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Manifestantes saquearam e incendiaram um barracão em um protesto na área do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, na manhã desta sexta-feira, 19. Na estrutura eram guardados objetos de pessoas despejadas em janeiro do ano passado em uma ação da PM no terreno ocupado por 1,5 mil famílias.

Antes do ataque, cerca de 200 pessoas protestavam, desde as 9h, contra a demora na construção de moradias das pessoas retiradas do bairro. De acordo com a coordenação do movimento, o incêndio foi provocado por um grupo isolado que não faz parte das manifestações. O fogo, que foi contido pelo Corpo de Bombeiros, não deixou feridos.

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Para o advogado do movimento, Toninho Ferreira, "os governos estão enrolando e tratando com descaso um problema grave que eles mesmos criaram".

A Secretaria Estadual de Habitação paga auxílio-aluguel para as famílias despejadas e ainda não há prazo para construção e entrega das casas para o grupo. Em nota, a Selecta, empresa responsável pela área, lamentou os atos criminosos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça paulista indeferiu ação civil pública movida pela Defensoria Pública do Estado que pedia R$ 10 milhões de indenização às famílias removidas do terreno conhecido como Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), em janeiro de 2012. A Defensoria informou à Agência Estado que vai recorrer da decisão.

A Defensoria pediu, em ação movida contra o governo do Estado, a prefeitura de São José dos Campos e a massa falida da empresa Selecta, indenização por danos morais coletivos causados às 1,6 mil famílias durante a operação de reintegração de posse, realizada pela Polícia Militar.

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Na decisão, o juiz Luiz Guilherme Cursino de Moura Santos, da 2ª Vara de Fazenda Pública de São José dos Campos, argumenta que não é possível pleitear reparação coletiva, uma vez que dano moral, "se houve", foi individual. "Não se trata, aqui, de direito coletivo ou difuso, mas sim de direito individual, fracionável entre todas as pessoas supostamente atingidas", escreve o juiz na decisão. "E a reparação do dano já está sendo perseguida por aqueles que se sentiram lesados, mediante o ajuizamento de cerca de 1.050 ações indenizatórias individuais, todas patrocinadas pela Defensoria Pública.

Outras questões foram pleiteadas pela Defensoria na ação civil pública. Os defensores pediam, por exemplo, que o Estado e o município fossem condenados a criar um programa para o atendimento psicológico das vítimas de abusos, custeado pela massa falida da Selecta. Além do mais, a ação requeria que o município de São José dos Campos fosse obrigado a criar programas, destinados às famílias que viviam no Pinheirinho e também custeados pela Selecta, de qualificação profissional e de reinserção no mercado de trabalho.

O juiz Moura Santos também inferiu esse ponto, argumentando que "a massa falida da Selecta apenas e tão somente foi autora da ação de reintegração de posse", sendo o ato de desocupação executado pela Polícia Militar. Dessa forma, continua o juiz, a Selecta não poderia ser responsabilizada a pagar indenização por danos morais.

Na ação, a Defensoria também pedia que o Estado uniformizasse as ações da Polícia Militar nos casos de reintegração de posse. Para o juiz, não compete ao Judiciário deliberar sobre normas da PM.

No fim de setembro, a Justiça deve leiloar a área do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, a 90 km de São Paulo. Em janeiro deste ano, a área de 1,3 milhão de metros quadrados foi desocupada depois de uma ação da Polícia Militar e mais de 6 mil pessoas deixaram o local.

O valor, estipulado por uma avaliação da perícia judicial, é de R$ 187 milhões, o dobro do valor venal do terreno, avaliado em aproximadamente R$ 93 milhões. A empresa responsável pelo edital, a Sodré Santoro, deve publicá-lo no dia 26 de agosto. O leilão será presencial, com possibilidade de lances pela internet, com 15 dias de antecedência.

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Segundo o advogado do leiloeiro, Sidney Palharini Júnior, "o lance é livre, mas qualquer lance será submetido à apreciação e homologação pelo juiz", ressaltando que o mercado que vai dizer o valor do lance para a venda, considerando a avaliação inicial do perito.

A área pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo de Naji Nahas. Parte da renda será revertida para pagamento de dívidas à prefeitura e ao governo federal, que juntas podem chegar a quase R$ 30 milhões, além de outros credores. De acordo com a Justiça, o imóvel é o único bem em nome da empresa.

