Uma "praça de guerra" em Pinheirinho
PSDB rebate críticas do secretário-geral Gilberto Carvalho à operação Pinheirinho, em São Paulo
O presidente nacional interino do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, avaliou hoje, por meio de nota, como "deplorável" a crítica feita ontem pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que comparou a reintegração de posse pela Polícia Militar da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, a uma "praça de guerra". Segundo ele, a afirmação do petista foi uma "intromissão do governo federal".
"O ministro ignorou o princípio da separação entre os poderes e a autonomia dos entes federativos", afirmou o dirigente tucano. O terreno foi desocupado após decisão judicial que determinou a reintegração de posse da área, que pertence à massa falida da Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.
Na nota, o PSDB considerou ainda que, ao criticar a operação policial, e dizer que o governo federal adotaria método diferente, o ministro-chefe sugeriu "que não se acatem decisões judiciais". "Fato grave quando a atitude vem de um ministro que tem a obrigação de zelar pela Constituição Federação", ressaltou, destacando que houve uma politização do episódio por parte dos petistas. "O ministro e seu partido criaram nos moradores da comunidade uma falsa expectativa, nunca concretizada, de resolver a questão", afirmou. "Ao invés de fazer proselitismo político, o governo federal poderia ter publicado decreto de desapropriação da área, mas não o fez", acrescentou.
O dirigente do PSDB saiu também em defesa do governo de São Paulo, ressaltando que a administração estadual agiu em cumprimento de determinação judicial. Ele lembrou que a mobilização policial ocorreu sob a responsabilidade da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). "Enquanto o governo federal só agride, o governo paulista e a prefeitura do município providenciam a ajuda necessária para minorar o sofrimento das famílias desalojadas", disse.