Justiça da Catalunha autoriza toque de recolher por Covid

O governo regional da Catalunha solicitou autorização judicial para aplicar este toque de recolher de 1h a 6h, nas localidades onde a incidência passar de 250 casos por cada 100.000 habitantes em sete dias

qui, 23/12/2021 - 10:55
Josep LAGO (Arquivo) Algumas poucas pessoas andam nas ruas de Barcelona, em 26 de outubro de 2020, em meio ao toque de recolher impostos para conter a covid-19 Josep LAGO

Um tribunal autorizou, nesta quinta-feira (23), o restabelecimento do toque de recolher em uma ampla área da região espanhola da Catalunha, para impedir a escalada dos casos de Covid-19.

O Tribunal Superior da Catalunha anunciou que "ratifica as medidas de proteção da Covid-19 solicitadas" pelo governo regional catalão, que também incluem o fechamento das discotecas e a limitação das reuniões privadas a um máximo de dez pessoas.

O governo regional da Catalunha solicitou autorização judicial para aplicar este toque de recolher de 1h a 6h, nas localidades onde a incidência passar de 250 casos por cada 100.000 habitantes em sete dias. Hoje, isso abarca boa parte dessa região no nordeste do país, com 7,8 milhões de habitantes.

Por afetarem liberdades fundamentais, estas restrições precisavam de autorização judicial. Elas entrarão em vigor a partir da meia-noite de sexta-feira, véspera de Natal. Inicialmente, estão previstas para durar 15 dias nesta zona turística.

A Catalunha será a única região espanhola com toque de recolher.

Também nesta quinta, o governo central sancionou um decreto para restabelecer a obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre em todo país. A medida entra em vigor na sexta-feira, e a expectativa do governo do socialista Pedro Sánchez é que seja "temporária".

A medida tem algumas exceções, como para quem pratica esportes, ou esteja "em um espaço natural", como campo ou praia, e a distância possa ser mantida, detalhou a ministra da Saúde, Carolina Darias, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

O retorno do uso da máscara ao ar livre foi a medida mais concreta anunciada na quarta-feira à noite, no encerramento de uma reunião extraordinária entre o governo central e os executivos regionais, competentes na Espanha em matéria de saúde pública.

A presidente de Madri, a conservadora Isabel Díaz Ayuso, descartou nesta quinta-feira a aplicação de novas restrições em sua região.

Um dos países líderes em vacinação, com 80% de sua população imunizada, a Espanha enfrenta, como muitos outros, uma nova onda de covid-19 em meio à propagação da variante ômicron, mais contagiosa.

Na quarta-feira, o balanço de casos registrados nas últimas 24 horas foi 60.041, um novo recorde diário.

A incidência na Espanha é de 784 casos por 100.000 habitantes em 14 dias, número quatro vezes maior do que em 1º de dezembro.

Ainda assim, esta nova onda está sendo menos grave do que as anteriores: 15,7% das unidades de terapia intensiva estão ocupadas por pacientes com covid-19, contra 30%, em meados de janeiro de 2021, segundo dados do Ministério da Saúde.

COMENTÁRIOS dos leitores