O local, considerado área industrial pela Lei de Zoneamento, tem 45% do seu total como área de preservação ambiental. Pouco mais de 700 mil metros podem ser usados para a construção de galpões industriais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O rapper paulista Emicida foi detido na noite do último domingo (13), acusado de desacato à autoridade, durante show na cidade de Belo Horizonte. Emicida foi levado à delegacia após sua participação no Festival Palco Hip Hop, onde cantou a música Dedo na Ferida, que faz uma crítica ao comportamento da polícia em casos de desocupações como em Pinheirinho, Cracolândia e Eliana Silva.

Emicida deu início a sua apresentação fazendo um apelo ao público: “Levante o seu dedo do meio para a polícia que desocupa as famílias mais humildes”, pediu o rapper.

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Os policiais que estavam prestando serviço no evento interpretaram a atitude do músico como desacato e, ao final do show, pouco depois das 19h30, Emicida foi levado ao 39 DP (Barreiro). O rapper foi liberado por volta das 22h35 mas saiu da delegacia sem assinar o Boletim de Ocorrência, pois afirmou que a versão registrada não condiz com a realidade. Segundo o B.O., Emicida teria dito que apoiava a invasão do terreno Eliana Silva e que teria agredido os policiais verbalmente.

Emicida agradeceu o apoio de todos pelo Twitter, onde o assunto ficou no topo dos mais comentados no Brasil e no mundo. A assessoria do músico divulgou uma nota no site oficial, prestando esclarecimentos sobre o fato.

Na audiência pública realizada hoje pela Comissão dos Direitos Humanos do Senado houve bate-boca entre os senadores Eduardo Suplicy (PT) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ambos de São Paulo, por causa da desocupação do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos.

Aloysio Nunes acusou os senadores Suplicy e Paulo Paim (PT-RS) de politizarem a o episódio para favorecer o partido nas eleições municipais. Como argumento, o senador tucano disse que nenhuma atitude foi tomada pela CDH quanto a desocupações ocorridas no Distrito Federal e no Acre, cujos governadores são do PT. Paulo Paim, que é presidente da comissão, estava ausente.

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"É um procedimento unilateral que visa a instrumentalizar a comissão por partidos políticos, no caso o PT, e outros grupos, como o PSTU, que o usa para terceirizar seu radicalismo", disse Aloysio Nunes. Ele chamou os líderes comunitários dos que foram desalojados de "parasitas", atribuindo a eles "a radicalização, o circo", dias antes da reintegração da posse da área.

A audiência na CDH foi convocada para que fossem ouvidos os líderes comunitários, o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartoni, e líderes comunitários envolvidos com o movimento de resistência criado no bairro do Pinheirinho. Na ação, foram tiradas 1,6 mil famílias da área, num total de cerca de 6 mil pessoas.

"Tinha gente querendo brincar de insurreição, pseudorrevolucionários prontos para radicalizar", atacou Aloysio Nunes. Segundo o senador tucano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)), não mandou um representante para a audiência de hoje porque sabia que ali haveria um "teatro" dos que desejam explorar politicamente o episódio.

O senador Eduardo Suplicy protestou. Aos gritos, pediu que Aloysio Nunes tivesse a "dignidade de ver as cenas de barbaridades que aconteceram no local". Suplicy anunciou que poderá pedir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de entrar com a representação, no entanto, Suplicy anunciou que dará uma oportunidade para que o desembargador Ivan Sartori e os juízes Roberto Capez, Luiz Beethoven Giffone Ferreira e Márcia Loureiro, que autorizaram a ação de despejo, se expliquem à Comissão de Direitos Humanos.

O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Pedrosa Cury; o secretário de Habitação de São Paulo, Silvio Torres; e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Ivan Sartori, são aguardados na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH) na quarta-feira. Eles foram convidados a comparecer à audiência pública destinada a discutir o processo de reintegração de posse da comunidade de Pinheirinho.

Autores dos convites, os senadores Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, e Eduardo Suplicy (PT-SP), querem ouvir ainda outras 11 pessoas, entre elas o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Alvaro Batista Camilo, líderes comunitários e vítimas.

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No requerimento, os senadores solicitam ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e outras autoridades que adotem as providências necessárias à proteção da integridade física de todas as vítimas do episódio ouvidas pela Promotoria e de seus familiares.

