiança de R$ 20 mil e foi posta em liberdade. A estratégia adotada pelos advogados foi classificada por Mirtes como ‘violenta e agressiva’. “Se querem ‘adultizar’ meu filho, querem que meu filho se torne uma criança independente, então eu nem teria levado ele para o trabalho. Tinha deixado ele em casa”, discordou.

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