Mulher é denunciada após bilhetes racistas contra vizinhos
Nas mensagens fixadas em sua porta, ela chamou vizinhos e funcionários pretos de "excrementos"
Moradores e funcionários de um condomínio em Santos, no Litoral de São Paulo, denunciaram uma vizinha que colou mensagens racistas em sua porta. Nos bilhetes, a nutricionista de 56 anos se refere aos pretos e pretas como "escória da sociedade", "excrementos", "espíritos imundos", entre outras ofensas.
Ela chegou a ser autuada por injúria racional, dano e ameaça na madrugada da quarta (5), mas foi liberada após pagar fiança. De volta ao residencial, ela continuou com novos ataques no sábado (8).
Foto/Reprodução
O zelador do edifício, Arilton de Souza, disse que as ofensas são recorrentes e, inclusive, ele próprio já registrou mais de uma queixa contra ela por injúria racial.
"Já faz um tempo que sempre que ela me vê pelo condomínio fazendo meu serviço já muda a cara. Questiona o que estou fazendo e me chama de 'negro', 'marginal', 'preto encardido'", relatou ao G1.
Em outro boletim de ocorrência, ele conta que já saía do trabalho quando a nutricionista desceu de um táxi, o abordou e começou os xingamentos. Segundo o zelador, a moradora lhe tratava como um escravo e poderia feri-lo com uma garrafa, em março deste ano.
"Nesse dia, após me ofender, ela subiu até o apartamento dela e pegou uma garrafa e voltou para ver onde eu estava. Como a moça da portaria disse que não sabia onde eu estava, ela [nutricionista] a xingou e jogou a garrafa no vidro de onde fica a portaria. Foi registrado outro boletim contra ela na ocasião, por injúria e lesão corporal", lembra.
Arilton confessa que tanta trabalhar com dignidade, mas se sente humilhado no ambiente de trabalho. "Tentei ter a postura certa e registrei boletim de ocorrência, porque não podemos aceitar esse tipo de crime calados. Mas, mesmo denunciando, ela segue solta. Então isso faz com que nós [negros] nos sintamos oprimidos e impotentes", lamenta.
Mais um boletim de ocorrência foi registrado contra a nutricionista no sábado. Os crimes são investigados pelo 7º Departamento de Polícia de Santos.