Na reunião desta segunda-feira, a comissão também aprovou requerimento dos senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Paulo Paim convidando para ouvir os depoimentos dos agricultores José Pereira Gonçalves e Rita Silva sobre os atos de desocupação da Fazenda Sálvia, no Distrito Federal. Os senadores informam que eles estavam entre as famílias vítimas de violência "e do abuso de poder da Polícia Militar do Distrito Federal", na desocupação da área.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou, em discurso hoje no plenário do Senado, que teria ocorrido abuso sexual de pessoas durante a desocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Suplicy acompanhou ontem o depoimento prestado por supostas vítimas ao promotor de Justiça João Marcos Costa de Paiva.

De acordo com a cópia do depoimento, que a assessoria de Suplicy repassou à imprensa, é relatado que, no dia 22 de janeiro, primeiro dia da reintegração de posse, uma casa com seis moradores foi invadida à noite de forma "abrupta" e "violenta" por policiais militares supostamente ligados à Rota.

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Uma das moradoras da casa, de 26 anos, teria sido, segundo o termo de declarações, isolada dos demais - inclusive do marido. E teria sido submetida durante quatro horas a sevícias, como sexo oral e apalpação de órgãos. O caso teria se dado dentro de uma viatura policial.

A assessoria de Suplicy informou ter enviado hoje cópia do termo de declarações aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O senador quer que as autoridades tomem providências quanto ao ocorrido.

O desabafo da presidente Dilma Rousseff, que qualificou de "uma barbárie", no Fórum Social de Porto Alegre, a forma de desocupação de Pinheirinho, no fim de semana, foi reforçado ontem pelo secretário de Articulação Social do Palácio do Planalto, Paulo Maldos, para quem a operação violou direitos humanos e mostrou o desprezo das autoridades paulistas pelo diálogo.

"Para mim, estava em jogo a opção entre civilização e barbárie", disse o secretário. "Eles preferiram a violência, a exclusão social e o confronto", enfatizou. A postura do governo federal, pela negociação e não criminalização de movimentos sociais, é vista como um contraponto à opção legalista do governo tucano de Geraldo Alckmin, no contexto da delimitação de terreno ideológico da disputa eleitoral que o Planalto pretende acirrar em São Paulo. A responsabilidade pela ação foi assumida integralmente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, mas o ônus político ficou com o governo tucano, ao qual pertence a maior parte das tropas mobilizadas.

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Maldos estava em Pinheirinho no dia da reintegração de posse da área e foi ferido por uma bala de borracha disparada por policiais militares. Na operação, feita de surpresa às 6h domingo, sem qualquer aviso às autoridades federais e estaduais que ainda negociavam uma solução pacífica, cerca de 6 mil pessoas foram retiradas à força de suas casas e levadas para alojamentos públicos. Os moradores resistiram e, no confronto, 18 pessoas saíram feridas, uma delas com munição real.

O secretário disse que foi desrespeitado na condição de representante do governo federal e que a Polícia Militar estava instruída apenas a bater, atirar e não dialogar. "(Os policiais) Trataram o povo como inimigo, como se fosse uma operação de guerra", relatou Maldos, repetindo a definição dada ao episódio pelo ministro Gilberto Carvalho (chefe da Secretaria Geral da Presidência), a quem ele representava nas negociações. "Ninguém perguntava ou respondia nada, apenas atacavam", resumiu.

Apesar disso, o secretário disse que o diálogo do governo federal não está rompido com as autoridades estaduais e as negociações para a solução do impasse serão retomadas em breve. Ontem, ele coordenou no Planalto uma reunião técnica com representantes do Ministério das Cidades, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e da Advocacia Geral da União (AGU), para levantar um conjunto de alternativas para solução das famílias desabrigadas com a desocupação de Pinheirinho.

Uma das medidas em estudo é assentar parte dos moradores desalojados no próprio terreno de Pinheirinho. Para isso, a AGU ficou de levantar a dívida com a União da massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas, a quem pertence o terreno. Essa dívida seria convertida em desapropriação de parte da área para a construção de um condomínio vertical, dentro do programa de habitação social. O dinheiro seguiria as normas do programa Minha Casa Minha Vida. Outras pendências de devedores da União também podem entrar na negociação de terras para os desabrigados.

Serão levantados ainda os terrenos da União na redondeza, como os que pertenciam à Rede Ferroviária Federal, situados em volta da antiga estação ferroviária de São José dos Campos e nas margens da ferrovia, no perímetro central da cidade. As medidas, que serão fechadas em nova reunião, na próxima quinta-feira (2), serão discutidas com o governo paulista e a prefeitura de São José dos Campos, numa futura rodada de negociações.

O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), onde fica o terreno conflagrado, pediu desculpas a Paulo Maldos, extensivas ao governo federal. "O pedido foi aceito, claro, mas persiste a nossa divergência quanto ao método usado para a desocupação, sem qualquer respeito aos direitos humanos", afirmou Maldos. "Ele me disse que não queria que o desenlace fosse violento. A ideia dele, como a nossa, era de que a negociação se estendesse por ao menos 15 dias", garantiu. "Mas a PM e o TJ paulista ficaram com a opção pior: o ataque à população civil e a exclusão social".

Após assistir a missa na Catedral da Sé, em comemoração aos 458 anos da cidade de São paulo, comemorados nesta quarta-feira (25), Gilberto Kassab foi vítima de um protesto em que manifestantes atiraram ovos e bateram no carro do prefeito, na saída da missa.

O motivo do protesto foram as ações dos policiais na Cracolândia junto com a reintegração da posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, localizado no interior de São Paulo. A polícia utilizou gás de pimenta para controlar o protesto e afastar os manifestantes do prefeito.

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O tumulto - que deixou um ferido - começou nesta manhã com cerca de 500 pessoas, que entraram em confronto com a Polícia Militar depois que os manifestantes entregaram ao prefeito o titulo de “pior prefeito da história”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, recusou um pedido da Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais de São José dos Campos para que fosse suspensa a desocupação da área de Pinheirinho.

Alegando razões técnicas, Peluso determinou o arquivamento do mandado de segurança proposto pela entidade. De acordo com o presidente do STF, o Supremo não pode analisar o caso até que sejam esgotadas as possibilidades de recurso nas instâncias inferiores da Justiça. "Inviável o pedido", concluiu Peluso.

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Na ação protocolada no STF, a associação tinha pedido a concessão de uma liminar para que fosse determinado à Polícia Militar e à Guarda Municipal de São José dos Campos que suspendessem a desocupação da área cuja posse é reclamada pela massa falida da empresa Selecta. Desde 2004, o terreno era ocupado por mais de 1,5 mil famílias sem teto.

A operação para desocupação da área iniciou-se no final de semana e envolveu uma intensa disputa judicial. O caso passou por varas de Falência e Cíveis, pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, pela Justiça Federal e pelo STJ, que anulou o processo.

Foi instalado o que é conhecido nos meios jurídicos como um conflito de competência, ou seja, foi criada uma dúvida sobre se o assunto deve tramitar na Justiça Estadual ou na Federal. No mérito, a associação pedia que o Supremo determinasse que o caso fosse julgado pela esfera federal.

O presidente nacional interino do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, avaliou hoje, por meio de nota, como "deplorável" a crítica feita ontem pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que comparou a reintegração de posse pela Polícia Militar da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, a uma "praça de guerra". Segundo ele, a afirmação do petista foi uma "intromissão do governo federal".

"O ministro ignorou o princípio da separação entre os poderes e a autonomia dos entes federativos", afirmou o dirigente tucano. O terreno foi desocupado após decisão judicial que determinou a reintegração de posse da área, que pertence à massa falida da Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.

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Na nota, o PSDB considerou ainda que, ao criticar a operação policial, e dizer que o governo federal adotaria método diferente, o ministro-chefe sugeriu "que não se acatem decisões judiciais". "Fato grave quando a atitude vem de um ministro que tem a obrigação de zelar pela Constituição Federação", ressaltou, destacando que houve uma politização do episódio por parte dos petistas. "O ministro e seu partido criaram nos moradores da comunidade uma falsa expectativa, nunca concretizada, de resolver a questão", afirmou. "Ao invés de fazer proselitismo político, o governo federal poderia ter publicado decreto de desapropriação da área, mas não o fez", acrescentou.

O dirigente do PSDB saiu também em defesa do governo de São Paulo, ressaltando que a administração estadual agiu em cumprimento de determinação judicial. Ele lembrou que a mobilização policial ocorreu sob a responsabilidade da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). "Enquanto o governo federal só agride, o governo paulista e a prefeitura do município providenciam a ajuda necessária para minorar o sofrimento das famílias desalojadas", disse.

O secretário nacional de articulação social, Paulo Maldos, se disse "indignado" após ser baleado nesse domingo durante operação de reintegração de posse na comunidade Pinheirinho, área de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos (SP).

"Eu tenho militância há algumas décadas, antes da ditadura militar, e pela primeira vez sou agredido dessa maneira, exatamente durante a democracia. E eu, como representante da presidente da República, sou agredido por uma bala (de borracha) desferida a poucos metros (de distância)", afirmou Maldos.

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O secretário participava das negociações com os moradores na região nesse domingo, quando a Polícia Militar cumpriu mandado de reintegração de posse. O secretário levou um tiro na perna, mas passa bem e trabalhou hoje normalmente.

"Estou extremamente indignado, não por mim, mas pela questão simbólica da federação. Houve uma agressão ao pacto federativo. Estou indignado, foi uma ação absolutamente imprópria", criticou, estendendo as críticas à operação policial na região. "A comunidade Pinheirinho foi agredida de forma brutal, ao longo de todo dia, de ontem, pelas informações que a gente tem."

Apesar do episódio, Maldos disse que gostaria de voltar à comunidade. "Gostaria de visitar de novo, já em condições melhores, com a população feliz, com a população com as suas casas, gostaria de ver aquela comunidade com seus direitos constitucionais", disse.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse hoje que a administração estadual irá avaliar se houve abusos em operação, deflagrada ontem pela Polícia Militar, de reintegração de posse da comunidade Pinheirinho, área de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos (SP). A comunidade foi desocupada pela Polícia Militar após decisão judicial que determinou a reintegração de posse do terreno, que pertence à massa falida da Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.

"Sempre é avaliado. A operação foi acompanhada por um juiz de direito, presente todo o tempo, ela foi filmada e documentada. A polícia tem de cumprir ordem judicial", afirmou Alckmin, após participar de evento na capital paulista. Na operação policial, foram usados dois helicópteros, carros blindados e cerca de dois mil soldados do Batalhão de Choque. Segundo a Polícia Militar, não houve resistência, mas três manifestantes ficaram feridos e dezoito foram presos.

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O governador de São Paulo frisou que, na operação policial, foi cumprida uma determinação judicial e informou que, a partir de agora, os governos estadual e municipal irão tratar da "questão social". "A prefeitura está agora cadastrando todas as famílias, que serão amparadas", disse ele.

O tucano relatou ainda que foi procurado ontem pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e que o petista foi informado da operação policial e "entendeu perfeitamente" que ordem judicial se cumpre. "Ele é um jurista, ele sabe das decisões judiciais, da necessidade do cumprimento, vamos trabalhar juntos no sentido de atender as famílias que precisam de moradia", afirmou.

Os moradores do acampamento Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), voltaram a enfrentar os policias militares na manhã de hoje. A confusão começou logo após o início da retirada dos móveis das residências do assentamento. Segundo os moradores, algumas pessoas não foram permitidas a acompanhar a retirada dos pertences, o que provocou o confronto. Para dispersar os moradores, a polícia jogou bombas de efeito moral. Não há informação sobre feridos.

Trinta pessoas foram presas hoje durante operação para reintegração de posse do acampamento Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos (SP). Segundo a Polícia Militar, nove veículos foram incendiados.

Entre os presos, 10 pessoas, entre elas um menor, ocupavam uma casa de família no bairro vizinho de Campo dos Alemães há três dias. Outros três presos estavam em duas residências, no mesmo bairro. Todos são traficantes e confessaram à policia que migraram do Pinheirinho para o Campo dos Alemães. Foram apreendidos 1.100 invólucros de maconha e 338 quilos de cocaína. Outras duas pessoas foram detidas quando tentavam jogar coquetel molotov em um depósito de gás, no Campo dos Alemães.

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Além de nove veículos que foram incendiados durante o dia, entre eles o da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, uma padaria, do vereador Robertinho da Padaria (PPS), também pegou fogo. Alguns moradores, que não estavam em casa ontem durante a distribuição de senhas, já faziam filas na manhã de hoje para se cadastrar e receber um número que permite recolher os objetos pessoais, que devem ser retirados ainda hoje.

Representantes de entidades sindicais e de movimentos social e estudantil da região de São José dos Campos prometem realizar na manhã de hoje uma manifestação contra a desocupação do acampamento Pinheirinho. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, o ato deve ser feito também em outras cidades do País ao longo do dia.

A manifestação está prevista para começar às 9 horas, na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos. O objetivo da manifestação é denunciar a ação dos governos estadual e municipal do PSDB que ordenaram o despejo de nove mil famílias da Ocupação Pinheirinho.

As famílias, em grande maioria idosos, mulheres e crianças, estão alojadas, segundo o sindicato, em abrigos improvisados e sem estrutura da prefeitura, que sequer conseguiu atender a todos. Cerca de mil moradores se abrigaram na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e chegaram a ser atacadas com bombas pela PM, por volta das 23 horas de ontem.

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